Fábrica de Cimento Portland Perus. Imagem por Humberto do Lago Müller, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons
Quase cem mil metros quadrados conformam o terreno de um dos patrimônios industriais mais importantes do Brasil. Inaugurada em 1926 por um grupo canadense, a Fábrica de Cimento Portland Perus, São Paulo, foi fundamental para o crescimento da região, deixando um legado que vai muito além dos seus restos arquitetônicos.
No cartaz, vê-se a Fábrica Tacaruna (1900), Recife (Imagem de domínio público)
Esse evento pretende aproximar o diálogo entre o patrimônio da modernidade e o industrial: duas tipologias patrimoniais, relativamente recentes, e que não vêm recebendo a devida atenção de uma agenda política preservacionista no nosso país. Observa-se a cada dia, a necessidade em se resgatar, discutir e procurar soluções que documentem e tratem da conservação do acervo dos bens modernos industriais.
Convidamos para tanto, profissionais que atuam tanto no Brasil, nas mais distintas regiões brasileiras, quanto, no exterior. Tais trocas de experiências, certamente, nos possibilitarão novos caminhos, novos olhares, e parcerias fundamentais. Juntos somos mais fortes!
A progressiva desindustrialização das cidades, seja devido a mudanças nas regulamentações de proteção ambiental - em termos de ruído e emissões -, ou ao aumento do valor dos terrenos, levou a um deslocamento sistemático dos edifícios fabris em direção à periferia dos conglomerados urbanos. Por conta disso, muitos edifícios industriais tornaram-se vazios e obsoletos, perdendo suas funções originais. Devido às suas dimensões, grandes vãos, flexibilidade e indeterminação espacial, no entanto, estes edifícios são, em geral, espaços apropriados para a realização de reformas que permitem a incorporação de novos programas.
Considerados marcos paisagísticos por suas imponentes dimensões, os gasômetros surgiram no contexto da Revolução Industrial e estiveram presentes em muitas cidades ao redor do mundo, acompanhando seu processo de urbanização. Com as mudanças na geração e distribuição de gás na segunda metade do século XX e surgimento de novas tecnologias, os gasômetros foram gradualmente desativados. Embora muitos tenham sido condenados à demolição nos últimos anos, muitos também ainda permanecem no tecido urbano e são testemunhas de um passado industrial. Seu potencial para intervenções arquitetônicas, artísticas e paisagísticas nos leva a questionar quais seriam as possibilidades para seu futuro.
Patrimônio que te quero, Viva! é a celebração do patrimônio local é também um convite ao (re)conhecimento do passado e uma provocação para o futuro.
A partir do dia doze de maio, por meio da Secretaria Estadual da Cultura e do ProAC a biblioteca Padre José de Anchieta receberá a Exposição temporária, Patrimônio que te quero, Viva! , a mostra contará a história da Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus - CBCPP, primeira industria de cimento do Brasil a produzir em larga escala.
A exposição tem como propósito, fazer (re)conhecido o patrimônio local para a população que o detém. Patrimônio é um
Em entrevista realizada pela repórter e arquiteta Venessa Correa para a seção Seres Urbanos do jornal Folha de S. Paulo, o secretário de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Fernando de Mello Franco – também sócio do escritório MMBB – discorre da importância do patrimônio industrial para a cidade e das intenções da prefeitura em relação ao futuro desse legado.
Essas áreas industriais são especialmente importantes pois hoje, diferente de quando se instalaram, se encontram muito mais próximas de zonas residenciais e novos empreendimentos imobiliários que podem, eventualmente, gerar pressão para que essas atividades sejam movidas para outras regiões.