O desenvolvimento das interfaces digitais, somado ao bombardeamento de imagens que sofremos cotidianamente pela publicidade, aumentam a demanda pela nitidez das coisas, que tendemos a naturalizar. É o que Baudrillard chamou de "mundo da hipervisibilidade". A arte, no entanto, pode propor uma desaceleração da percepção, nos apontando dimensões mais profundas da experiência, onde a velocidade se torna retardamento.
Guilherme Wisnik conversa com Michael Wesely, fotógrafo de arte alemão mais conhecido por suas fotos de cidades, edifícios e paisagens, tiradas com uma técnica especial de exposição ultra longa. De 1986 a 1988, Michael Wesely freqüentou a Bayerische Staatslehranstalt für Photographie em Munique, antes de estudar na Academia de Belas Artes de Munique.