Iniciativa inédita nas representações brasileiras na Mostra Internacional de Arquitetura de Veneza, a exposição Muros de Ar destinou um mês para inscrições e avaliações de projetos públicos, a integrarem a seleção curatorial que ocupa o pavilhão brasileiro a partir de 26 de maio. A convocatória selecionou 17 projetos no território brasileiro que utilizam a arquitetura como instrumento de mediação de conflitos, transições entre os domínios público e privado e conexão entre tecidos urbanos distintos.
Com curadoria coletiva dos arquitetos Gabriel Kozlowski, Laura González Fierro, Marcelo Maia Rosa e Sol Camacho, selecionados pela Fundação Bienal de São Paulo para organizar a mostra, a convocatória recebeu 289 projetos em mais de 60 cidades brasileiras.
"A escolha ilustra uma variedade de processos que são enfrentados pelos arquitetos no momento do projeto, entre eles: tornar áreas privadas em espaços para fruição pública, conectar bairros, transpor cicatrizes construídas por grandes eixos infrastruturais, revitalizar
áreas degradadas, abrir novas frentes de cidade para o mar, requalificar bairros de comunidades vulneráveis através da introdução de programas e moradia de qualidade, manter espaços de cultura em bairros em transformação. De diversas escalas e naturezas, os selecionados demonstram o enorme desafio que é construir e tornar realidade projetos deste caráter no cenário brasileiro contemporâneo". - afirmam os curadores.
Participantes selecionados
- Boulevard da Liberdade - Corsi Hirano Arquitetos / São Paulo/SP
- De onde não se vê quando se está (MAC) - Pedro Varella / Gru.a Arquitetos / Niterói/RJ
- Do Plano ao Projeto: SESC Parque Dom Pedro II - Una Arquitetos / Plano Urbanístico desenvolvido por: Laboratório de Urbanismo da Metrópole- LUME da FAUUSP, Una Arquitetos, H+F Arquitetos e Metrópole Arquitetos / São Paulo/SP
- Edifício Amata - Triptyque Architecture / São Paulo/SP
- Escola sem Muros: Centro Cultural Jardim Damasceno - Tomaz Lotufo / São Paulo/SP
- Farol da Maré - Pedro Évora / Rio de Janeiro/RJ
- Instituto Brincante - Bernardes Arquitetura / São Paulo/SP
- Moradias Infantis - Rosenbaum + Aleph Zero / Formoso do Araguaia/TO
- Habitação estudantil UNIFESP, Campus Osasco - H+F Arquitetos / Osasco/SP
- Parque Novo Santo Amaro V - Vigliecca & Associados / São Paulo/SP
- Orla Marítima de Ilha Comprida - Boldarini Arquitetos / Ilha Comprida/SP
- Pirajussara 5 - Libeskindllovet Arquitetos / Jansana, de la Villa, de Paauw, arquitectes / São Paulo/SP
- Praça Infantil - Studio MK27 / São Paulo/SP
- Projeto Centro Aberto - SP Urbanismo / São Paulo/SP
- Sesc Ribeirão Preto - SIAA + HASAA / Ribeirão Preto/SP
- Terreiro Oxumaré - Brasil Arquitetura / Salvador/BA
- Travessias - Sauermartins + Metropolitano Arquitetos / Belo Horizonte/BH
Sobre a participação oficial do Brasil na 16ª Mostra Internacional de Arquitetura – Bienal de Veneza:
Resposta à curadoria geral da 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza que, em 2018, propõe o tema FREESPACE, a mostra Muros de Ar tem curadoria do coletivo de arquitetos selecionados pela Fundação Bienal de São Paulo: Gabriel Kozlowski, Laura González Fierro, Marcelo Maia Rosa e Sol Camacho. Com duas frentes expográficas no Pavilhão do Brasil, a mostra pretende investigar o muro como um elemento da arquitetura, da cultura e da identidade brasileira, e vê no ato de sua transposição um convite ao convívio e à multiplicidade. “Procuramos respostas que lidem com as barreiras e os limites presentes nas cidades, expondo a indissociável necessidade de projetá-las. Evidenciando as divisões existentes entre o espaço público e o privado, quer seja pela demanda de clientes, segurança, contexto ou fatores culturais, os projetos que pretendemos expor precisam apresentar diretamente os enfrentamentos dessas condições”, explicam os curadores.
Desde 1995, a organização das representações oficias do Brasil nas Bienais de Arte e Arquitetura de Veneza é uma atribuição conjunta dos Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores – responsáveis pela promoção e difusão da cultura brasileira nos âmbitos nacional e internacional, e da Fundação Bienal de São Paulo – responsável pela escolha dos curadores e a produção das mostras.