Parque da Música / Costa Fierros Arquitectos

Adequação urbana da estação de Cocheras da linha 1 do metrô de Sevilha. Novo Parque do Bairro da Música.

© Pablo F. Díaz-Fierros

ESTADO ANTERIOR

O terreno em que se situa o Parque foi durante muitos anos uma zona degradada e sem equipamento algum, um histórico descampado que tem dividido os bairros de seu entorno (bairro de Las Águias e Los Prunos) e isolado seus vizinhos.

Antes das obras da linha 1 do metro, a área esteve ocupada pelas antigas instalações dos cocheiros de cavalos de Sevilha, abrigando também nesse momento as obras do projeto do metrô da década de setenta. Devido ao planejamento da execução da Linha 1 que passaria por estes bairros, foi analisada a oportunidade de revalorizar o entorno da estação com um espaço público de qualidade.

© Pablo F. Díaz-Fierros

A estação de Cocheras, inaugurada em 2009, está semi soterrada e o metrô (subterrâneo) requer uma grande inclinação para que os trens alcancem sua cota e possam subir à superfície acima do viaduto da SE-30. O túnel de concreto que abriga as vias eleva-se até uma altura máxima de sete metros, comportando-se como uma contundente barreira física entre os bairros.

© Pablo F. Díaz-Fierros

OBJETIVO DA INTERVENÇÃO

O Parque da Música é umas das atuações singulares em matéria de reurbanização e integração urbana associadas à infraestrutura da Linha 1 do Metrô de Sevilha,  iniciadas em janeiro de 2009. Durante sua execução (2006-2008) foram desenvolvidos os anteprojetos e projetos construtivos, com a participação ativa em seu projeto das associações de vizinhos dos bairros de seu entorno.

Planta geral

Entre as principais colaborações dessas associações, incluídas pelo Conselho de Obras Públicas e Habitação (administração promotora desta atuação através da Agência de Obra Pública do Governo da Andaluzia) no projeto definitivo, aparece a incorporação dos meios mecânicos de acesso, fornecendo uma melhor permeabilidade tanto ao acesso à estação, como ao caminho transversal entre ambos os bairros.

© Pablo F. Díaz-Fierros

A intervenção que se constrói sobre uma área total de 32.487 m2, garante a acessibilidade à estação, situada no planalto central do Parque, assim como ao caminho dos vizinhos entre as habitações que estão ao redor da estação.

Contribui ao disfrute do passei e dos espaços reservados ao descanso e a contemplação da nova paisagem criada; assim como, possibilita a continuidade dos itinerários urbanos, fazendo=os acessíveis e cômodos para todos. Portanto, se persegue um duplo propósito: uma cidade mais coesa, com melhores relações internas, e uma cidade mais humana e agradável em suas vivencias cotidianas.

© Pablo F. Díaz-Fierros

DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO

O espaço organiza um grande percurso norte-sul que, em suave rampa, permite alcançar a cota da estação. A esse percurso longitudinal são vinculados outros transversais, que partem do meio das praças e ruas.

© Pablo F. Díaz-Fierros

Na margem leste a diferença de nível é vencida através de ruas que sobem pelo terreno, formando taludes que protegem as praças na cota do bairro. Junto à entrada da estação está um dos ascensores e a escada rolante.

No lado oeste a diferença de cota é resolvida com um muro paralelo ao túnel do metrô e se desenvolve em curva até definir a entrada principal oeste ao espaço com uma rampa. No encontro da rua de pedestres Águila Marina com a Águila de Oro está o outro elevador.

© Pablo F. Díaz-Fierros

A pavimentação é realizada com materiais de primeira qualidade (peças cerâmicas, paralelepípedos de pedra calcária e granito), cuja geometria repete-se sistematicamente como um tecido que vai atando os distintos espaços.

Esse padrão vem de uma trama de azulejos existente no Pátio de Las Muñecas do Real Alcazar de Sevilha.

© Pablo F. Díaz-Fierros

Entre as figuras geométricas dessa trama encontram-se retângulos de 6x2m que são preenchidos por plantas tapizantes como um tapete, mas mantendo sempre a vista livre de obstáculos, de modo que a sensação de segurança e confiança em cada esquina. As tapizantes também preenchem de cor e textura os taludes que vestem as praças.

O muro curvo, com 274 metros de comprimento e com uma altura máxima de 7 metros, se transforma em uma tela vegetal, ao ser composto por 24 variedades de 18 espécies de trepadeiras, escolhidas minuciosamente, segundo sua localização, orientação, compatibilidade, cor, odor, etc.

© Pablo F. Díaz-Fierros

Duzentas árvores de 23 espécies diferentes foram escolhidas por seu porte, folhagem, flores, sombra, frutos, simbologia, etc. De folha perene, para que proporcionem o verde durante todo o ano; de folha decídua que nos informam a chegada do outono e da primavera; de folha semi perene, não todos de uma vez, que junto às florações tão vistosas de algumas outras espécies formaram um verdadeiro calendário vegetal.

Todo o tratamento vegetal consiste na plantação de espécies nativas e de fácil conservação.

© Pablo F. Díaz-Fierros

Ficha técnica:

Equipe:

  1. Arquitetos: Costa Fierros Arquitectos | Sara Tavares Costa Y Pablo F. Díaz-Fierros
  2. Colaboradores: David Breva, Paula Ferreira, Pedro Rito Nobre, David Ampe, Elena González, Rosario Alcantarilla, Sergio González, Cristina Rubiño, Alejandro Rodríguez
  3. Arquiteto técnico: Antonio Carrascal Cruzado
  4. Estrutura: Catsoli S.L.
  5. Instalações: Etinsa
  6. Botânica: Ernesto Fernández Sanmartín, Sara Tavares Costa
  7. Empresa construtora: Rafael Morales S.A., Heliopol, S.A.U.
  8. Infográficos: Marcin Sapeta, Alfonso Fiz
  1. Cliente: Agência De Obra Pública Do Governo da Andaluzia
  2. Custo: 4.544.894,06 €
  3. Custo/M2: 140 €/M2

Sobre este escritório
Cita: Marina de Holanda. "Parque da Música / Costa Fierros Arquitectos" 11 Mai 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-48091/parque-da-musica-costa-fierros-arquitectos> ISSN 0719-8906

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