- Ano: 2006
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Fotografias:Vicente del Amo, Theo Coutanceau
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em frente à colina de Alhambra, a colina de San Miguel enquadra o último trecho do vale Darro e Vega. Esta é uma paisagem absolutamente conectada à cidade, natural e selvagem, mas transformada em um espaço residual, quase marginal, com um grande acúmulo de lixo e entulho. É também uma área de transição para a nova cidade, uma cidade feita de moradias que toca ligeiramente, em meio a sua desordem, os restos fraturados da Muralha.
O vazio da colina de San Miguel uma junção entre dois territórios, uma colina nua, que mostra o tempo e a sua história, conecta a cidade à sua geografia. O que antes representava um limite defensivo da cidade mudou seu significado completamente, mas continua a servir como um guia para um modelo urbano. O projeto preserva esta paisagem, necessária para a compreensão da cidade na estrutura montanhosa que a determina, realizando uma limpeza conceitual e física de seus arredores. Para fazer isso, o acúmulo de resíduos foi substituído por plantações de agaves e cactos, também foi realizada a restauração da fachada da Igreja de San Miguel Alto e foram melhoradas as comunicações com a cidade.
A restauração da muralha, proposta como uma segunda fase da intervenção, dará continuidade visual (especialmente em uma vista distante) ao trecho da muralha, redefinindo a fronteira histórica perdida e protegendo os restos originais. De longe, a nova adição corresponde a sua aparência com o resto, respeitando a sua sequência linear, enquanto que em um olhar mais atento, ela difere fortemente da parede original. A intervenção fecha a brecha na muralha, que está ali desde o século XIX. Ela foi construída no início do século XIV e a intervenção usa um revestimento externo que foi rigorosamente adaptado à sua espessura, sem tocar os restos históricos, garantindo a preservação ideal.
Estruturalmente, a presença maciça e sólida torna-se desnecessária, portanto, seu interior permanece um espaço vazio, um verdadeiro ponto singular do projeto: a passagem que nos permite caminhar dentro das paredes, uma porta misteriosa que liga duas partes historicamente diferentes da cidade. Na nova muralha, um simples empilhamento de placas de pedra dispostas uma acima da outra deixa uma série de intervalos mínimos aleatórios que permite a vista da cidade. A visão contemporânea e fragmentada recria a visão que temos da estrutura de Alhambra.
