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Decolonial: O mais recente de arquitetura e notícia

Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2023 divulga detalhes sobre a exposição "Terra"

A Fundação Bienal de São Paulo acaba de anunciar detalhes do projeto Terra que ocupará o Pavilhão do Brasil na 18ª Mostra Internacional de Arquitetura, La Biennale di Venezia. Com curadoria conjunta de Gabriela de Matos e Paulo Tavares, a mostra brasileira contará com a participação de um grupo diversificado de colaboradores, composto por povos indígenas Mbya-Guarani; povos indígenas Tukano, Arawak e Maku; Tecelãs do Alaká (Ilê Axé Opô Afonjá); Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho); Ana Flávia Magalhães Pinto; Ayrson Heráclito; Day Rodrigues com colaboração de Vilma Patrícia Santana Silva (Grupo Etnicidades FAU-UFBA); coletivo Fissura; Juliana Vicente; Thierry Oussou e Vídeo nas Aldeias.

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Embranquecendo o México: sobre o racismo cultural e a relação entre artesanato e projeto

Há algumas semanas, o Grupo Firme se apresentou no Zócalo da Cidade do México. De acordo com o governo da capital mexicana, o grupo bateu um recorde de público, com presença de mais de 280 mil pessoas, e de acordo com meus dados – sem provas mas também sem dúvida –, outro recorde também foi alcançado: o maior número de comentários racistas e aporofóbicos para os participantes de um evento.

Resignificando paisagens: novas discussões sobre a cidade indo-portuguesa de Cochim

Dedicamos as seguintes palavras ao debate de um tema caro à compreensão da presença lusitana no mundo: os processos de urbanização. Elegendo a paisagem de Cochim como estudo de caso, buscamos construir caminhos alternativos para se pensar as cidades “portuguesas” pelo mundo e suas relações com os diversos agentes e culturas com os quais os lusitanos estiveram em contato ao longo de suas atividades no ultramar ao longo de praticamente todo o globo. E nesse mar de opções, a escolha de  Cochim para exposição se dá em função de dois aspectos principais.

Primeiro, Cochim foi a primeira localidade onde os portugueses fincaram base sólida no Oceano Índico, já no início do século XVI. Se os portugueses haviam até então acumulado um conjunto de experiências na costa oeste africana e nas ilhas atlânticas, o mesmo não se podia dizer sobre o Índico: Cochim foi o primeiro laboratório perene da experiência portuguesa nas costas asiáticas. Nesse sentido, o caso permite-nos analisar como os lusitanos acomodaram-se num contexto ainda desconhecido, bem como debater suas estratégias e instrumentos.

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Status, estátuas e estatutos: erguendo monumentos a homens falhos

Este artigo foi publicado originalmente no Common Edge.

Monumentos, segundo Alois Riegl, são subsídios à memória. “In memoriam” são palavras que podemos encontrar em cada pedestal ou alicerce de um túmulo ou mausoléu em homenagem aos nossos heróis do passado. Embora seu caráter simbólico seja um refúgio de ideologias, preconceitos e — em muitos casos— intolerância, monumentos têm sido construídos pela humanidade à milênios e também podem ser considerados uma forma de arte e lugares de memória. Entretanto, não são raros os casos de monumentos associados à práticas ou eventos antiéticos, à descriminação, hostilidade e violência. Muitos dos templos da Grécia Antiga foram erguidos sobre altares utilizados para sacrificar animais — e, antes disso, seres humanos também —; as pirâmides foram levantadas pela força do trabalho escravo; praças públicas muitas vezes eram utilizadas como lugares de tortura e sentenças de morte. Isso significa que, na maioria dos casos, monumentos não são apenas simples estruturas inocentes construídas em memória de grandes personagens, mas a personificação de conflitos políticos, culturais, sociais e humanos.