Os melhores trabalhos de conclusão de curso em 2023

O mundo acadêmico tem muito a acrescentar no campo da arquitetura e do urbanismo. Através de suas pesquisas e propostas surgem visões inspiradoras, novos materiais e conceitos. Levantam-se possíveis debates sobre a forma como enxergamos, ocupamos e desenhamos o ambiente construído. Em todo o seu espectro, os trabalhos finais de graduação são uma oportunidade do estudante fazer uma última proposta antes de obter o seu diploma, abrangendo diversos temas e tocando em assuntos necessários. Por isso, realizamos anualmente uma chamada de trabalhos aberta a todos os países lusófonos para apresentar um panorama de projetos que se destacam e ajudam olhar para o ano que passou e o porvir.

A seleção destes trabalhos é realizada de acordo com os quais julgamos mais bem desenvolvidos, graficamente interessantes e cuja temática abordada consideramos instigante e oportuna a um trabalho de conclusão de curso, independente da abordagem, escala e programa escolhidos. Mais que simplesmente resolver um projeto de modo satisfatório, entendemos que um TCC/TFG – por condensar os esforços do estudante em um momento de passagem da academia para a vida profissional (mas, importante mencionar, ainda fazendo parte da trajetória acadêmica) – deve levantar questões e incitar a discussão acerca do tema proposto.

Nesta edição, recebemos o total de 297 propostas. Sendo:

  • 61,9% da região sudeste brasileira;
  • 21% da região sul brasileira;
  • 9,8% da região nordeste brasileira;
  • 3,4% da região centro-oeste brasileira;
  • 2,9% da região norte brasileira;
  • 1,0% de Portugal e Angola.

O curso {CURA} premiará os autores e as autoras dos seguintes trabalhos selecionados com bolsas para o curso completo Método {CURA}, que será realizado de modo virtual.

Vale ressaltar que as propostas que não seguiram o regulamento ou que apresentaram uma quantidade insuficiente de material para avaliação foram desclassificadas. Agradecemos o interesse de todos os estudantes que enviaram seus projetos e desejamos uma boa sorte na vida profissional!

Finalmente, veja a seguir nossa seleção, listada em ordem aleatória, dos 21 melhores trabalhos de conclusão de curso dos países de língua portuguesa, acompanhados pelas descrições enviadas por seus autores e autoras.

Rastros Urbanos Digitais

Autora: Roberta Saldanha da Silva Berardo Gomes
Orientador: Leandro Manuel Reis Velloso
Instituição: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAUUSP

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Imagem Cortesia de Roberta Saldanha da Silva Berardo Gomes

O mundo digital não é uma esfera completamente dissociada da esfera geográfica: esses mundos se refletem e debatem. Como traduzir o conceito de conectividade, marca nas redes sociais, para uma análise do território? 

O Twitter permite o registro de locais que um indivíduo percorre, representando seu rastro urbano digital. Se então focamos em um local, este possui uma conexão com todos os outros lugares nos quais um visitante esteve: quem esteve aqui, também esteve lá. Essas relações constroem o que chamo de Rede de Coincidências: uma rede centralizada formada por todos os lugares que compartilham rastros de usuários com o ponto central, a qual representa a interconexão entre lugares. Utilizando as distâncias entre lugares conectados na rede, descrevemos a abrangência dessa. Existem redes abrangentes que conectam lugares e pessoas de várias regiões, enquanto redes compactas indicam conexões fortes entre locais próximos. Ao cruzarmos a abrangência da rede no território com a quantidade de usuários únicos naquele ponto, obtemos um perfil de atratividade social.

Rastros Urbanos Digitais é um projeto interativo de urbanismo e dados, elaborado com programação, que apresenta Redes de Coincidência e narrativas de conexões na cidade de São Paulo em 2022.

