Curadores da 12ª Bienal de São Paulo discutem o tema "Todo dia"

Bruther, dispositivo, Montagem a partir de fotografias de Nelson Kon

Refletir sobre o cotidiano. Essa é a proposta da 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece a partir de setembro na capital paulista. Com o tema “Todo dia”, a bienal quer abordar a “dimensão mais trivial da realidade”, lançando luz sobre a produção do espaço ordinário, usual e, por isso mesmo, fundamental para a qualidade do ambiente em que cotidianamente habitamos. Os curadores Vanessa Grossman e Ciro Miguel são nossos convidados para essa conversa sobre este evento tão importante na construção de pontes entre a produção acadêmica e prática da arquitetura e a sociedade em geral.

A Bienal de São Paulo foi fundada nos anos 50, quando a arquitetura era uma entre várias temáticas no campo das artes plásticas envolvidas no evento. A criação da bienal se dá em meio ao clima favorável instituído com a inauguração do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Mas só a partir de 1973 é que a arquitetura ganha uma mostra exclusiva, organizada pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, independentemente da presença das artes plásticas. Apesar do hiato de 20 anos entre a primeira e a segunda Bienal de Arquitetura, o evento, em sua 12ª edição, se consagrou como uma das principais plataformas para divulgar e discutir a arquitetura e o urbanismo brasileiros.

A responsabilidade de curatoriar a bienal ficou a cargo de três arquitetos, escolhidos por meio de um concurso público com juri internacional, o que significou uma novidade na organização do evento. Vanessa Grossman, Ciro Miguel e Charlotte Malterre-Barthes, elegeram o tema “Todo dia” como materialização da preocupação em aproximar os arquitetos da realidade cotidiana da cidade, com suas mazelas, suas potencialidades e sua poesia. Influenciados pela prática pedagógica, comum aos três curadores, a temática do ordinário não é assunto recente, mas tem sido objeto direto de diferentes estudos acadêmicos, apontando a atualidade e pertinência da questão para a cidade contemporânea.

A mostra vai acontecer em dois edifícios bastante representativos da metrópole de São Paulo – Centro Cultural São Paulo e Sesc 24 de Maio (link para os projetos) -, que, nas palavras dos curadores, são edifícios-manifestos que encapsulam o cotidiano urbano da capital. Em cada edifício haverá uma exposição abrangendo desde mostra de projetos à debates e intervenções físicas nos espaços, traduzindo o modo como habitamos e construímos a cidade e sua relação com os recursos naturais. Três eixos curatoriais organizam as formas de exposição e sintetizam facetas do cotidiano através das práticas e discursos arquitetônicos: relatos do cotidiano, materiais do dia-a-dia e manutenções diárias.

Para saber mais sobre o processo de escolha dos projetos a partir de uma chamada aberta, sobre a concepção do tema e sua repercussão no formato expositivo, entre outros ricos detalhes dos bastidores de toda a feitura da bienal, acesse o link e escute o cast.

Para saber mais sobre este assunto tão caro aos arquitetos, ouça o cast.

Texto de Aline Cruz.

Sobre este autor
Cita: Arquicast. "Curadores da 12ª Bienal de São Paulo discutem o tema "Todo dia"" 10 Set 2019. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/924540/curadores-da-12a-bienal-de-sao-paulo-discutem-o-tema-todo-dia> ISSN 0719-8906

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