O Projeto APIS é fruto de uma pesquisa desenvolvida pelo grupo NOAH- Núcleo Habitat sem Fronteiras, coordenado pela professora Profa. Dra. Lara Leite Barbosa de Senne da FAUUSP. Pesquisadores da Universidade de São Paulo com a participação da comunidade, da prefeitura local, de membros da Defesa Civil do Estado de São Paulo e de organizações não governamentais nacionais e internacionais, atuaram como consultores e especialistas para propor os sistemas e componentes do projeto.
Com tais parcerias, o grupo percebeu que os abrigos temporários, onde as pessoas ficam no período imediatamente após um desastre, são usualmente edifícios públicos como ginásios, escolas, igrejas ou mesmo tendas em áreas abertas. Como as inundações costumam se repetir, em maior ou menor escala nos mesmos locais, as pessoas já sabem onde se abrigar. Em geral há o atendimento das necessidades básicas com o recebimento de kits da defesa civil ou de instituições de caridade e com fornecimento de alimentação por merendeiras da prefeitura e por voluntários. O que é difícil de improvisar são os equipamentos de higiene, uma vez que o local perde o fornecimento de água e energia nos primeiros dias e tais edifícios em geral não foram dimensionados para atender tantas pessoas que precisam tomar banho, usar vasos sanitários e lavatórios num número bem maior do que o imaginado. O mais grave é que muitas doenças, como leptospirose, diarreia infecciosa, hepatite A e febre tifóide proliferam após enchentes e inundações agravadas por chuvas. Altamente recomendável pelos médicos infectologistas, o banho quente, além do aspecto de higienização, pode proporcionar relaxamento e cuidados com o corpo numa situação de stress elevado.
Por isso o Projeto APIS é um protótipo de banheiro modular, que pode ser replicado de acordo com a necessidade; autônomo, que provê soluções para captação, tratamento e aquecimento da água com coleta dos resíduos mesmo sem infraestrutura preexistente e móvel, que é transportado em um container por caminhão para o local da inundação. Para teste dos sistemas, são duas áreas de banheiro com chuveiro, vaso sanitário e dois lavatórios para cada vestiário feminino e masculino e outra área separada para portadores de necessidades especiais. O APIS está atualmente na AUSPIN (Agência USP de Inovação) que é o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Universidade de São Paulo.
Após o período de levantamentos em uma região recorrentemente afetada por inundações, o Vale do Ribeira, teve início a prototipagem apoiada pelo Programa Pillars of Sustainable Education criado pela Architecture for Humanity e financiado pela Alcoa Foundation. Estes subsídios foram suficientes para a construção de quase 90% do projeto, mas sem a completa conclusão da obra, a unidade construída ainda não pode ser encaminhada para testes em locais afetados por desastres no Brasil.
A campanha do Catarse busca a aquisição de importantes elementos, como o painel de automação do sistema hidráulico que irá controlar os mecanismos de bombeamento da água para a ultrafiltração e distribuição ao banheiro, a plataforma elevatória para garantir acessibilidade ao portador de necessidades especiais, entre outros elementos que faltam para o banheiro funcionar conforme o projeto.
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