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Imagem Cortesia de Roberta Saldanha da Silva Berardo Gomes

Território Identitário: centro de reinterpretação do sul

Autor: Antonio Fagundes Cornely
Orientadores: Carlos Fernando Bahima e Romulo Plentz Giralt
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

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Imagem Cortesia de Antonio Fagundes Cornely

A identidade gaúcha brasileira tem sido historicamente distorcida por agentes políticos diversos desde as revoluções do século XIX. Visões folcloristas e teatrais foram adotadas em narrativas recentes, enaltecendo heróis seletos enquanto flertam com um separatismo arrogante, decidido a ignorar as raízes de seu povo, ao passo que alimentam crimes de cunho racial e xenofóbico. Ressignificando o pertencimento a identidade gaúcha e, por consequência, brasileira, por todo o povo do sul, a partir de uma visão crítica e historicamente mais justa, propõe-se neste trabalho o projeto de um centro de reinterpretação - um parque museográfico implantado na encosta de uma pedreira abandonada - que sirva não só de símbolo de uma história quase esquecida, como de oficialização dos agentes que de fato a moldaram, aplicando paralelos artísticos e se utilizando da arquitetura para reavaliar essa cicatriz tanto geográfica quanto historiográfica. É uma máxima do desenvolvimento desse trabalho que a aproximação do sulista com sua brasilidade é obstruída pela falta de compreensão sobre a própria identidade como povo. O Rio Grande do Sul possui uma histórica rica, ora bravia, heroica, ora desleal e injusta, mas que merece ser contada e reinterpretada por todo e qualquer indivíduo que sinta conexão com essa indômita terra.

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Imagem Cortesia de Antonio Fagundes Cornely

Nosso Plano, Nossa Cidade: Manual da participação social no Plano Diretor

Autor: Kleber Antônio Santana
Orientadora: Erika Cristine Kneib
Instituição: Universidade Federal de Goiás - UFG

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Imagem Cortesia de Kleber Antônio Santana

O Plano Diretor, como conhecido atualmente, é fruto de um processo que envolveu movimentos sociais, discussões políticas e teóricas, a elaboração de uma nova constituição e participação social. No entanto, diante da pandemia de Covid-19, do panorama político dos últimos anos e de desafios históricos e estruturais, o caráter participativo do Plano Diretor, conforme estabelecido no Estatuto da Cidade, enfrenta obstáculos em muitas cidades brasileiras. Com isso, surge a necessidade de incentivar e efetivar o Plano Diretor Participativo, fomentar uma cultura urbana e conscientizar a população sobre seu direito à participação.

Nesse sentido, o trabalho propôs a criação de um manual direcionado especialmente aos jovens, apresentando de maneira didática o Plano Diretor, os instrumentos do Estatuto da Cidade e as oportunidades de participação. Para embasar esse manual, a pesquisa oferece uma análise histórica e legal do Plano Diretor e do Estatuto da Cidade, explorando suas relações com movimentos sociais e processos participativos. Além disso, aborda as dificuldades da participação social no Brasil e propõe estratégias para efetivar a participação prevista na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Cidade. Por fim, documentou-se o processo de desenvolvimento do manual e delinearam-se estratégias para sua divulgação.

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Imagem Cortesia de Kleber Antônio Santana

Território Produtivo: infraestrutura de produção de alimentos sob os fios de alta-tensão da cidade de São Paulo

Autor: Renan Araujo de Amorim
Orientadora: Pérola Felipette Brocaneli e José Luiz Tabith Júnior
Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Imagem Cortesia de Renan Araujo de Amorim

O trabalho apresenta uma abordagem inovadora para repensar e projetar territórios urbanos, destacando a relevância da agricultura urbana e dos espaços não edificados no desenvolvimento urbano. Ao explorar as hortas comunitárias, revela-se que esses espaços vão além da produção agrícola, desempenhando um papel crucial no fortalecimento dos laços sociais. A pesquisa desafia a concepção convencional do espaço urbano, propondo uma análise centrada nos espaços intersticiais da cidade em vez de apenas na massa construída. O estudo serve como uma hipótese projetual para São Paulo, propondo uma intervenção nas Linhas de Transmissão de Energia como infraestrutura existente. A agricultura urbana é apresentada como uma ponte entre o território, a arquitetura e a vida humana, fortalecendo a coletividade. O projeto busca uma abordagem estratégica ao reconhecer e integrar a infraestrutura das linhas de transmissão à cidade, promovendo sua função produtiva. A proposta visa transformar o território em uma paisagem natural conectada ao cotidiano, estabelecendo uma relação visual, física, conceitual e emocional entre as pessoas e o ambiente.

