Terceiro Lugar no concurso para o memorial do voo MH17 / aTP arquitectos

Foram recentemente anunciados os vencedores do concurso internacional de ideias Malaysia Airlines Flight 17 (MH17) Memorial and Park, em homenagem às vítimas do voo comercial abatido por forças militares em território ucraniano em julho do ano passado. Com 293 projetos enviados, o concurso buscava a melhor proposta para um novo parque memorial na cidade de origem do voo: Amsterdã.

O terceiro lugar no concurso ficou com a equipe formada pelos arquitetos Fabián Tolosa e Ignacio Pereyra, do escritório atP arquitectos, juntamente com Ariel Perea, responsável pela proposta intitulada Memorial das luzes flutuantes.

Saiba mais sobre a proposta premiada com o terceiro lugar no concurso, a seguir.

Cortesia da equipe premiada com o terceiro lugar

Dos arquitetos: Em 2014 o mundo se comoveu com a tragédia do MH17. Em um instante, 298 vidas se apagaram quando o avião foi abatido por um míssil da Ucrânia. O tempo parou, nossos olhos nublaram ao ver as cenas de terror e espanto... o coração da Holanda se encheu de tristeza.

Um memorial para um acontecimento tão doloroso deve ser austero e respeitoso, exercendo uma ação silenciosa no entorno urbano, como uma homenagem da cidade a seus habitantes. 

Cortesia da equipe premiada com o terceiro lugar

A vida, assim como um rio, segue seu curso e o silêncio desenha uma linha entre a imensidão da correnteza e a coloração sombria do rio, desafiando-nos enquanto se perde na multidão de luzes simbólicas que conformam uma nova paisagem. 

O conjunto dilui os limites definidos, destacando a cor profunda e a textura ondulante da água. Sua escala permite a contemplação a partir de diversos pontos, convertendo-se em uma referência para a cidade.

O edifício monumental e sombrio é um guardião de memórias; abre-se e deixa ver seu coração ferido enquanto que os espaços revelados pela luz evocam as ausências causadas pela guerra. 

O parque é um grande manto de estrelas que afaga o rio. Ao cair da noite surgem epifanias:... 298 luzes emergindo da escuridão, sem asas, sem corpo... Solene, uma grande Caixa Preta desaparece na escuridão, homenageando aqueles que não estão mais entre nós. 

Lógica projetual

A lógica arquitetônica articula conceitualmente três elementos: uma linha em zigue-zague, um plano constituído por uma trama de luzes e um grande volume escuro.

O caminho da meditação consiste em uma plataforma de concreto de cinco metros de largura que possibilita um percurso interpretativo-reflexivo sobre a água. Esse eixo conecta os extremos do parque, resolvendo as relações urbanas e as estações de balsa. Em frente ao memorial essa plataforma se alarga, criando um espaço de encontro.

Cortesia da equipe premiada com o terceiro lugar

As 298 luminárias flutuantes, que emergem de uma trama oculta sob a água, refletem os raios de sol durante o dia e se ascendem à noite.

A caixa preta cria um jogo cenográfico de figura-fundo, fazendo desaparecer um fragmento da linha do horizonte e evocando, assim, a ausência física da matéria. Assim como em um avião, sua função será manter a salvo a memória e as recordações.

Esse edifício tem 150 metros de comprimento, 15 metros de largura e 15 metros de altura. Em uma de suas extremidades, uma grande abertura recebe os visitantes em um caloroso ambiente alaranjado, em homenagem ao povo da Holanda. Esse saguão é também palco de atividades coletivas e atua como conexão com a estação de balsa.

Cortesia da equipe premiada com o terceiro lugar

No interior se desenvolvem sucessivamente seis salas de exposição. A luz é filtrada por aberturas zenitais, criando um jogo de luz e sombra que, somado à contrastante mudança de escala, dramatiza os espaços, revelando sensações e sentimentos sobre os efeitos da guerra, a opressão, a incerteza, o temor, o desejo de liberdade, a busca por respostas e uma luz de esperança para o futuro.

Na última sala, o piso se torna translúcido; observar a correnteza do rio é uma metáfora da vida. Uma rampa convida a subir, dirigindo os olhares para o céu, até culminar no grande terraço de comemorações, de onde se pode contemplar como o memorial se funde com o lago Ijmeer em um abraço eterno.

Prancha #01. Cortesia da equipe premiada com o terceiro lugar
  • Concurso

    MH17 Memorial + Park Competition
  • Prêmio

    Terceiro Lugar
  • Nome da obra

    Memorial de las luces flotantes
  • Arquitetos

    aTP arquitectos, Ariel Perea
  • Localização

    Amsterdã, Países Baixos
  • Arquitetos encarregados

    Fabián Tolosa, Ignacio Pereyra e Ariel Perea
  • Colaboradores

    Juan Pablo Achimón
  • Área

    2.250 m²
  • Ano do Projeto

    2015
  • Fotografias

    Cortesia da equipe premiada com o terceiro lugar

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Cita: Valencia, Nicolás. "Terceiro Lugar no concurso para o memorial do voo MH17 / aTP arquitectos" [Arquitectos argentinos, tercer lugar en concurso internacional que homenajea a víctimas de vuelo MH17] 23 Fev 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/762568/terceiro-lugar-no-concurso-para-o-memorial-do-voo-mh17-atp-arquitectos> ISSN 0719-8906

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