Mulheres na Arquitetura: Como podemos superar esta diferença?

© Flickr User CC m'sieur rico

Texto por Vanessa Quirk via Archdaily. Tradução Archdaily Brasil.

Hoje, homenageando o Dia Internacional da mulher, queremos destacar uma das questões mais marcantes do campo da arquitetura: a falta de arquitetas. Existem diversos artigos sobre como pode ser explicado a disparidade entre os gêneros na arquitetura - os fatos e os números que revelam esta diferença extraordinária presente em nossa profissão (por exemplo, no Reino Unido, apenas 21% dos arquitetos são mulheres e recebem salários aproximadamente 25% menores do que seus colegas homens) - porém, ainda se discute pouco sobre como essa diferença pode ser superada.

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Em seu artigo para o Architect's Journal, a arquiteta Yasmin Shariff nota que o problema não está relacionado com o ensino ou ao número de pessoas por gênero que ingressam nesta carreira - na realidade, na maioria dos cursos de arquitetura, há mais mulheres do que homens - mas sim, ao permanecimento das mulheres em um patamar médio da profissão após terem dedicado metade de suas vidas à arquitetura. Sharriff sugere que uma grande mudança cultural é necessária, assim como ocorreu nos campos profissionais jurídicos e médicos, que agora são representados quase que igualmente por ambos os gêneros: "se (escritórios de arquitetura) fossem forçados a olhar para esta questão em relação ao salário, posição e gênero de seus membros, estas desigualdades seriam evidentes. Se estes números fossem usados para influenciar um critério de seleção, esta desigualdade em relação ao gênero seria diminuída rapidamente".

Diretora da SOSHL e co-fundadora do MASS Design Group, Marika Shioiri-Clark contou-me em um email que considera que o futuro previsto por jovens arquitetas deve ser um fator óbvio: "Isto pode soar um pouco clichê, mas acredito que há, com certeza, mulheres que escolhem largar sua carreira ou colocá-la em segundo plano quando se tornam mães. [...] Não estou certa de como isto poderia ser feito, mas creio que conforme as mulheres começarem lentamente a se tornar importantes em mais escritórios, este tipo "futuro previsto" mudará aos poucos. O outro ponto [...] é o fato de que a arquitetura parece, para muitos, como um velho clube escolar de garotos. Eu me pergunto que tipo de impacto se pode criar em uma profissão através de uma organização ampla para arquitetas que se ajudem, que se referenciem em seus projetos etc. Pequenas organizações como esta já existem, mas não em uma escala nacional aceitável".

Você concorda? O que você considera ser o mais importante a se fazer para diminuir esta diferença e manter mais mulheres nesta profissão? Diminuir o número de longas e inflexíveis horas? Ampliar a rede de trabalho entre mulheres? Aumentar o salário? Ou talvez seja mais uma questão de uma mudança qualitativa, transgredindo a cultura arquitetônica para um caráter menos paternalista ou masculino? Adoraríamos receber comentários de nossos leitores para que possamos iniciar uma discussão que possa se transformar em ação. 

Sobre este autor
Cita: Quirk, Vanessa. "Mulheres na Arquitetura: Como podemos superar esta diferença?" [Women In Architecture: How Can We Close the Gap?] 08 Mar 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Britto, Fernanda) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-101479/mulheres-na-arquitetura-como-podemos-superar-esta-diferenca> ISSN 0719-8906

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