-
Arquitetos: DMDV arquitetos
- Área: 1200 m²
- Ano: 2024
-
Fotografias:Nelson Kon
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto do Clube do empreendimento Vista Campinas foi concebido como um espaço de lazer independente, ainda que integrado ao loteamento residencial homônimo. Em um terreno com declives acentuados, o projeto teve como premissa fundamental respeitar a topografia natural, evitando grandes contenções e arrimos, tanto por razões funcionais quanto econômicas. A solução encontrada foi escalonar o programa ao longo do lote, criando taludes suaves que se fundem ao terreno e promovem uma implantação harmoniosa.
A proposta arquitetônica priorizou uma implantação horizontal, evitando verticalizações que comprometessem a funcionalidade e a conexão visual entre os espaços. A estrutura metálica foi escolhida para garantir leveza, agilidade construtiva e liberdade formal, permitindo criar uma grande cobertura que unifica os volumes e protege as áreas de convivência. Essa cobertura é estrategicamente descolada do solo e da estrutura superior, permitindo a entrada de luz natural por aberturas zenitais estrategicamente posicionadas.
Mesmo com a complexidade do terreno, o clube acomoda uma variedade extensa de usos: piscina com raia de 25 metros, academia, salão de festas com área gourmet, quadras poliesportivas (incluindo uma de beach tênis), campo de futebol, playground e áreas técnicas, além de um amplo estacionamento que, por exigência legal, ocupa cerca de um terço da área total.
As fachadas refletem o cuidado com a implantação e diálogo com o entorno. Voltada para o estacionamento, a face principal é mais fechada, protegendo os ambientes da insolação intensa; em contrapartida, as faces voltadas para a mata e áreas de lazer são amplamente abertas, favorecendo a ventilação cruzada e o diálogo com a paisagem. Para o acabamento interno da cobertura, optou-se por chapas de alumínio com pintura amadeirada, substituindo o forro convencional de madeira com o objetivo de reduzir a manutenção sem comprometer a linguagem pretendida. Internamente, mobiliário e revestimentos seguem uma paleta uniforme, garantindo coesão visual em todos os ambientes.
A entrada principal é marcada por uma marquise metálica em balanço, que funciona como ponto de referência e abrigo. As áreas sociais foram estrategicamente posicionadas para captar as melhores vistas e insolação, enquanto os espaços técnicos foram alocados em zonas menos privilegiadas do terreno. Um dos destaques formais do projeto está na escolha da cor verde para a estrutura, uma decisão deliberada que foge do tradicional branco, preto ou cinza, e reforça a relação da edificação com o entorno natural.