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Imagem Cortesia de Renan Araujo de Amorim

O Chão do Céu - ensaio de uma estrutura pública nos altos de Copacabana

Autora: Moana Reis Santos de Faria
Orientadores: Maria Cristina Cabral e Diego Anibal Portas
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

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Imagem Cortesia de Moana Reis Santos de Faria

A cidade do Rio de Janeiro respondeu à urgente movimentação de ocupação do solo por edifícios. Sobre essa expansão urbana, horizontalmente, através da malha que foi repartida e capitalizada (a posse do chão), e verticalmente, através da multiplicação do solo urbano, criaram-se amplos espaços aéreos isolados do restante da edificação, as coberturas responsáveis por abrigar o sistema operacional do todo construído. A distância existe pela falta de interação, sua atmosfera é desconhecida por que, na maioria dos casos, não é um espaço vivido coletivamente. 

A experimentação projetual possui a interação entre os edifícios como partido arquitetônico, entendendo-os como suporte para uma nova relação espacial na cidade, que incomode as noções da segurança privada e suas normas convencionais relativas à propriedade da terra. Como estudo de caso foram escolhidas duas quadras no bairro de Copacabana, pelo interesse em explorar a possibilidade de conexão entre edifícios de gabaritos similares e a capacidade de uma comunicação entre quadras. A intenção é desenvolver um sistema que possa se adaptar a diferentes contextos, uma matriz lógica replicável capaz de reagir a situações específicas, transformando o cenário da cidade por completo.

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Imagem Cortesia de Moana Reis Santos de Faria

Ocupar, reocupar, coocupar: Casa Chico – anteprojeto arquitetônico para a ocupação Chico Lessa na antiga Cerâmica Apipucos

Autora: Maria Hellena Borba Leal
Orientadora: Lívia Morais Nóbrega
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

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Imagem Cortesia de Maria Hellena Borba Leal

Este trabalho discute a interação entre três problemáticas recorrentes na cidade contemporânea: as ocupações urbanas de edificações e/ou terrenos que não cumprem sua função social; a obsolescência do patrimônio industrial e os vazios urbanos gerados pela falta de uso no tecido da cidade; o desenvolvimento de projetos de arquitetura e urbanismo com vistas à conservação destas estruturas edilícias. Estas três problemáticas incidem na ocupação Chico Lessa, situada no terreno da antiga Cerâmica Apipucos, em Recife-PE, que motivou o desenvolvimento de um anteprojeto arquitetônico para o local, a Casa Chico. A discussão estrutura-se em três eixos que representam as problemáticas apontadas: 1) OCUPAR – que discute a questão das ocupações urbanas e apresenta a ocupação Chico Lessa; 2) REOCUPAR – que trata da conservação do patrimônio fabril e descreve a Cerâmica Apipucos, uma olaria desativada e parcialmente em ruínas; 3) COOCUPAR – que trata da noção de infraestrutura social como vetor de superação de desigualdades, apresenta o anteprojeto e suas correlações com os eixos anteriores. Por fim, espera-se contribuir com uma discussão mais ampla sobre como a arquitetura pode ser um instrumento de transformação social ao passo que dialoga com as preexistências de ordem espacial, social e histórica. 

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Econecrópole, projeto de regeneração da paisagem e da infraestrutura cemiterial do São João Batista

Autora: Carina Maria Lima de Moura
Orientador: Marcos Favero
Instituição: Pontifícia Univercidade Católica Rio de Janeiro - PUC-Rio

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Imagem Cortesia de Carina Maria Lima de Moura

Desde sua fundação, os cemitérios oitocentistas do Rio de Janeiro se tornaram cada vez mais próximos das zonas urbanas, e paradoxalmente mais distantes do cotidiano carioca. E situados em locais de vulnerabilidade hídrica, estes cemitérios representam um alto risco de contaminação ambiental, que aumenta junto à ocupação desordenada do seu espaço. 

