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Arquitetos: FORMA architectural office
- Área: 42000 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Vitalii Halanzha

Descrição enviada pela equipe de projeto. O Pavilhão 13, um antigo pavilhão de exposições da era soviética em Kiev, reabre ao público após uma reforma conduzida pelo escritório de arquitetura ФОРМА (FORMA), comissionado pela RIBBON International. A renovação, liderada por Iryna Miroshnykova e Oleksii Petrov — sócios da ФОРМА e cofundadores da iniciativa cultural ucraniana Pavilion of Culture —, junto com Sasha Andrusyk, Olga Balashova, Lizaveta German, Victor Glushchenko e Maria Lanko, marca um momento importante na preservação do patrimônio arquitetônico da Ucrânia. O programa de reabertura conta com uma intervenção site-specific do artista berlinense Sam Lewitt, intitulada Шубін (SHUBIN), parte de uma série de exposições e instalações ambiciosas previstas para o Pavilhão 13.


Шубін (SHUBIN), exibida na abertura em 19 de junho, é fruto de um diálogo de vários anos entre Lewitt e os parceiros da ФОРМА. A obra reflete sobre a relevância contemporânea do Pavilhão 13, que foi originalmente dedicado à mineração de carvão na Ucrânia, explorando temas como representação e recursos, exibição e extração. O título remete a um mito da cultura mineira do leste ucraniano, onde o nome “Shubin” designa o “fantasma das minas”. A contribuição de Lewitt inclui um filme produzido no local, uma instalação em néon na fachada do edifício e réplicas escultóricas do mobiliário expositivo original. Simultaneamente, acontece o ciclo de conversas e exibições “Shubin Talks”, coorganizado com a pesquisadora Maria Noschenko e a editora Kateryna Khimei.

A reabertura celebra uma fase crucial da reforma contínua do Pavilhão 13, liderada pela ФОРМА, escritório responsável pelo pavilhão ucraniano na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023. O espaço está sendo restaurado e adaptado para se tornar uma sede permanente para exposições e projetos culturais. As obras recentes incluíram a limpeza completa do pavilhão, restauração e vedação da fachada, substituição de janelas, modernização da iluminação e dos sistemas de utilidades, além de acabamentos internos, reparos essenciais e paisagismo. O edifício é composto por um volume envidraçado de 1.296 m², com colunas estruturais expostas e sistema de caixilhos de aço. Sua base é um pedestal externo sobre o qual repousa o hall de exposições. Um núcleo cilíndrico no centro da edificação abriga uma rampa em espiral que leva ao subsolo, onde há uma maquete em escala real de uma mina de carvão. Inaugurado em 1967, o Pavilhão 13 fazia parte do Complexo Nacional de Exposições da Ucrânia (VDNG), em Kiev. Com projeto do arquiteto SS Pavlovsky, sob o Instituto Zonal de Pesquisa e Projeto de Kiev (Kyivzndiep), o pavilhão foi criado para apresentar os avanços da indústria carbonífera. Como reflexo das políticas de desestalinização de Nikita Khrushchev, a arquitetura stalinista foi condenada por seu excesso decorativo e ecletismo — considerada “formalista e burguesa”. Assim, uma nova fase de arquitetura cívica no estilo internacional racionalizado teve início na URSS, e o Pavilhão 13 é expressão desse período.

No início dos anos 2000, o Pavilhão 13, como boa parte do complexo VDNG, deixou de cumprir sua função original, refletindo um esvaziamento mais amplo da infraestrutura cultural soviética na Ucrânia pós-independência. Ainda assim, seu valor como exemplo do legado arquitetônico soviético permaneceu. Em 2020, foi fundado no local o Pavilion of Culture, um espaço voltado a experimentações artísticas, pesquisas e eventos públicos. “Essa reforma finalmente nos permitiu olhar com atenção para o edifício em si — aquele onde começou a história do Pavilion of Culture, em 2020. Naquela época, iniciamos com a tarefa mais simples: remover a tinta branca que cobria os azulejos originais. Trabalhar com o patrimônio modernista exige desfazer camadas de intervenções, adaptações e rearranjos, para revelar a estrutura limpa, autêntica — sua lógica espacial, layout e funções originais.

Trata-se de encontrar formas relevantes de interagir com esse tipo de arquitetura. Em todo o mundo, surge a mesma pergunta: o que fazer com os edifícios do passado, e como adaptá-los às necessidades atuais? Com nosso trabalho, queremos mostrar que isso não só é possível, como essencial. É um processo complexo, mas extremamente valioso. Durante a reforma, descobrimos constantemente novos detalhes arquitetônicos que influenciam nossas decisões e redirecionam o curso do projeto. Essa primeira etapa do longo processo de renovação do Pavilhão 13 não foi apenas uma expansão de suas funções, mas também um movimento em direção à sustentabilidade — abrindo caminhos para imaginarmos futuras exposições, eventos e festivais em um espaço originalmente concebido para isso.” — Iryna Miroshnykova, sócia da ФОРМА e diretora do Pavilion of Culture.














