Modernização da Escola Sebastião da Gama / Ricardo Carvalho + Joana Vilhena Arquitectos

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O projecto de modernização da Escola Sebastião da Gama em Setúbal, inscrito no programa de modernização das escolas partiu de um programa elaborado pela Parque Escolar, privilegiou dois temas para a fixação de um critério de intervenção. O primeiro foi a tradução arquitectónica da Learning Street (um conceito comum a todos os projectos lançado pela Parque Escolar) e o segundo a potencial abertura à comunidade de espaços da escola em horário pós-curricular.

A Learning Street foi para nós o tema que permitiu construir uma sucessão de espaços de grande informalidade, reinventando o estímulo que algumas áreas da escola não possuíam. Esta informalidade pareceu-nos ser a grande contribuição da Arquitectura para as novas ambições pedagógicas do ensino secundário.

No caso específico da Escola Sebastião da Gama este conceito ganhou realidade física na re-definição do espaço exterior – o grande espaço de encontro de todos – como se tratasse de facto de uma praça de uma cidade. Em torno deste instalam-se os vários espaços de ensino e de convívio, que estimulam uma relação entre si tão franca e informal quanto possível. Parece-nos ser possível afirmar que a escola foi refundada com esta clarificação do espaço central.

A abertura à comunidade foi também um tema importante na fixação do programa. Em lados opostos da Learning Street (nascente e poente) instalaram-se os novos equipamentos tendencialmente mais chamativos da vida exterior à escola.

A Biblioteca e a Sala Polivalente num edifício novo e os campos desportivos cobertos nas antigas oficinas de mecânica, tornaram-se espaços tão vitais à escola como o são o edifício principal que contem as salas de aulas, mas estão também vocacionados para serem utilizados sem prejuízo do seu funcionamento quotidiano.

A afirmação da biblioteca e sala polivalente como edifício autónomo e dos campos de jogos como reinvenção de uma parte da escola não utilizada, permite uma naturalidade dos estudantes na sua utilização de espaços que afirmam as matrizes da vida pública. A escola é uma cidade.