O projeto, em estudo de caso no cemitério São João Batista (Botafogo - RJ), busca a regeneração da paisagem cemiterial, como ponto de partida para o resgate da necrópole como lugar de sociabilidade e passeio público; aliada à regeneração da infraestrutura cemiterial para a contenção de seu alto risco de contaminação ambiental. 

Para além de uma solução arquitetônica, o projeto é a exposição do processo do desenvolvimento de estratégias frente ao desafio de atuar em uma malha cemiterial consolidada, após décadas de abandono de planejamento. O nome EcoNecrópole manifesta que o caráter do espaço cemiterial como espaço fúnebre, de culto aos mortos, deve ser mantido junto à regeneração de sua paisagem, e seu uso como parque público. Conciliando o espaço da morte e da vida, em um ecossistema único.

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Imagem Cortesia de Carina Maria Lima de Moura

Centro de Apoio e Desenvolvimento Rural

Autor: Marthial Rieger Morem Gomes
Orientadora: Patrícia de Freitas Nerbas
Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

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Imagem Cortesia de Marthial Rieger Morem Gomes

O projeto consiste em um centro de desenvolvimento e apoio a pequenos agricultores familiares na localidade de Chicolomã, zona rural de Santo Antônio da Patrulha/RS, local situado dentro do contexto cultural e de paisagem do Pampa Gaúcho. O Pampa, bioma composto por capões de mato, várzeas, coxilhas e imensidão, encontra-se ameaçado pelo avanço desenfreado do monocultivo, enquanto as famílias pequenas produtoras vêm enfrentando dificuldades em dar continuidade as suas práticas agropecuárias tradicionais. A falta de incentivos e estruturas adequadas tem contribuído para a perda de renda e a diminuição da sustentabilidade dessas atividades. Diante disso, o centro foca em três aspectos complementares: o fortalecimento cultural e econômico das comunidades, o incentivo e apoio a práticas familiares de cultivo de alimento como fonte de geração de renda e a valorização e preservação da diversidade ambiental típica da região. 

O projeto atua também como uma investigação de técnicas construtivas sustentáveis e adequadas ao contexto, abrangendo de forma contemporânea aspectos estéticos, formais e construtivos da região, desenvolvendo um sistema construtivo modular e adaptável que possa ser implantado em diferentes locais da região conforme a demanda das localidades, criando soluções integradas e interconectadas que possam se expandir pelo território, encurtando as distâncias.

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Cidade Proibida: Uma Reação à Linha Vermelha

Autora: Gabriela Casal
Orientador: Diego Portas
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

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Imagem Cortesia de Gabriela Casal

O trabalho parte do entendimento da Linha Vermelha do Rio de Janeiro enquanto dispositivo relacional que criou condições urbanas extremas para seu entorno imediato em São Cristóvão ao romper drasticamente com a qualidade urbana, paisagística e ambiental. Como reação a essa tensão irreconciliável entre a infraestrutura e seus arredores, o projeto da Cidade Proibida surge como um manifesto crítico e poético sobre as consequências geradas pelo progressismo exacerbado que desenhou bruscamente as cidades contemporâneas. Nesse sentido, a Cidade Proibida é projetada para abrigar a fauna e a flora, em uma contradição do que se entende por cidade enquanto imaginário atribuído a uma densidade de edificações. O termo “cidade”, nesse caso, diz respeito a parte interna do limite imposto e “proibida”, por ter uma única regra: nenhum ser humano entra. 

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Fazer o que não foi feito com o que já foi feito: o reuso como alternativa de desenvolvimento para as cidades brasileiras

Autor: Lucca Lopardi Brigatto
Orientadora: Letícia Maria de Araújo Zambrano
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

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Imagem Cortesia de Lucca Lopardi Brigatto

No emaranhado de fluxos materiais e imateriais que dão forma ao mundo, a Arquitetura, enquanto forma de conhecimento que opera matéria e trabalho tem um forte campo gravitacional. Cada decisão de projeto desencadeia processos de extração e beneficiamento de recursos naturais que culminaram no canteiro de obras. Contudo, vê-se a produção do ambiente construído sequestrada por uma lógica de consumo, desconectada dos processos, implicações ambientais e violências do canteiro de obras.

