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Arquitetos: Carlo Ratti Associati, Höweler + Yoon Architecture
- Área: 400 m²
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Fotografias:Leonardo Finotti, Peter White

Descrição enviada pela equipe de projeto. AquaPraça, a praça cultural flutuante projetada por CRA–Carlo Ratti Associati e Höweler + Yoon, tornou-se um dos marcos da Conferência da ONU sobre Mudança Climática COP30, realizada em Belém, no Brasil. Após sua estreia em Veneza, em setembro, durante a Bienal de Arquitetura de 2025 — em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália, o Ministério do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália e a Presidência da COP30 — a AquaPraça passou a integrar o Pavilhão Italiano na conferência. A iniciativa foi viabilizada por meio de uma coalizão internacional singular, envolvendo a Agência Italiana para o Desenvolvimento e Cooperação, o CIHEAM Bari e o programa Connect4Climate do Grupo Banco Mundial, com apoio da BF International – membro do Grupo BF S.p.A. (como Parceiro de Nomeação da AquaPraça COP30), Bloomberg Philanthropies, Costa Crociere, ENEL e o Grupo Ferrovie dello Stato Italiane. Construída pela Cimolai, empresa italiana líder em construção avançada em aço, a AquaPraça será doada pela Itália ao Brasil após o término da COP30, transformando-se em um espaço comunitário dedicado ao engajamento social em temas climáticos, estratégias culturais e indústrias criativas, em parceria com o Estado do Pará.

Ancorada ao longo da Baía do Guajará, no sistema do Rio Amazonas, a plataforma de 400 metros quadrados funciona como uma ágora global em que as mudanças climáticas podem ser vivenciadas em escala humana. A estrutura emprega o princípio de Arquimedes para se adaptar ao ambiente, em uma região onde o delta amazônico registra variações de maré de até quatro metros, revelando diariamente a paisagem subaquática da baía. A AquaPraça oferece um contexto envolvente para projetos que fazem a mediação entre os níveis da água e a atividade humana; ao flutuar, permite que os visitantes experimentem sistemas naturais e construídos à altura dos olhos. Em Belém, a AquaPraça incorpora uma estrutura adicional de sombreamento e atua como um catalisador cívico, sediando simpósios, programas culturais e discussões sobre políticas climáticas.

Apresentada inicialmente em Veneza em uma versão simplificada, a AquaPraça foi posteriormente exibida na COP30 como uma extensão da Casa das Onze Janelas, no centro de Belém. Agora, destaca-se como um novo marco cultural e símbolo da cooperação entre Itália e Brasil. A AquaPraça se tornará uma infraestrutura cultural permanente, representando o legado da contribuição italiana para o diálogo global sobre clima e arquitetura adaptativa. Situada no ponto de encontro entre o sistema do Rio Amazonas e o Oceano Atlântico — onde águas doces e salgadas se misturam para formar um poderoso ecossistema estuarino — a Baía do Guajará serve como cenário para a apresentação da AquaPraça em sua forma completa, após sua primeira exibição parcial em Veneza.

“Quando falamos sobre mudança climática, devemos partir de um princípio: ecologia e liberdade não estão em contradição, mas devem integrar um destino comum para o futuro da humanidade”, afirmou o ministro Antonio Tajani em seu discurso na cúpula da COP30. “O forte compromisso italiano que acabo de descrever encontra sua expressão concreta em Belém por meio do Pavilhão Italiano, a AquaPraça — uma praça flutuante que evoca Veneza, onde foi apresentada nos últimos meses. Ela permanecerá aqui, na Amazônia, como um espaço disponível aos cidadãos e como um símbolo da profunda amizade entre nossos países e dos valores de cooperação internacional nos quais a Itália acredita.”

“Em 1980, Aldo Rossi voltou-se ao passado para demonstrar que a arquitetura ainda poderia enriquecer o horizonte de Veneza. Hoje, com a AquaPraça, olhamos para o futuro — explorando maneiras de construir com a natureza, e não contra ela. Ao fazer isso, ampliamos o diálogo de Rossi com a cidade para um diálogo com o planeta”, afirma Carlo Ratti, professor do MIT e do Politecnico di Milano, co-fundador da CRA e curador da Bienal de Arquitetura de 2025. “O projeto sempre foi concebido como uma jornada: uma estrutura com muitas vidas. De Veneza a Belém, como pavilhão da Itália para a COP30, e que permanecerá na Amazônia como infraestrutura cultural permanente. Essa é a essência da circularidade — o reaproveitamento e a reinvenção contínuos ao longo do tempo.” || “O conceito de um fórum flutuante é verdadeiramente inovador e se alinha perfeitamente à nossa visão para a COP30”, afirma André Corrêa do Lago, presidente da conferência. “Trazer essa estrutura ao Brasil cria uma presença marcante e simbólica no evento, destacando nosso compromisso com a sustentabilidade. Além disso, ela pode servir como um legado duradouro de nossos esforços conjuntos e como um lembrete permanente da importância da sustentabilidade.”

"AquaPraça permite que os visitantes encontrem o mar ao nível dos olhos," diz Eric Höweler, co-fundador da Höweler + Yoon e professor da Universidade Harvard. "Suas superfícies inclinadas e níveis variados incorporam um delicado equilíbrio." "É uma plataforma, tanto literal quanto figurativa, para aprofundar nossa compreensão e experiência coletiva do aumento do nível do mar e os impactos da mudança climática nas cidades e comunidades globais," acrescenta J. Meejin Yoon, co-fundadora da Höweler + Yoon e Decana Gale e Ira Drukier na Faculdade de Arquitetura, Arte e Planejamento da Universidade Cornell, "e buscando soluções coletivas."

“A Cimolai tem a honra de participar de um projeto tão inovador e simbólico quanto a AquaPraça”, afirma Marco Sciarra, presidente da Cimolai SpA. “O verdadeiro desafio foi concluir a plataforma em tempo recorde — em apenas cinco meses finalizamos o projeto estrutural, a construção e a certificação, integrando de forma impecável os aspectos arquitetônicos e de engenharia. Esta plataforma cultural flutuante não apenas destaca a excelência da engenharia italiana e nossa capacidade de enfrentar desafios complexos, mas também combina tecnologia e sustentabilidade para oferecer soluções concretas às comunidades afetadas pela mudança climática. Para a Cimolai, trata-se de uma oportunidade única de reforçar o papel da Itália tanto no avanço científico quanto no diálogo global sobre arquitetura e clima.”

De 10 a 21 de novembro de 2025, a AquaPraça esteve ancorada em Belém como parte integrante do Pavilhão da Itália na COP30 e, posteriormente, permanecerá na Amazônia como uma infraestrutura cultural flutuante permanente, simbolizando adaptabilidade e diálogo diante das mudanças climáticas.










