A nova arquitetura da Bielorrússia pós-soviética

A nova arquitetura bielorrussa é um reflexo da complexidade histórico-cultural de um país com um passado tão árduo quando diverso. Antiga República Socialista Soviética, a Bielorrússia é um país marcado por uma forte heterogeneidade cultural, especificidades que refletem a pluralidade de seus seis voblasts, ou províncias, e que finalmente caracterizam o ambiente construído diverso deste país. Desde a declaração de soberania do Estado Bielorrússo em 1990, as principais cidades do país passaram a receber um contingente populacional vindo do campo à um ritmo sem precedentes, e atualmente, as dez maiores cidades do país abrigam praticamente dois terços da população bielorrussa.

A nova arquitetura da Bielorrússia pós-soviética - Mais Imagens+ 3

© Kate Brichkovskaya

Ao longo de sua vasta história, a arquitetura da região se desenvolveu como uma resposta as condições geográficas e climáticas específicas. A Bielorússia ocupa uma ampla região de planície pantanosa, com uma altitude média de 160 metros e segundo uma estimativa feita pela ONU em 2005, 40% da superfície do país está coberta por densas florestas. Os seus principais centros urbanos, como Minsk, Gomel e Mahilou, contam com um vasto repertório de edifícios históricos além de uma vibrante arquitetura contemporânea que se desenvolveu principalmente a partir dos anos dois mil. Castelos e igrejas medievais coexistem com obras modernas, criando uma paisagem heterogênea em suas formas, técnicas, materiais e acima de tudo, temporalidades. Embora estes objetos de arquitetura contemporânea ainda sejam minoria no ambiente construído das grandes cidades bielorrussas, muitos dos seus mais proeminentes exemplos assumem a forma de pavilhões, escritórios, museus e edifícios residenciais. A seguir, compilamos uma lista com algumas das mais recentes novidades no cenário arquitetônico da Bielorrússia.

Museu Mitológico por ZROBYM Architects

© Alexandra Kononchenko

O edifício-museu implantado na Reserva Natural de Berezinsky, na Bielorrússia, é um projeto único desenvolvido pela equipe da ZROBYM architects com a pretensão de preencher esta lacuna. Acredita-se que os povos pré-cristãos da região viviam principalmente em fazendas ou pequenas aldeias, por isso, os arquitetos decidiram por reformar uma antiga casa isolada em meio a floresta e transforma-la na sede do novo Museu. Durante a reforma da estrutura existente, todas as janelas foram fechadas, instigando a curiosidade de quem a vê de fora. Isso é uma referência ao fato de que pouco se sabe sobre o paganismo, e menos ainda se procura saber sobre este importante momento na história da humanidade. 

Office for Stark Games por Studio11

© Dmitry Tsyrencshikov

O projeto de interiores da nova da Stark Games desenvolvido pelos arquitetos do Studio1, é um projeto experimental em termos de soluções compositivas e cromáticas. Durante o desenvolvimento do projeto, a equipe criou um conceito que incorpora oito cores diferentes e sete materiais diversos, utilizando uma composição de formas diversa como círculos e elipses. O espaço dos escritórios da Stark Games é o resultado da mistura de todos esses ingredientes.

Casa A por Igor Petrenko

© Kate Brichkovskaya

A Casa A está localizada nos arredores da capital bielorrusa de Minsk, ou Minsque. O objetivo principal era projetar uma casa confortável e funcional para uma família. A casa tinha que ser projetada sem decoração desnecessária com o uso de materiais naturais que envelhecem bem com o tempo, como madeira, concreto e vidro, no que viria ser definido pelo proprietário como “minimalismo funcional.”

Let it be por ZROBYM Architects

© Alexandra Kononchenko

A ZROBYM Architects desenvolveu o projeto para o café “Let it Be” com a principal intenção de criar um espaço interior modesto, contido e personalizado. Todos os móveis foram feitos sob-medida, incorporando também uma série de painéis de gesso que “constroem” o espaço propriamente dito. O forro foi retirado para aumentar o pé direito da loja, assim como uma grande abertura na fachada permitiu incorporar uma iluminação natural abundante no interior do café. Para o piso foi utilizado um revestimento cerâmico produzido pela VIVES, fortalecendo a atmosfera acolhedora do espaço.

Vizor por Studio11

© Dmitry Tsyrencshikov

O interior da empresa Vizor é uma reinterpretação do design e arquitetura soviética dos anos 70 e 80 e o foco aqui é atrair atenção pública para o valor estético desta corrente. Os interiores são repletos de luz e de espaços livres. Os pisos e o teto vermelho no mesmo material são os elementos principais que moldam os interiores.

Frame Pavilion por Menthol Architects

Cortesia de Anush Aleksanyan, Edvard Budnikov, Rastsislau Piakhouski

O pavilhão FRAME nos leva a reconhecer a beleza ao redor e acentuar o que é essencial em nossa vida. O caminho interno nos leva a quatro direções diferentes, onde, através das aberturas, enquadra certos cenários e eventos. Graças ao seu layout aberto e fluido, a estrutura do pavilhão nos convida à diálogar com o seu entorno. Como parte da Minsk Design Week 2019, foi pintada com a cor 'Living Coral' – a cor do ano da Pantone, que significa "coral viva".

Sobre este autor
Cita: Baldwin, Eric. "A nova arquitetura da Bielorrússia pós-soviética" [Building Belarus: Office Culture, New Designs and Pop-Ups] 11 Abr 2020. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/937117/a-nova-arquitetura-da-bielorrussia-pos-sovietica> ISSN 0719-8906

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