Qual o potencial dos espaços urbanos além do que é dado hoje para publicidade? Como podemos catalisar o conhecimento do meio ambiente para contribuir para o desenvolvimento das sociedades? Como se podem criar intercâmbios culturais que capacitem os cidadãos e lhes entreguem participação às audiências públicas? Como estas ações influem nas comunidades globais?
Estas são algumas das perguntas que os criadores do programa de pesquisa transnacional “Rede Urbana de Meios para Conectar as Cidades” (Urban Media Network for Connecting Cities) procurará responder através de congressos anuais que se realizarão entre 2012 e 2016, com o objetivo de criar uma rede urbana de meios digitais de comunicação que difundam o acontecer artístico das cidades europeias, como conferências, eventos, exposições e oficinas.
Para atingi-lo, mais de dez institutos e museus de países membros da União Europeia unir-se-ão para criar esta rede modelo do século XXI que permitirá compartilhar o conteúdo artístico e cultural produzido na Europa. Se levarmos em conta que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) já estão presentes nos espaços urbanos como membros intangíveis e que atualmente há 5,9 bilhões de pessoas que possuem acesso à internet todo o tempo, seja em suas casas ou circulando nos espaços públicos, insiste-se em massificar o conteúdo para democratizar as comunicações e seu acesso desde os espaços públicos.
Nesta rede confluiriam elementos artísticos e tecnológicos, práticas e buscas públicas para capacitar os cidadãos e permitir que criem um entorno digital que contribua a um nicho além do mundo das artes.
Cabe mencionar que “Connecting Cities” sustenta-se na ideia de que os espaços públicos são lugares para a criatividade, visibilidade e intercâmbio da cultura, a partir do qual se cria uma esfera digitalmente conectada.
Até agora, as cidades que participarão do programa são: Aarhus (Dinamarca), Berlim (Alemanha), Bruxelas (Bélgica), Helsinki (Finlândia), Istambul (Turquia), Linz (Áustria), Liverpool (Inglaterra), Marselha (França), Madri (Espanha), Montreal (Canadá), Riga (Letônia), Viena (Áustria), Zagreb (Croácia).
Para concretizar esta visão, as próximas reuniões terão um nome que definirá os próximos temas discutidos. No entanto, nada pode ser concebido como uma unidade. Por exemplo, o encontro do próximo ano, denominado “Cidade Conectada 2013”, abordará como conectar cenários locais com os bairros. No caso de 2014, "Cidade Participativa 2014", vai tentar incluir audiências públicas nos processos artísticos e, em 2015, "Cidade Visível" tentará exibir dados de redes de sensores e processamento em tempo real, permitindo que desenvolvimento de futuras pesquisas.
O programa é um projeto fundado pela União Européia e iniciado pela Public Art Lab, em cooperação com Ars Electronica GmbH (Linz), BIS Body Process Arts Association (Istambul), FACT (Liverpool), iMAL (Bruxelas), m-cult (Helsinki), Medialab Prado (Madri), Media Architecture Institute (Viena), Museum of Contemporary Art (Zagreb), Riga 2014 e Videospread (Marselha). Além disso, participarão como membros associdados as Universidades de Aarhus, Marseille-Provence 2013, MUTEK Montréal e o Quartier des spectacles, de Montreal.
Com o intuito de trazer estas propostas urbanas e assegurar que realmente surjam dos mesmos cidadãos, “Connecting Cities” criou um processo onde os mesmos artistas poderão enviar seus projetos que representem sua cidade de origem e possam ser aplicados em distintas urbanidades, levando em conta a construção de uma infraestrutura que permita a navegação nesta rede.
Para reforçar esta rede com um poder cultural, social e tecnológico, os projetos selecionados deverão maximizar o valor das atividades urbanas para que seu conteúdo se oriente a comunidades vinculadas a questões de diversidade cultural, identidade transporte, educação e sustentabilidade. Se isto for conseguido, a sociedade será a principal beneficiada, já que o material produzido servirá para traçar novas políticas.