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Arquitetos: LUO studio
- Área: 1463 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Weiqi Jin
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Condado de Xiuwu, localizado na parte ocidental da Província de Henan, na cidade de Jiaozuo, era historicamente conhecido como Prefeitura de Huaiqing. Abençoado por condições de solo e clima únicas, Xiuwu é conhecido pela base de produção de "Quatro ervas tradicionais da medicina chinesa", sendo Rehmannia (também chamado de "Di Huang" em chinês) uma delas. O termo chinês "Shu Di Huang" denota especificamente a raiz de Rehmannia preparada ou cozida. Devido ao seu significativo valor medicinal e econômico, o Shu Di Huang e suas indústrias relacionadas têm recebido ampla atenção.
1. Mudança conceitual de "Fábrica" para "Pavilhão de Exposições". A plantação de crisântemo de gelo em Houyanmen exemplifica a próspera indústria de cultivo de ervas medicinais apoiada pelo governo do Condado de Xiuwu. Os fundos especialmente aprovados do governo destinam-se a vários aspectos da indústria de ervas medicinais na aldeia, tais como uma oficina de processamento, um campo seco e um pavilhão de exposições de artesanato de produtos de raiz de Rehmannia (ou seja, Shu Di Huang). A oficina de processamento, que utilizou uma estrutura de treliça, concluiu a construção juntamente com o campo de secagem em 2020. O pavilhão de exposições, também adotando um sistema de treliças, iniciou a escavação do poço de fundação em 2020 e concluiu sua construção um ano depois. O LUO studio foi contratado para o projeto no início de 2021. A Vila de Houyanmen priorizou estrategicamente a revitalização industrial rural, com a construção de plantações desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento da vila. Uma noção predominante em toda a cidade, vila e parques industriais é que os edifícios, até mesmo os pavilhões de exposições dentro de parques industriais, são essencialmente oficinas. Reconhecendo que artesãos tradicionais e suas técnicas podem não ser adequados para construir espaços abertos de grande extensão, os edifícios nos parques industriais rurais frequentemente adotam uma forma semelhante a fábricas devido à maturidade nos sistemas de construção. Essa é uma prática comum na construção de parques industriais rurais. A indústria rural, centrada no plantio, transcendeu seu papel convencional limitado à produção impulsionada pela informatização e desenvolvimento rural. Hoje, ela abrange turismo industrial, educação sobre a natureza, transmissão ao vivo de comércio eletrônico, saúde, bem-estar e muito mais. A integração de indústrias primárias, secundárias e terciárias é imperativa para a revitalização industrial de áreas rurais. Portanto, adotar um edifício fabril com uma estrutura de treliça tradicional não é apropriado para um pavilhão de exposições versátil em um parque industrial rural. O LUO studio comunicou-se ativamente com todos os interessados para descartar noções convencionais e abraçar um novo conceito projetual na construção do Pavilhão de Exposições de Artesanato de Raiz de Rehmannia. Embora atenda aos requisitos de um espaço amplo e aberto, a nova abordagem também incorpora os atributos do salão de exposições, características locais e considerações ecológicas.
2. "Luz Solar" como Núcleo Compartilhado de Artesanato e Espaço. Ao conduzir pesquisas no local sobre as técnicas de processamento das raízes de Rehmannia, a equipe de projeto descobriu que a tradição de cozinhar as raízes remonta ao processo de "nove cozimentos e nove secagens" do antigo médico chinês Sun Simiao, que envolvia processos contínuos de cozimento e secagem ligados à "luz solar". Esse processo farmacêutico tradicional único é um conceito fundamental na formação do Pavilhão de Exposições, que enfatiza um ambiente luminoso. A luz torna-se o tema central do edifício, gerando mudanças dinâmicas tanto interna quanto externamente. Visto do exterior, o jogo de luz e sombra no volume circular é mais matizado, uniforme e contínuo em comparação com uma estrutura quadrada. A forma circular enfatiza as mudanças de luz e sombra ao longo do tempo. Portanto, a equipe de projeto decidiu adotar uma planta poligonal em planta, evitando curvas para precisão e eficiência da construção e, ao mesmo tempo, criando um efeito curvo por meio de linhas retas. Desviando-se da abordagem comum de abrir janelas no edifício para iluminação natural, o projeto enfatizou meios não convencionais para a introdução de luz natural, como zenitais, beirais e vãos entre as paredes.
3. Planta Circular. O plano circular central simétrico é adequado para o espaço expositivo. A circulação dos visitantes foi uma consideração crucial para a organização interna da sala de exposições, garantindo uma rota lógica e evitando sobreposições ou desvios. O projeto adota um layout quase circular, criando um círculo inscrito com 37 metros de diâmetro. A periferia deste círculo inscrito serve como rota de circulação para os visitantes, otimizando eficientemente a disposição subsequente da exposição e reduzindo custos, fator essencial na construção rural. A opção por uma estrutura de coluna central com 37 metros de diâmetro no sistema estrutural foi uma solução econômica. O projeto introduz variações dinâmicas tanto no espaço quanto na escala, configurando espaços distintos em forma de "anéis". O anel externo integra paredes de fechamento com estruturas de madeira, criando um cenário para a exibição de painéis expositores. O anel intermediário atua como área de prateleiras para expor diversos produtos da raiz de Rehmannia, incorporando elementos estruturais para garantir estabilidade e maximizar a capacidade de armazenamento. O anel interno, mais expansivo que o intermediário, é projetado com uma área de assentos, circular e escalonada, oferecendo um local para sessões e atividades de saúde e bem-estar. A claraboia central permite a entrada de luz natural, acentuando a sensação de centralidade.
