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Pier-Luigi Nervi: O mais recente de arquitetura e notícia

Embaixada da Itália em Brasília lança exposição e livro online gratuito sobre projeto de Pier Luigi Nervi

Em 1972, a Embaixada da Itália deixou o antigo solar que ocupava desde 1919 no Rio de Janeiro, na Rua das Laranjeiras 154, e mudou-se para a nova capital, Brasília. O livro e a exposição fotográfica, lançados no dia 29 de agosto, querem oferecer uma viagem pela história fotográfica da sede, organizando e mostrando uma parte importante de sua memória histórica, com o intuito de preservá-la.

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A história da Embaixada é a história de uma construção dentro da construção. Junto com a edificação de uma nova cidade, uma capital visionária e futurista, também ocorre a construção da sede projetada pelo grande engenheiro Pier Luigi Nervi. Um espaço de trabalho e representação que condensa em si o melhor da célebre tradição arquitetônica e da engenharia italiana, enquadrando-se harmoniosamente no desenho urbano e no estilo monumental de Brasília.

A poética concreta de Pier Luigi Nervi, pioneiro do brutalismo

Pier Luigi Nervi é um caso curioso na história da arquitetura. Apresenta grandes edifícios de concreto armado – sendo inclusive responsável por desenvolvimentos técnicos ligados a esse material –, que se definem por seus ousados, expressivos e heroicos partidos estruturais. Projetava de forma semelhante a Corbusier na sua chamada ‘fase brutalista’, que “(...) abordava o programa de arquitetura partindo de princípios de ordem geral, adaptando-os em seguida à situação real. O projeto era definido pelo partido que se organizava do geral para o partícular” (Acayaba, 1985); observar-se isto nos edifícios do italiano que, em grande parte, são obras pavilhonares, nos quais uma grande cobertura estrutural recobre o programa em suas particularidades.

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Cascas de concreto: fundamentos de projeto e exemplos

Pensemos numa folha de papel. Caso haja a tentativa de deixa-la em pé a partir de seu estado primário, a mesma não sustentará seu peso próprio. Contanto, se a curvarmos ou dobrarmos, a mesma atinge uma nova qualidade estrutural, suportando seu próprio peso. Da mesma forma, agem as cascas. “Não se pode imaginar uma forma que não necessite de uma estrutura, ou uma estrutura que não tenha uma forma. Toda forma tem uma estrutura e toda estrutura tem uma forma. Dessa maneira, não se pode conceber uma forma sem se conceber automaticamente uma estrutura e vice-versa.” [1] A importância do pensamento estrutural que culmina no objeto construído é então, tida pela relação entre forma e estrutura. A partir da associação do concreto e do aço, destacam-se as cascas, estruturas cujas superfícies curvas contínuas apresentam pequena espessura, se comparada às outras dimensões, frequentemente utilizadas em grandes coberturas e não permitindo esforços pontuais.

As cascas são estruturas muito utilizadas para coberturas de grandes vãos sem apoios intermediários. Em termos estruturais, são eficientes por resistirem muito bem a esforços de compressão, podendo, em pontos específicos de sua superfície, principalmente próximos aos apoios, absorverem pequenos momentos de flexão.

Em foco: Pier Luigi Nervi

Conhecido tanto como arquiteto quanto como engenheiro, Pier Luigi Nervi (21 de junho de 1891 - 9 de janeiro de 1979) explorou as limitações do concreto armado criando uma variedade de projetos estruturais inventivos; no processo, ele ajudou a mostrar que o material tinha um lugar nos movimentos de arquitetura das décadas seguintes. Nervi começou sua carreira em um momento de revolução tecnológica, e por meio de sua ambição e capacidade de reconhecer a oportunidade em meio ao desafio, teve impacto em várias disciplinas e culturas.

Uma breve história das rotundas de Roma

Com suas centenas de igrejas, Roma desenvolveu uma rica estória de domos. Inspirado por esta herança, Jakob Straub fotografou as rotundas mais importantes da cidade, do antigo Pantheon à moderna arena esportiva de Pier Luigi Nervi. Sua perspectiva fotográfica neutra, tomada olhando para cima a partir do centro da rotunda, abre uma nova visão para conceitos subjacentes em que a arquitetura busca o firmamento. Para Elías Torres, estes espaços iluminados pelo céu constituem um método importante para a arquitetura, em que o exterior é também transformado em uma realidade fascinante e distante.

Torres analisou diversas estratégias para iluminar eficientemente a arquitetura com luz natural vinda de cima. Em seu livro “Zenithal Light", ilustrado com várias fotografias impressionantes, ele chega à conclusão de que "entre as representações do céu no interior da arquitetura, aquela que retrata o sol brilhando em cima com uma forma circular foi a favorita para muitas culturas."