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Licitação: O mais recente de arquitetura e notícia

O muro de Trump e a impotência da arquitetura

Desde a ascensão de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a ameaça de levantar (na realidade, terminar) o muro definitivo que separará o México dos Estados Unidos motivou arquitetos e páginas de convocatórias a proporem uma solução "arquitetônica" para essa barreira.

Rosada ou inspirada na paleta cromática do deserto de Sonora. Com painéis solares ou em aço. Estritamente arquitetônica ou ligeiramente interdisciplinar, qualquer proposta de projeto é fútil. Na realidade, planejar essa proposta é fútil. Não se trata do muro, mas de uma hipotética solução ao seguinte diagnóstico: a imigração, em particular a mexicana, está prejudicando a sociedade norte-americana. É necessário voltar a um momento indefinido da história na qual os Estados Unidos foram grandes. Essa é a análise de Trump, que disse recentemente em sua primeira reunião com Angela Merkel, Chanceler alemã, que "a imigração é um privilégio, não um direito".

Teddy Cruz e Fonna Forman: "Com nossas intervenções, estamos tentando diluir a fronteira"

Os fundadores do Estudio Teddy Cruz + Forman, o arquiteto Teddy Cruz e a politóloga Fonna Forman, abordaram, em uma recente entrevista publicada pela Univision, os desafios trabalhados em seu estúdio no contexto da fronteira entre México e Estados Unidos, especificamente entre Tijuana e San Diego.

"No discurso político atual, a fronteira entre EUA e México é um ponto de criminalização", afirma Cruz. "Porém, estamos tratando de elevá-la ao status de local de criatividade", acrescenta o arquiteto. Forman por sua vez, comenta que, além da fronteira que mais gerou discussão nos últimos tempos, as fronteiras se "reproduzem de muitas maneiras - fisicamente, socialmente e psicologicamente" - em todo o mundo. 

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Novas cidades jardins? Arquitetos britânicos desaprovam novo plano governamental

No primeiro dia de janeiro deste ano, o governo do Reino Unido anunciou o plano de criar 14 novas vilas jardim e três cidades jardim na Inglaterra. Explicando o conceito de "cidade jardim", o Departamento de Comunidades do Governo Local descreveu que seriam assentamentos com número variável de moradias entre 1.500 e 10.000, totalizando 48 mil novas habitações.

No entanto, a comunidade de arquitetos do Reino Unido tem zombado das propostas e da linguagem utilizada pelas autoridades ao fazer o anúncio, destacando que a ideia parece se basear em um entendimento pobre do conceito de cidade jardim cunhado por Ebenezer Howard ao fim do século XIX. Vários arquitetos indicaram que os planos são relativamente fracos em um país que, segundo estimativas, está em déficit em relação às centenas de milhares de novas moradias que devem ser construídas anualmente.

Problemas atrasam a etapa final da construção da Sagrada Família

A construção da Sagrada Família, a inconclusa obra prima de Antoni Gaudí em Barcelona, ao longo de seus 134 anos, havia evitado três conflitos: a ausência da permissão de construção (atualizado), o pagamento de impostos, e a incerteza se seria ou não construída a grande explanada sudoeste idealizada por Gaudí, que atualmente exigiria a desapropriação de 3 mil moradoras próximos à fachada da Glória da Sagrada Família.

Nos últimos dias, os três problemas eclodiram quase que simultaneamente. Amargurado por este que, segundo sua visão, é "um projeto sem planejamento em nome de Gaudí", o conselheiro de Arquitetura, Paisagem Urbana e Patrimônio de Barcelona, Daniel Mòdol, classificou a Sagrada Família como "uma mona de páscoa gigante".

Suas palavras, divulgadas pela imprensa há três semanas, ofuscaram uma (já aprovada) proposta municipal que exige que a comissão dê seguimento às obras do templo "se pensa modificar o planejamento dos arredores da basílica", em um prazo máximo de seis meses. Esta medida diz respeito à grande explanada projetada originalmente por Gaudí em frente à fachada da Glória (entre Mallorca e Aragó): um passeio de 60 metros de largura que conectaria a basílica com a avenida Diagonal. 

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Câmara dos Deputados aprova lei que permite ao governo realizar obras sem projeto arquitetônico

A Câmara dos Deputados aprovou dia 17 de junho um projeto de lei que autoriza as empresas públicas a executarem obras de engenharia civil sem projeto de arquitetura. Se aprovado no Senado, o PL 4918/2016, também chamado de Lei de Responsabilidade das Estatais, passará para sanção presidencial.

De acordo com o projeto de lei, tanto as subsidiárias e sociedades de economia mista quanto as empresas estatais poderão contratar serviços de construção civil baseados apenas em projetos básicos de engenharia. A dispensa do projeto executivo nas licitações permite, entre outras consequências, que a empreiteira contratada modifique a obra durante seu curso, o que pode justificar significativo aumento dos gastos.