Verticalização e qualidade espacial em habitação coletiva: Conjunto Residencial 9 de Julho

Localizado no encontro das avenidas Nove de Julho e São Gabriel (Antiga Avenida Flora) e da Rua Groelândia, entre os bairros Jardim América e Itaim-Bibi, este conjunto, com seus três edifícios de doze pavimentos, tornou-se um importante marco de referência num dos mais importantes eixos de ligação entre o centro e a zona sul de São Paulo.

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​O terreno foi adquirido pelo IAPB em 1938, antes da abertura das avenidas que dividiram a área em três partes, criando entre os edifícios uma barreira que determinou seu funcionamento independente, apesar da grande unidade formal. O edifício foi o primeiro edifício vertical tanto no Jardim América – já ocupado e, ainda hoje, residencial e horizontal – quanto do Itaim-Bibi, à época, horizontal e pouco ocupado e, atualmente um bairro bastante verticalizado e denso, que conjuga moradia e serviços.

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Os edifícios possuem ornamentações em linhas retas que marcam o topo e as arestas do volume. Os acabamentos e detalhes construtivos são de boa qualidade; aberturas são grandes, garantindo boa luminosidade no interior dos apartamentos; as unidades são amplas e o programa, bem distribuído. No terreno remanescente existe um jardim. O padrão de moradia é equivalente ou até superior aos edifícios recentes promovidos pela iniciativa privada e oferecidos à classe média paulistana, no mesmo bairro, a preço bastante elevado.

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​(...) [No] edifício 28 de Agosto (E2 - 222 unidades), (...) os apartamentos apresentam grande variedade de tamanho: desde grandes unidades, com até 116 m2 até quitinetes com 19m2, provavelmente destinadas aos zeladores.

​O porão abriga garagem com 120 vagas, para a qual se previu a contratação de manobrista. Também estava prevista a instalação, não executada, de um anexo comercial e de um parque infantil na área entre o edifício e a atual Avenida São Gabriel. Este edifício foi o primeiro a ser construído e recebeu 1.831 inscritos.

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​O Edifício 12 de Setembro (E3 – 108 unidades), em “T”, possui dois pavimentos-tipo, a saber: um do segundo ao oitavo andar, com doze unidades, ocupando todo o “T”, e outro do nono ao décimo segundo pavimento, onde se repetem apenas as quatro unidades voltadas para a rua Groelândia. No prédio, há três caixas de circulação: uma, na ponta, dando acesso a duas unidades com três quartos (A11); uma no centro, que se liga a quatro unidades com dois quartos (A10); e a terceira no vértice do “T”, que serve seis unidades.

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​No térreo desse edifício estava localizado o centro social, com salas para curso de costura e culinária, atendimento médico e odontológico e sala de estar para os moradores. Foi projetado, ainda, um recreio coberto, não executado, o que se justifica em razão da existência de uma escola reivindicada pelos antigos moradores, que relatam que, efetivamente, essa escola funcionou no edifício por alguns anos, sendo mais tarde transferida para a Rua Tabapuã, onde existe até hoje. Além da escola, o conjunto possuía outros equipamentos, como um salão de festas na cobertura de um dos edifícios e uma lavanderia coletiva. Notícias da época referem-se a campeonato de xadrez, curso de balé para moças e compra de um projetor para sessões de cinema, indicando uma intensa atividade social.

Data do projeto: 1945
Data da conclusão: 1950
Arquiteto: Comissão técnica do IAPB
Área construída: 56.171,46 m²

Texto: Nabil Bonduki e Ana Paula Koury [BONDUKI; KOURY, 2014]
​Pesquisadores responsáveis: Prof. Leandro Medrano | FAUUSP, Prof. Luiz Recaman | FAUUSP
Pesquisadores: Cássia Bartsch Nagle, Katrin Rappl
Bolsista responsável por este número: Luiza Pires Fujiara Guerino

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Sobre este autor
Cita: PC3 - Pensamento Crítico e Cidade Contemporânea. "Verticalização e qualidade espacial em habitação coletiva: Conjunto Residencial 9 de Julho" 26 Set 2020. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/948122/verticalizacao-e-qualidade-espacial-em-habitacao-coletiva-conjunto-residencial-9-de-julho> ISSN 0719-8906

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