Pavilhão do Peru na 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza

In/Formal: Encontros Urbanos para os próximos 100. Esse é o nome do pavilhão peruano para a próxima Bienal de Veneza 2014, desenvolvida pelo comissário José Orrego e o curador Sharif Kahatt. O pavilhão estará conformado por um grande espaço retangular de 250 m2 onde foi construído um percurso paralelo entre a modernidade ocidental e a local dos últimos 100 anos, ambas representadas através de linhas do tempo que se conectam por projetos de moradia coletiva apresentados em detalhes. Esses projetos, não somente foram capazes de construir pontes socioculturais no país, mas sua arquitetura representa os momentos-chave que moldaram a urbanidade moderna peruana.

Reveja em detalhes a história da consolidação da participação do Peru nas Bienais de Arte e Arquitetura e a descrição da proposta 2014, a seguir.

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Em 2012, os arquitetos José Orrego e Enrique Bonilla do Metropolis, se propuseram a levar pela primeira vez o Peru para participar da Bienal de Veneza. Foi um trabalho monumental já que não se contava com o apoio estatal e nesse momento não se entendia a transcendência dessa participação.

"Este era um sonho que nasceu pela necessidade de mostrar a qualidade do trabalho que os arquitetos peruanos estavam realizando em uma vitrine internacional", afirma Orrego. 

A mostra “Yucún o habitar el desierto”  foi o nome da participação peruana que gerou uma grande expectativa pelo trabalho coletivo realizado por 20 escritórios de arquitetura integrados com três artistas plásticos, apresentando a proposta dentro da mostra CommoGround  organizada pelo arquiteto britânico David Chipperfield.

A mostra atualmente se encontra em exibição no MARQ (Museu de Arquitetura e Desenho) em Buenos Aires até 10 de julho, para seguir em exibição em Montevidéu, São Paulo e para em 2069 voltar ao Peru e integrar-se em uma mostra itinerante entre as universidades nacionais, de maneira que seja possível continuar contando a experiência de um grupo de arquitetos que se juntam para um projeto comum.

Cortesia de Shariff Kahatt

Essa união inspiraria a formação da Associação Peruana de escritórios de Arquitetura que hoje agrupa 40 oficinas nacionais.

A Fundação Wiese, que esteve encarregada da produção da mostra de 2012, juntamento como arquiteto José Orrego começou a imaginar que seria possível contar com um espaço próprio dentro da Bienal para poder levar adiante um projeto nacional onde o Peru pudesse participar de forma permanente com propostas nas bienais de arte e arquitetura.

Cortesia de Shariff Kahatt

Graças ao convênio assinado entre a Bienal de Veneza e o Ministério de Comércio Exterior e Turismo (MINCETUR) através do PROMPERU e conjuntamente com a Fundação Wiese, se obteve o direito de hospitalidade por um período de 20 anos de um espaço exclusivo dentro do edifício restaurado que se localiza no antigo Complexo Naval e Militar conhecido com O Arsenal em Veneza.

O Peru participa pela segunda vez na mostra da Bienal de Arquitetura de Veneza com a Produção da Fundação Wiese e o Jornal do Comércio. Essa é a primeira vez que se assina um contrato com a Bienal de Veneza onde participa o setor privado e cria um antecedente importante para futuras participações.

Cortesia de Shariff Kahatt

A participação peruana na Bienal de Veneza é um projeto nacional que procura institucionalizar a presença do Peru nos próximos anos em uma das vitrines culturais mais importantes do mundo e é o resultado do sonho inicial de José Orrego com um espaço cultural importante para o país, onde foram somando vontades para contar com uma plataforma em que se possa integrar com os diferentes agentes culturais nos futuros convites. 

A participação desse ano procura assentar as bases para iniciar uma grande convocatória nacional de universidades, instituições e pessoas que participem ativamente nos próximos anos nos distintos espaços que serão criados para promover o desenvolvimento da arte e da arquitetura do nosso país com um discurso sustentado e estruturado a fim de colocar o Peru dentro da paisagem cultural internacional.

Cortesia de Shariff Kahatt

Esse grande esforço inter-institucional permitirá abrir um espaço de reflexão, assim como um fórum permanente de debate, onde será possível participar abertamente para procurar as melhores propostas que representem a país em cada Bienal. Esse espaço para o pavilhão peruano não somente se elegeu por seu bom estado físico e excelente equipamento, mas também principalmente por estar dentro do circuito de exposições da bienal e rodeado por trinta representações nacionais. Assim, com esse espaço a presença nacional na próximas dez edições das bienais de arte e arquitetura é garantida.

