Lugar da Memória / BARCLAY&CROUSSE Architecture

Lugar da Memória / BARCLAY&CROUSSE Architecture - Mais Imagens+ 16

Lima, Peru
  • Engenharia Estrutural: Eng. Raúl Ríos
  • Empreiteira: ALTESA
  • Cliente: Comisión de Alto Nivel para la Gestión e Implementación del Museo de la Memoria
  • área Do Terreno: 7,573 m²
  • Custo: U$ 8.100.000
  • Autores Do Projeto: Sandra Barclay e Jean Pierre Crousse
  • Colaboradores: Paulo Shimabukuro, Carlos Fernandez, Rosa Aguirre, Mauricio Sialer
  • Cidade: Lima
  • País: Peru
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© Cristobal Palma / Estudio Palma

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto tem como principal tarefa dignificar o homem e inserir-se harmoniosamente no contexto geográfico e urbano. Integra-se à paisagem recuperando a memória da Costa Verde, com sua formação de falésias e desfiladeiros, utilizando no projeto seus elementos construtivos característicos (cantos arredondados) e a vegetação nativa de juncos.

O Lugar da Memória oferece uma vasta varanda sobre o mar, uma praça pública aberta ao público e de livre acesso. O projeto é articulado por um trajeto significativo que parte desde a via urbana de acesso, continua ao longo da visita da coleção e termina com o caminho de retorno à cidade, em uma sucessão de espaços abertos e cobertos que predispõem ao visitante interagir ativamente com o conteúdo do museu. A responsabilidade ambiental é assumida por meio de dispositivos arquitetônicos simples para obter o conforto acústico e visual, assim como para alcançar uma maior eficiência no consumo de água e energia.

Planta

O LUGAR DA MEMÓRIA CONSTRÓI A MEMÓRIA DO LUGAR

As falésias da Costa Verde constituem o mais importante patrimônio paisagístico de Lima. O projeto sutura a ferida causada pela construção da Bajada de Productores, prolongando com o edifício o sistema de falésias e desfiladeiros, procurando recuperar as dimensões originais da baixada natural.

© Cristobal Palma / Estudio Palma

O edifício adquire uma dimensão territorial ao formar parte de um sistema topológico de mais de 10 km de comprimento, que se estende desde o local do projeto até o Morro Solar no Sul (no norte as falésias sofreram muitas intervenções e não preservam já não têm quaisquer traços originais). A entrada de pedestres ao edifício (a maioria dos visitantes chegam em transporte público) realiza-se cruzando uma falha ou quebrada criada entre este e o promontório natural, reproduzindo, assim, o passeio que parte de um contexto metropolitano para chegar a um ambiente natural, característica das baixadas históricas da baía.

Planta

UM EDIFÍCIO SENSÍVEL AO LUGAR. ABRIGANDO A MEMÓRIA

Em um contexto cercado por rodovias de alto tráfego e altos níveis de poluição sonora, propõe-se um edifício que se protege do caos veicular para abrir-se para o promontório que faz parte do local de intervenção.

© Cristobal Palma / Estudio Palma

O material de fechamento do edifício, painéis pré-fabricados em concreto armado com cantos arredondados, geometriza a matéria constitutiva do penhasco para torná-lo um "precipício artificial". O edifício, opaco ao norte, abre-se para o sul com grandes superfícies de vidro, aproveitando a boa orientação e proteção contra ruídos. Essas esquadrias geram vistas sobre o promontório, enquadrando e integrando conceitualmente a exposição.

© Cristobal Palma / Estudio Palma

A LÓGICA CONSTRUTIVA

Sendo o local produto da destruição e aterro sanitário do penhasco, o edifício está gravado de custosas fundações por pilotis de grande profundidade. A estratégia de implantação do programa minimiza a área de fundação, desenvolvendo uma edificação compacta em altura que reduz consideravelmente o número de pilares. Ao implantar o edifício muito próximo da cabeceira natural, a profundidade e o custo foram consequentemente reduzidos.

Corte

LUGARES PÚBLICOS: DO ESPAÇO CÍVICO AO ESPAÇO DE REFLEXÃO

O terreno é nivelado em platôs para formar um espaço cívico vasto chamado "Esplanada da Reconciliação". O piso é feito do mesmo material das falésias e do edifício, pontuados por juncos, como recordação da vegetação nativa deste e de outros córregos da Costa Verde. A partir do espaço público o edifício expressa as suas institucionalidade e estatuto público. No topo do edifício, a visita ao museu culmina num segundo espaço semi-público chamado de "o lugar do congojo",  que constitui uma transição entre as exposições e o retorno à cidade.

© Cristobal Palma / Estudio Palma

O piso em arquibancadas com parapeitos horizontais permite descobrir gradualmente o horizonte e, finalmente, a baía de Lima. Nesse espaço de reflexão propõe-se um quipu moderno, que materializa a memória de um ausente amado, em uma tentativa de complementar a história desses anos com a presença física do objeto que desencadeia a memória ou simplesmente como um meio de comunhão com o falecido, costume profundamente enraizado na mentalidade andina.

Cortesía de Barclay & Crousse

O PASSEIO MUSEOGRÁFICO

A admissão começa no nível da Esplanada da reconciliação e da Lacuna ou Quebrada. A visita ao museu é realizada através de uma rampa ascendente, acessível a pessoas com deficiência. Ao longo dessa rampa são desenvolvidas as salas de exposição constituídas por volumes suspensos sobre as salas de exposições temporárias e a biblioteca, formando falhas ou fissuras que fazem alusão às profundas divisões sociais que levaram à violência.

© Cristobal Palma / Estudio Palma

O passeio termina no Local do Congojo, culminando com a (re) descoberta do horizonte e da Baía de Lima, para, logo, prosseguir em direção à cidade, no caso dos pedestres, ou descer de elevador até o estacionamento, para as pessoas que vieram em veículos particulares.

© Cristobal Palma / Estudio Palma



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Localização do Projeto

Endereço:Lima, Peru

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Sobre este escritório
Cita: "Lugar da Memória / BARCLAY&CROUSSE Architecture" [Lugar de La Memoria / BARCLAY&CROUSSE Architecture] 28 Jan 2015. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/760919/lugar-de-la-memoria-barclay-and-crousse> ISSN 0719-8906

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