Centro Cívico e de Lazer Infantil / Miquel Mariné e César Rueda

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Ainda que, o antigo mercado de Alcañiz deixou de ser usado como tal há anos, ele segue sendo uma prolongação da praça principal, agora como espaço para socialização, lazer e formação de crianças.

O grandioso espaço interior do edifício reincorpora-se ao seu entorno com um novo uso, mediante a inserção de um novo elemento construído; um exercício de ocupação estratégico, cuidadoso, reversível e independente da estrutura existente, através dos níveis de ocupação, limitados ao espaço geral por uma pele contínua e materialmente homogênea.

Essa peça é capaz de organizar a entrada e saída da grande sala, dar lugar a novos e diferentes níveis de atividade e resolver o caminho entre eles, gerar espaços fechados para os novos programas educacionais nas naves laterais; tudo seguinte a premissa de manter o espaço do antigo mercado como um lugar de uso público, preservando íntegras suas qualidades espaciais originais, sem que estas sejam reduzidas pela intervenção.

Por isso, esta peça estrutural é colocada no espaço formando um átrio publico entre o exterior e a grande sala de lazer, da qual sobe-se aos novos espaços do centro, que estão no piso térreo e no novo mezanino, e são, fundamentalmente, salas de aula organizadas por idade que variam de0 a11 anos. O reaproveitamento de uma antiga escada e a prolongação do elevador permitem o acesso às salas existentes do edifício, antes em desuso.

São dois pressupostos que pautam a materialização do projeto: nenhum dano ao edifício original e suas estruturas, e uma construção desmontável.

Neste sentido, adotam-se técnicas precisas; opta-se por levantar uma estrutura principal metálica parafusada a suportes independentes a colunas e paredes existentes, e lajes de madeira compensada com painéis OSB entrevigados.

Os fechamentos são de painéis de gesso sobre estruturas secundárias metálicas e de madeira. Os revestimentos são realizados com peças de diferentes seções e extensões, de madeira de coníferas (Flandes, melis y abeto branco); a textura exterior é conseguida através da modulação das diferentes seções das peças e sua colocação paralela a parede (em zonas de revestimento opaco) ou perpendicular as aberturas (gelosias).