Jonathan Glancey

NAVEGUE POR TODOS OS PROJETOS DESTE AUTOR

Desenhos à mão livre: o valor da interpretação emocional na arquitetura contemporânea

Um século depois a ideia convincente de que a arquitetura moderna surgiu como uma fênix cegamente branca, cristalina e perturbadora em meio à morte e à destruição da Primeira Guerra Mundial é, talvez, familiar. No entanto, os esboços a carvão e as montagens em chiaroscuro que Mies van der Rohe fez durante e após a época do concurso para o arranha-céu de Berlim Friedrichstrasse de 1921-22, mantêm o poder de chamar a atenção, provocar e perturbar mesmo em nossa era de imagens impressionantes produzidas por e com programas de computador.

O que é mais notável nesses desenhos visionários centenários é que eles retratam um tipo de construção futura, à beira do etéreo e mais ou menos impossível de se fazer naquele momento, nos materiais de desenho mais terrenos. Foi um golpe de gênio usar o carvão para evocar uma arquitetura de leveza que emergia das brasas das trincheiras que revolucionariam a maneira como moldamos prédios altos e com eles as ruas de nossa cidade. Tal é o poder do desenho à mão livre.

Desenhos à mão livre: o valor da interpretação emocional na arquitetura contemporânea - Image 1 of 4Desenhos à mão livre: o valor da interpretação emocional na arquitetura contemporânea - Image 2 of 4Desenhos à mão livre: o valor da interpretação emocional na arquitetura contemporânea - Image 3 of 4Desenhos à mão livre: o valor da interpretação emocional na arquitetura contemporânea - Image 4 of 4Desenhos à mão livre: o valor da interpretação emocional na arquitetura contemporânea - Mais Imagens+ 2

Como o desenho de arquitetura - em todas as suas formas - pode ajudar a ver o mundo de um novo modo

Para que servem desenhos de arquitetura? Transmitir informações visuais sobre o projeto de edifícios. Isso é certo. Mas eles fazem muito mais do que isso. Podem ser idiomáticos e ideológicos, podem expressar a personalidade de quem os cria, e podem ser feitos através de qualquer meio - carvão, lápis, caneta ou programa de computador. Podem inspirar, provocar e radicalizar. Podem ser realistas ou fantasiosos. Ou, claro, podem instruir sobre como construir uma representação tridimensional daquilo que se vê no papel ou nas telas. Inteligência visível, eles também podem ser arte.

Dessa forma, lidar com uma competição aberta de desenhos arquitetônicos de todo o mundo, como o The Architectural Drawing Prize, só pode ser um exercício de julgamento aberto, mesmo quando estes foram classificados em três categorias técnicas: Desenho à mão livre, Digital e Híbrido. Como podemos comparar a intrigante análise digital de Chris Raven de Espaços Publicamente Acessíveis na Catedral de St. Paul com o quase perfeito corte transversal de Xinyuan Cao através da Renovação da Vila de Denggao, dois competidores elogiados na categoria de Desenhos Digitais?

Como o desenho de arquitetura - em todas as suas formas - pode ajudar a ver o mundo de um novo modo - Image 1 of 4Como o desenho de arquitetura - em todas as suas formas - pode ajudar a ver o mundo de um novo modo - Image 2 of 4Como o desenho de arquitetura - em todas as suas formas - pode ajudar a ver o mundo de um novo modo - Image 3 of 4Como o desenho de arquitetura - em todas as suas formas - pode ajudar a ver o mundo de um novo modo - Image 4 of 4Como o desenho de arquitetura - em todas as suas formas - pode ajudar a ver o mundo de um novo modo - Mais Imagens+ 4

Como Narinder Sagoo e Foster + Partners estão acabando com os preconceitos da arquitetura (com um lápis)

Este breve artigo, escrito pelo autor e crítico Jonathan Glancey, coincide com o lançamento do Architecture Drawing Prize – um concurso com curadoria do World Architecture Festival, o Sir John Soane's Museum, e Make. Os premiados serão exibidos em Londres e Berlim.

Para os arquitetos, diz Narinder Sagoo, diretor de design de comunicação da Foster + Partners, desenhos são responsáveis por contar histórias. Também representam uma maneira altamente eficaz de levantar questões sobre o processo de projeto. Embora a história da arquitetura - certamente desde o Renascimento italiano - tenha sido representada por desenhos convincentes que afirmam a supremacia e refletem a glória de edifícios totalmente resolvidos, há outro modo de representação que permitiu aos arquitetos pensar seus projetos sem preconceitos.

Como Narinder Sagoo e Foster + Partners estão acabando com os preconceitos da arquitetura (com um lápis) - Image 1 of 4Como Narinder Sagoo e Foster + Partners estão acabando com os preconceitos da arquitetura (com um lápis) - Image 2 of 4Como Narinder Sagoo e Foster + Partners estão acabando com os preconceitos da arquitetura (com um lápis) - Image 3 of 4Como Narinder Sagoo e Foster + Partners estão acabando com os preconceitos da arquitetura (com um lápis) - Image 4 of 4Como Narinder Sagoo e Foster + Partners estão acabando com os preconceitos da arquitetura (com um lápis) - Mais Imagens+ 3