

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está situado em meio a extensas florestas na cidade de Chongzhou, província de Sichuan. Trata-se de um refúgio isolado, desconectado do contexto urbano e acessível apenas por uma trilha que atravessa a mata. Os arquitetos idealizaram o conjunto como um assentamento abstrato, articulando três escalas arquitetônicas distintas — telhados inclinados monumentais, volumes geométricos de médio porte e agrupamentos de unidades funcionais compactas — unificadas por uma lógica estrutural sutil e coerente.


A composição gira em torno de uma entrada impactante, com empena de 12 metros de altura projetando-se 4 metros para fora, evocando a grandiosidade de construções religiosas. Essa estrutura serve como portal principal do complexo. Ao lado dela, o centro de recepção se apresenta como um volume branco, semelhante a um celeiro, que parece flutuar sobre a água. O acesso se dá exclusivamente pelo corredor principal, atravessado por uma ponte de curvas suaves que passa por uma abertura monumental no telhado, conduzindo o visitante até uma galeria de arte elevada, em uma sequência espacial fluida e contínua.



As experiências gastronômicas acontecem em um agrupamento de pavilhões autônomos que evocam a configuração de uma pequena vila. Cada pavilhão é um volume independente, precedido por um jardim privativo, criando uma atmosfera íntima. Esses espaços são conectados por claustros revestidos de branco e rodeados por vegetação exuberante, compondo uma transição cuidadosa entre o recolhimento individual e o convívio coletivo.



As instalações destinadas a banquetes revelam grande eficiência espacial por meio de uma organização em cluster, posicionadas sob amplos telhados de uma só água. As beiradas rebaixadas a 2.350 mm — altura compatível com a escala humana — transformam os corredores de ligação em galerias enquadradas, que emolduram cuidadosamente paisagens aquáticas. Conforme os visitantes percorrem esses caminhos cobertos, as linhas do telhado, projetadas com precisão, proporcionam uma experiência visual dinâmica, semelhante ao desenrolar de um pergaminho de paisagem tradicional chinesa, revelando novas composições a cada passo.



Um feito de engenharia notável é a construção de corredores com quase 100 metros de extensão e sem colunas, viabilizados por avançados balanços de aço. Essa solução estrutural ousada elimina barreiras visuais, acentuando a horizontalidade do conjunto e a qualidade reflexiva dos espelhos d’água, criando a sensação de que as edificações flutuam suavemente sobre a superfície.


Por meio dessa composição sensível de formas, escalas e sequências espaciais, o projeto alcança precisão funcional e expressão poética, promovendo uma relação harmoniosa entre a presença arquitetônica e o entorno natural.







