4. Mobiliário - Estrutura - Espaço. O conceito sustentável inerente à construção tradicional em madeira é notável, se alinhando com o “Reduzir” na tríade dos 3R e, sendo especificamente concretizado pela metodologia “móveis como estrutura”. Um exemplo são as salas de moldagem de argila dos antigos fornos em Jingdezhen, ainda em uso atualmente. Essas construções utilizam estruturas de madeira Chuandou como sistema estrutural, onde as colunas são entalhadas com cavilhas para a inserção de pequenas vigas de madeira, sobre as quais são colocados painéis divisores. Esses painéis servem como plataformas para moldar a argila no processo de secagem. Essa prática reflete a sabedoria construtiva local, ressoando com a ética de preservação de recursos. Não apenas economiza materiais e espaço, mas também integra estrutura, móveis e espaço em um todo. Inspirado por essa sabedoria construtiva tradicional, o projeto transforma colunas tradicionais de grande seção em conjuntos de colunas de pequena seção, que são então empilhadas vertical e horizontalmente para fixar vigas de madeira secundárias. Os painéis são posteriormente inseridos nas pequenas vigas para suportar os itens. Esses grupos de componentes, que são tanto estruturas quanto prateleiras funcionais, definem um espaço único. Pequenos grupos de colunas foram montados lado a lado na forma de unidades modulares padronizadas, oferecendo duas vantagens na construção rural: 1) Seções grandes e hastes de material mais pesadas normalmente exigem grandes máquinas para içamento durante a construção. No entanto, as estradas rurais, caracterizadas por caminhos estreitos, encostas e depressões, apresentam desafios para a circulação de tais equipamentos. A fragmentação do sistema estrutural em pequenos componentes facilitou o movimento manual, permitindo que os moradores participassem e organizassem a construção. 2) O método de construção envolvendo unidades modulares padronizadas aprimorou a eficiência de processamento e montagem, resultando em economias significativas de mão de obra e recursos materiais. Essa abordagem é particularmente adequada para a construção em ambientes rurais.
5. Treliça do Telhado em uma configuração sobreposta em espiral e circular. Seguindo a estrutura lógica do polígono regular de 18 lados em planta, o pavilhão de exposições reposiciona e extremidade de cada lado em direção ao centro do círculo inscrito, alinhando-o perpendicularmente à linha de extensão dos pilares. Quando vistas do exterior, as paredes laterais são escalonadas. Os vãos variados entre as 18 paredes permitem que a luz natural seja filtrada, criando uma interação visualmente cativante de luz e sombra dentro do espaço. No interior, destaca-se um distintivo buraco com 2,5 metros de diâmetro no centro da cúpula, resultado do posicionamento das colunas e vigas. Em uma cúpula circular, endireitar as hastes dos pontos do arco até o centro do círculo poderia resultar em um nó central densamente estruturado, tornando a conexão entre as hastes complexa e aumentando os custos de processamento e içamento. Além disso, a envergadura de 37 metros de todo o edifício exige iluminação natural no centro. Para tanto, a equipe de projeto concebeu uma estrutura em que as hastes são mutualmente conectadas em uma formação espiral circular. Essa abordagem elimina situações em que dois elementos compartilham um ponto final, evitando a criação de nós articulados. As vigas de madeira se sustentam mutuamente em uma espiral, distribuindo pressão, sobrepondo-se e, em última instância, formando um sistema de tensão contínuo e completo.
6. Tijolo, Madeira e Genius Loci. A maioria das casas na Vila de Houyanmen foi construída durante as décadas de 1970 e 1990, caracterizadas por paredes de alvenaria de tijolos vermelhos e telhados triangulares de madeira. Outras construções incluem edifícios ociosos e abandonados com paredes de tijolos cinzas e estruturas de madeira no estilo Tailiang, bem como casas de tijolos e concreto construídas antes de 2000. A cidade de Huanfeng, à qual a Vila de Houyanmen pertence, possui fornos de tijolos desde as dinastias Ming e Qing. Alguns desses fornos ainda produzem tijolos vermelhos e estão localizados a apenas 2 a 3 quilômetros da Vila de Houyanmen. Devido ao custo-benefício, os tijolos vermelhos produzidos na cidade continuam sendo o principal material de construção. Neste projeto, tijolos vermelhos locais são aplicados nas paredes de contenção e paredes internas, construídas por artesãos locais usando técnicas tradicionais de alvenaria.
As casas tradicionais na vila geralmente apresentam paredes de tijolos na parte inferior e estruturas de madeira na parte superior. O projeto adota um esquema de materiais semelhante. Para atender à necessidade de uma ampla área de exposição, a estrutura de madeira não apenas configura o telhado superior, mas também funciona como suporte para a parte inferior. Para garantir durabilidade e evitar problemas como rachaduras e deformações das toras, foram escolhidos colunas de madeira laminada colada (glulam), e as hastes de madeira foram fixadas de forma segura com parafusos através de componentes metálicos de conexão. A combinação das técnicas locais de alvenaria de tijolos vermelhos com a estrutura de madeira projetada aprimora tanto a integridade estrutural quanto a durabilidade, ao mesmo tempo que se alinha ao ambiente construído tradicional na vila. Essa abordagem garante que o edifício de exposição para a indústria rural não apenas atenda aos requisitos espaciais, mas também ofereça uma estética de alta qualidade que ecoa o genius loci.
