Casa JD / BAK Arquitectos

O Lugar

O terreno de 20m x 30m sobre o qual devíamos intervir se encontra em meio a um denso bosque de pinos marítimos de grande porte. Apresenta a particularidade de que sua frente esta muito elevada em relação ao nível da rua, e esta situação complica a solução do acesso ao prédio, oferece a vantagem de que a casa assim elevada, fica pouco exposta a visão dos que passam pela rua e ainda era possível imaginar que desde seu interior se pudesse obter vistas da paisagem acima das construções vizinhas. Fora a diferença de nível com a rua em toda sua frente, o terreno apresenta um declive diagonal a partir do fundo até a frente, de 3 metros.

© Gustavo Sosa Pinilla

A Demanda
O pedido do cliente foi uma casa para ser usada durante grande parte do ano, com somente dois quartos e dois banheiros, um deles uma suíte, mas com uma zona social suficientemente grande para poder criar espaços de diferentes usos já que existe o hábito de receber muitos amigos. Ainda era necessário que em ocasiões, alguma parte do setor social se transformasse em um lugar para dormir. A cozinha deveria estar integrada a zona social e foi ressaltada a necessidade de dispor de generosas expansões ao ar livre. A área total não deveria superar os 150m².

© Gustavo Sosa Pinilla

O relevo particular do lote, a privacidade resultante da elevação do terreno em relação a rua, as visuais para o bosque livres de construções próximas e a particularidade do programa pedido, são os temas que fazem esta casa singular, com uma proposta estética e construtiva similar as outras construídas pelo estúdio em Mar Azul.

© Gustavo Sosa Pinilla

A proposta foi conceber a casa como dois prismas puros, localizados em uma clareira entre as árvores, de diferentes alturas, que se interceptam perpendicularmente a meia altura. O importante declive do terreno foi aproveitado para esconder parte do programa requerido, reduzindo desta forma a presença de construção aparente. Com esta disposição volumétrica se conseguiu dotar a casa com uma variedade de espaços requeridos sem perder a independência de uso entre os mesmos. Todos os ambientes da zona social se vinculam através de grandes aberturas com decks externos de madeira, e o quarto principal elevado conta com um terraço com extensão coberta.

© Gustavo Sosa Pinilla

A organização funcional

Acessa-se o andar principal através de um deck elevado em relação ao terreno, que se desenvolve ao longo do lado maior da planta, de maneira que, abrindo a carpintaria de correr se consegue uma total integração entre o interior e o exterior. Este nível de acesso é um espaço único onde estão definidos os distintos usos, mediante diferenças de alturas produzidas pela intersecção dos prismas e as setorizações com divisórias de concreto. Desta maneira o espaço ao qual se chega conta com um setor para estar de frente à chaminé e também com um banco pensado para servir de apoio para uma refeição informal em uma mesa baixa. Deste setor se pode ver de frente o ambiente de jantar com sua expansão para o outro terraço, a cozinha integrada a este, mediante uma série de divisórias de concreto.

Planta

No centro da planta, a intersecção dos dois prismas cria um espaço de pé direito duplo onde são protagonistas, tanto as escadas aos níveis médios que levam aos quartos, como os efeitos de iluminação e a visão da paisagem que se obtém pela diferença de altura da volumetria ou através de grandes aberturas. Baixando e semienterrado em uma situação muito reservada, encontra-se o banheiro geral e um quarto e logo acima se desenvolve, ilhado do resto da casa, o quarto principal com seu banheiro privado que se prolonga para o exterior em um terraço semi coberto. Ambos os quartos estão atravessados por um pinheiro antigo, muito robusto, que não se quis derrubar.

© Gustavo Sosa Pinilla

A construção

A casa está construída com três materiais básicos: concreto a vista, vidro e madeira nos decks externos. As lajes dos diferentes volumes se apoiam mediante divisórias e vigas invertidas de concreto aparente e estão com uma inclinação mínima para que se produza rapidamente o escorrimento da água da chuva. Se utilizou concreto H21 com um agregador de um fluidificante para que esta mistura com escassa quantidade de água no conjunto, resulte em algo muito compacto e não necessite de impermeabilização.

Corte 01

As poucas divisórias internas de tijolos estão com acabamento de cimento liso, o piso também é de cimento liso dividido por placas de alumínio. As aberturas são de alumínio anodizado de cor bronze escura. O sistema de calefação, dado que não existe gás natural na zona, foi resolvido com um sistema que combina salamandra, estufas a gás envasado e estufas elétricas.

© Gustavo Sosa Pinilla

Mobiliário

Salvo as camas, as poltronas e sofás, o resto do equipamento desta casa é resolvido com o uso de concreto.

© Gustavo Sosa Pinilla

 

Ficha técnica:

  • Arquitetos:BAK Arquitectos - María Victoria Besonías, Luciano Kruk
  • Ano: 2009
  • Área construída: 149 m²
  • Área do terreno: 600 m²
  • Endereço: Mar Azul, partido de Villa Gesell Buenos Aires Argentina
  • Tipo de projeto: Residencial
  • Status:Construído
  • Materialidade: Concreto e Vidro
  • Estrutura: Concreto
  • Localização: Mar Azul, partido de Villa Gesell, Buenos Aires, Argentina
  • Implantação no terreno: Isolado

Equipe:

 

Sobre este escritório
Cita: Leonardo Márquez. "Casa JD / BAK Arquitectos" 08 Mai 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-47539/casa-jd-bak-arquitectos> ISSN 0719-8906

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