- Área: 90 m²
- Ano: 2011
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Fotografias:Federico Kulekdjian
Descrição enviada pela equipe de projeto. Kenneth Frampton considera a tectônica não apenas como uma "mera revelação da técnica construtiva, mas, sim, ao seu potencial expressivo. A tectônica adquire caráter de verdadeira arte na medida em que corresponde a uma poética da construção... A inevitável natureza terrestre de um edifício possui um caráter tão tectônico e tátil como cenográfico e visual, ainda que nenhum desses atributos negue sua espacialidade."
Apoiados no papel fundamental que a disciplina de arquitetura tem dentro da tradição moderna, entendemos que era necessário aprofundar o pensamento capaz de relacionar os diversos fatores particulares que formam a problemática da disciplina.
Kenneth Frampton elaborou o problema da construção tectônica salientando o espaço quando cita as ideias de Schmarsow, que percebe a arquitetura como a revelação progressiva do sentimento do homem sobre o espaço e o identifica como um princípio orientador de toda a forma arquitetônica, coincidindo com modelos de espaço-tempo do universo, no sentido científico, onde a ciência afeta a forma de conceber o espaço, reforçada pela experiência de velocidade e invenções mecânicas do último meio século. Desde então, Kenneth Frampton diz em seu livro de estudos de cultura tectônicas que "somos incapazes de pensar arquitetonicamente sem ênfase especial no deslocamento espacial do objeto em movimento no tempo."
Para Zumthor, a atmosfera é uma categoria estética, uma sensibilidade emocional. No seu trabalho ele mostra o corpo da arquitetura, a consonância dos materiais, o som do espaço, a temperatura do espaço, a tensão entre o interior e o exterior, os graus de intimidade e de luz sobre as coisas.
Peter Zumpthordiz diz em seu livro Atmosferas: ... "no meu trabalho tem que ter um procedimento, algum interesse, algumas ferramentas, alguns instrumentos. Nós não trabalhamos com a forma, trabalhamos com o resto das coisas, com o som, com os ruídos, os materiais de construção, a anatomia, etc. Desde o início, o corpo da arquitetura é a construção, a anatomia, a lógica da construção..."
Juan Román, diretor da Escola de Arquitetura da Universidade de Talca, fez uma pesquisa chamada: Para uma arquitetura com interesse, baseada na ideia de Pesquisa Projetual e tenta, assim, comprovar a extensão da relação entre pesquisa e projeto supondo que o trabalho profissional desenvolvido é uma ida e volta constante entre os dois conceitos, resultando em uma arquitetura com interesse. Passada a fase de concepção, o processo vai deixar o caminho da pesquisa projetual, sem mais, para a fase de construção, com a condição de construir com os materiais locais.
Na casa de alvenaria entendemos a construção tectônica como uma estrutura de pensamento que envolve a matéria e foi capaz de abordar os temas inerentes ao espaço arquitetônico, aprofundando-se na lógica e coerência no processo de design. O objetivo do processo do pensamento e sua construção determinaram os diferentes sentimentos e qualidades dos espaços. Dentro desta lógica operacional, trabalhou-se em estrutura arquitetônica que se manifestou como a ordem capaz de dar a possibilidade de gerar o espaço arquitetônico. Se trata de uma conceituação em termos tectônicos, envolvendo tanto o problema da relação entre pesos, materiais e esforços como as formas e as exigências humanas.
Estas construções tectônicas também perceberam experiências sensoriais, psicológicas, fenomenológicas e seus efeitos sobre as emoções, comportamentos, representações simbólicas, configurações e significados.
Desenvolveu a construção de habitação a partir da escolha do tijolo acompanhado pelo aço e concreto para a abordagem material da problemática tectônica. O uso foi tratado como um programa resultante das ações de natureza doméstica como: estar, transmitir, observar, relaxar, cozinhar, comer, dormir, etc.
Ele desenvolveu também a interação desses usos como um experimento onde a construção foi o espaço definitivo para estabelecer novas configurações, capazes de construir uma casa isolada de 90m² coberta e uma superfície de 75 m².
Desenvolvemos uma planta que gera ventilação cruzada em todas as áreas de uso permitindo que os ventos predominantes do norte facilitem a redução da temperatura e umidade no verão, melhorando as condições de conforto, além de reduzir a demanda de energia. Foram adotados materiais tradicionais de construção na Argentina que têm boa capacidade de isolamento térmico, incluindo painéis de vidro com esquadrias de alumínio e vidros duplos.
Além disso adotamos um sistema de "parede-brise" construído em ladrilhos cerâmicos trabalhados por Wladimiro Acosta que protegem o edifício do sol, regulando a entrada de raios solares e conformam um recinto de sombra nas épocas de verão, gerando um efeito aéreo sobre os revestimentos do edifício que Acosta denominava Aura Térmica.
