À medida que nosso mundo se transforma em um ritmo sem precedentes, os desafios atrelados a isso estão se tornando cada vez mais complexos. As questões enfrentadas pelas cidades e redes de nosso mundo globalizado, os ambientes físicos e virtuais onde ocorre esta transformação, estão tornando a arquitetura mais relevante do que nunca.
As questões do ambiente construído deixaram de ser exclusividade dos profissionais que o constroem e projetam e passaram a ser questões transversais em nossa sociedade. Dos cidadãos que questionam a qualidade dos espaços públicos ao construtor autodidata que ergue uma pequena casa no campo, ou o morador de um simples apartamento que usa um aplicativo para projetar seus interiores durante a quarentena, todos querem ter direito à voz e a agir. Por que a arquitetura tem que ser tão incerta, tão distante?
Concebidos com o objetivo de aproveitar ao máximo o espaço, os móveis embutidos se tornaram cada vez mais populares como uma forma prática de atender às necessidades domésticas. A capacidade de adaptação ao espaço arquitetônico lhes permite, através de diferentes configurações ou materialidades, satisfazer diversos usos e funções e ser integrados à arquitetura. Entretanto, pode ser interessante nos fazermos a pergunta: este tipo de mobiliário é o que se adapta aos espaços residuais de nossas casas ou pode se tornar o protagonista e gerador dos espaços que projetamos?
Josep Ferrando é arquiteto radicado em Barcelona. É reitor da Escola Técnica Superior de Arquitetura La Salle (ETSALS) e diretor do Centro Obert d´Arquitectura de Barcelona e do Departamento de Cultura do Colégio de Arquitetos da Catalunha (COAC). Integrando sua trajetória acadêmica e suas frequentes palestras, seu escritório desenvolve projetos que exploram diferentes escalas e materiais, experimentando sistemas construtivos e soluções inovadoras. Conversamos com ele sobre a importância dos materiais na arquitetura e sobre as sinergias que ele encontra entre a prática e a docência.
Em nosso país vizinho, o Paraguai, tijolo pode significar muitas coisas. Desde paredes, divisórias, muros, anteparos, lajes, abóbadas, pisos e pavimentos. Ao longo das últimas duas décadas, a arquitetura contemporânea paraguaia não só evidencia a grande versatilidade deste nobre material, mas sobretudo nos mostra a capacidade de seus arquitetos em reinventar constantemente a sua aplicação, explorando a fundo todo o seu potencial expressivo.