Clássicos da Arquitetura: Igrejinha Nossa Senhora de Fátima / Oscar Niemeyer

Clássicos da Arquitetura: Igrejinha Nossa Senhora de Fátima / Oscar Niemeyer - Fachada
© Marcel Gautherot. Via Blog do Instituto Moreira Salles

Cinco vigas similares unidas num ponto e logo abertas em leque conformam o perímetro da laje de cobertura que em projeção horizontal forma um triângulo isósceles de vinte e cinco metros de base e vinte e nove metros de altura.

Clássicos da Arquitetura: Igrejinha Nossa Senhora de Fátima / Oscar Niemeyer - Imagem 16 de 25
Cortesia de Brasília Patrimônio da Humanidade

Três pilares similares apoiam as vigas. Estão locados em cada um dos três vértices do triângulo isósceles da laje. O maior deles apoia o vértice que determina a extensão do triângulo da laje. Apresenta uma seção inicial inferior conformada por um trapézio simétrico de quatro metros e meio de altura alinhada com a bissetriz do vértice da laje, uma base menor de vinte centímetros e uma base maior voltada ao exterior de cinquenta centímetros. A base menor do trapézio mantem-se constante em todos os oito metros de altura do pilar e eleva-se perpendicularmente à base. A base maior, por sua vez, eleva-se seguindo um desenho formado por um trecho inicial em arco de circunferência e um trecho final em reta, e diminui sua largura até encontrar num único ponto a aresta comum entre as cinco vigas da cobertura. A seção superior do pilar transforma-se assim num triângulo isósceles de vinte centímetros de base e trinta centímetros de altura.

Clássicos da Arquitetura: Igrejinha Nossa Senhora de Fátima / Oscar Niemeyer - Imagem 5 de 25
Cortesia de Brasília Patrimônio da Humanidade

Uma sutileza marca o ponto de encontro entre esse pilar e esse vértice do triângulo da cobertura: enquanto que frontalmente a aresta comum entre as cinco vigas da cobertura dão continuidade colinear às arestas curvas do pilar em ascensão, a face lateral das vigas perimetrais não coincidem coplanarmente com as faces laterais do pilar, produzindo uma pequena região de sombra que destaca e delimita ambos elementos estruturais: pilar e coberta.

Detalhe similar acontece com os dois pilares que sustentam os vértices que determinam a base do triângulo da laje: sutis recuos produtores de sombra que marcam os elementos estruturais. Contudo, estes dois pilares, ainda que similares em relação à curva lateral, diferenciam-se do primeiro pelo alinhamento horizontal em relação ao triângulo da laje e pela diminuição da base maior do trapézio que conforma a seção inferior do pilar, e claramente pelas dimensões básicas.

Planta Baixa. Courtesy of Luciane Scottá

Os dois pilares menores apresentam uma seção inferior conformada por um trapézio retângulo de três metros e meio de altura alinhada, descontado o sutil recuo, com a face lateral da viga perimetral, uma base menor de quinze centímetros e uma base maior de mesmos cinquenta centímetros. Seus desenhos são idênticos, ainda que espelhados. Suas alturas são de cinco metros. Como no primeiro pilar, a base menor mantem-se constante e a base maior diminui à medida que a altura aumenta, porém esta não se reduz a um ponto, senão a uma largura de quinze centímetros. A seção superior dos dois pilares transforma-se assim num retângulo de quinze por trinta centímetros.

Clássicos da Arquitetura: Igrejinha Nossa Senhora de Fátima / Oscar Niemeyer - Imagem 4 de 25
Cortesia de Brasília Patrimônio da Humanidade

As cinco vigas estão distribuídas simetricamente e apresentam um desenho quase idêntico, diferenciados apenas para que o leque formado por elas não produza uma aresta curva, senão reta. As vigas apresentam, assim, três desenhos ligeiramente diferenciados: um primeiro dado às duas vigas perimetrais, um segundo dado às duas vigas intermediárias, e um terceiro dado à viga central. Tal fato implica que a projeção lateral das cinco vigas seja idêntica e coincida com a viga central. Seu desenho é formado por dois segmentos perimetrais retos e um segmento central curvo e sua espessura varia desde vinte e cinco centímetros nas extremidades a noventa centímetros na porção mais baixa do segmento curvo.

Clássicos da Arquitetura: Igrejinha Nossa Senhora de Fátima / Oscar Niemeyer - Imagem 18 de 25
© Postal Colombo

As vigas perimetrais apoiam-se nos pilares. As três vigas internas apoiam-se no pilar maior e, deixando as extremidades em balanço, em duas paredes estruturais de doze centímetros de espessura: a parede externa curva que delimita os fundos do interior da igreja e a parede interna reta de nove metros de extensão que divide os recintos da nave e da sacristia. O interior da igreja é, finalmente, delimitado por outras duas paredes retas em continuidade com as extremidades da parede curva dos fundos, porém separadas entre elas por duas estreitas aberturas. São elas que delimitam a abertura e acesso principal ao interior da igreja.

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Brasilia, Brasil

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Sobre este escritório
Cita: Igor Fracalossi. "Clássicos da Arquitetura: Igrejinha Nossa Senhora de Fátima / Oscar Niemeyer" 07 Mai 2014. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/601545/classicos-da-arquitetura-igrejinha-nossa-senhora-de-fatima-slash-oscar-niemeyer> ISSN 0719-8906

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