Essa décima quarta edição da Bienal de Veneza sob o nome Fundamentals pretende ser segundo seu Comissário Geral Rem Koolhaas, uma bienal sobre arquitetura, não sobre arquitetos. A diferença das edições anteriores, dedicadas a celebras o contemporâneo, nessa ocasião, pretende-se reivindicar os elementos básicos da arquitetura e da história da modernidade. Essa última é o objetivo específico dos pavilhões internacionais com o título de “Absorbing Modernity: 1914-2014″, em que buscam explicar o desenvolvimento da arquitetura do último século a partir do processo pelo qual cada nação absorveu de forma particular a modernidade. A mostra para o pavilhão peruano para essa edição 2014 da Bienal de Arquitetura de Veneza se intitula: In/Formal: Encontros Urbanos para os próximos 100.

Cortesia de Shariff Kahatt

O curados nomeado para a representação do Peru é o arquiteto peruano Sharif S. Kahatt, doutor em arquitetura pela Universidade Politécnica da Cataluña, Mestre em Desenho Urbano pela Universidade de Harvard, arquitecto formado pela Universidade Ricardo Palma, e professor associado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Peru.

Cortesia de Shariff Kahatt

O curado explica:

“Através dos encontros do forma e do informal na cidade, a modernidade peruana tem assentado suas bases para a nova Arquitetura e urbanismo dos próximos 100 anos. Particularmente, na arquitetura da moradia coletiva, esses encontros se expõem nos conflitos sociais, políticos, econômicos, assim como nos ideais da população, integrando-os ao espaço social, ao território e à cultura material.

Essa modernidade híbrida tem acolhido, misturado e negociado com dois movimentos opostos em sua origem, o ocidental e o local, o qual se faz evidente nas múltiplas fissuras, tensões e particularidades presentes em todas suas expressões culturais. Essa exposição revisa o processo de absorção da modernidade no Peru, na qual dois mundos aparentemente opostos se integraram na arquitetura e na cidade. Igualmente, através desse repasse, a exibição procura revalorizar um processo único da modernização que vai de "cima a baixo" e de "baixo a cima" e cria a pergunta de como a arquitetura vai responder e construir a cidade durante o próximo século".

Centro de Lima em 1971. Imagem © Paolo Gasparini

O arquiteto José Orrego comissário e um dos gestores do projeto nacional para o pavilhão peruano, descreve a exibição:

“O pavilhão peruano para essa e para as próximas bienais, possui um espaço retangular de 250 m2, onde foi construído um percurso paralelo da modernidade ocidental e local nos últimos 100 anos, ambas representadas através de linhas do tempo que se conectam através do projetos de moradia coletiva apresentados em detalhes. Esses projetos, não somente foram capazes de criar pontes socioculturais no país, mas também sua arquitetura representa os momentos-chave que deram foram a uma urbanidade peruana.

No final do percurso é exibido um vídeo que ilustra essa modernidade híbrida que integrou as culturas do Peru; uma modernidade própria que em sua integração revela de forma física, intelectual e sensorial, suas múltiplas fissuras e tensões.

Desse modo, a Marca peru através do pavilhão peruano de Veneza se converterá em um espaço fundamental para a promoção da arte e da arquitetura nacional, e permitirá ao país contar com uma vitrine cultural permanente desenvolvendo propostas que podem ser mostradas e discutidas no debate intelectual internacional".

Título In/Formal: Encontros Urbanos para os próximos 100
Lugar: Sala de Armas Norte, Arsenal, Veneza, Itália
Equipe Curatorial: Comissário Arq. José Orrego Herrera / Curador Arq. Sharif S. Kahatt
Produção: Fundação Wiese, El Comercio
Com Apoio de: Promperu Mincetur Ministério da Cultura Ministério de Relações exteriores do Peru

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Sobre este autor
Cita: Tomás, José. "Pavilhão do Peru na 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza" [ Pabellón de Perú en la 14ª Bienal de Arquitectura de Venecia] 23 Mai 2014. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/603438/pavilhao-do-peru-na-14a-bienal-de-arquitetura-de-veneza> ISSN 0719-8906

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