Faz-se o caso do reuso do patrimônio edificado como forma de romper com o extrativismo (material e humano) na construção e especulação da terra urbana. Um desejo por imaginar futuros possíveis, observar a cidade com um olhar oportunista, propositivo, tomar o que existe como ponto de partida para aquilo que poderia ser.

Optou-se por trabalhar em um edifício-garagem, no centro da cidade, e transformá-lo em um sistema de espaços abertos, sem nome, capaz de abarcar programas diversos e contemplar o usuário em sua indeterminação. Através de demolições e acréscimos pré-fabricados estratégicos, buscou-se um traço ordenador ao espaço, que tivesse a mudança como constante na vida do edifício. Mantendo o térreo livre, circulações abertas, e conexões entre os blocos verticais, o edifício se dá como uma continuação da cidade.

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Imagem Cortesia de Lucca Lopardi Brigatto

Parque Margem. Xerém: Um Arquipélago Verde

Autora: Larissa Franco Debossan
Orientador: Cauê Capillé 
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

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Imagem Cortesia de Larissa Franco Debossan

No distrito de Xerém, localizado em Duque de Caxias na região metropolitana do Rio de Janeiro, os rios funcionam como estruturadores troncais de sua ocupação, sendo a “rua do rio” fundamental para articular uma série de dinâmicas e espaços públicos. Ao mesmo tempo, representam uma ameaça constante de destruição devido a enchentes e alagamentos. 

Em decorrência dessa condição emergencial, a margem do rio sofre mutações com a retirada de habitações em área de risco e criação de espaços que não parecem levar em conta estratégias específicas para o contexto. Portanto, considerando que políticas públicas geralmente estão voltadas a categorias muito específicas que não cabem à dimensão do que é Xerém, o projeto propõe compreender essas especificidades por meio de uma leitura do território. 

O mapeamento morfológico e tipológico permite, por fim, descobrir quais ferramentas já existentes no território podem ser aproveitadas. Dessa forma, a pesquisa se materializa como um projeto para a margem do rio estruturador do distrito que utiliza de suas próprias estratégias e sobreposições como metodologia projetual.

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Imagem Cortesia de Larissa Franco Debossan

Botos da Barra: educação socioambiental e requalificação do espaço público na Barra do Rio Tramandaí

Autora: Laura Betina Attuati
Orientadora: Cláudia Costa Cabral
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

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Imagem Cortesia de Laura Betina Attuati

No estuário do Rio Tramandaí, às margens das águas e da cidade, uma singular interação socioambiental ocorre. Nesse lugar, popularmente chamado de Barra, botos e pescadores atuam em conjunto na busca por alimento, em uma relação de benefício mútuo conhecida como pesca cooperativa, a qual perdura através de relações de afeto e reconhecimento. Utilizando da arquitetura como meio de valorização da afetividade que permeia a Barra e da sutil interação entre pessoas e botos, propõe-se construir uma terna interface entre cidade e água, voltando-se totalmente para o que acontece nas margens do rio e fincando bandeira nesse espaço que, embora a cada dia mais ameaçado, sempre foi da pesca cooperativa. Ao construir uma paisagem que exponha essa interação, busca-se difundir sua importância socioambiental, contribuindo para a manutenção da biodiversidade e de uma tradição cultural comunitária. Sobretudo, pretende-se demonstrar que existem caminhos alternativos e sustentáveis a serem percorridos, estabelecendo-se em convívio com a natureza. Dessa forma, o construído surge do que o ambiente natural proporciona e dele não se afasta, atuando como um meio de valorizá-lo e preservá-lo. Em uma simbiose, essa arquitetura não existiria sem a natureza, mas a natureza por si pode seguir existindo pelo efeito dessa arquitetura.

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Imagem Cortesia de Laura Betina Attuati

Vaga-lumes: A cidade noturna e os corpos dissidentes

Autor: João Pedro Oliveira Pompeu de Pina
Orientadores: Adriana Sansão Fontes e Gustavo Badolati Racca
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

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Imagem Cortesia de João Pedro Oliveira Pompeu de Pina

‘Vaga-lumes: A cidade noturna e os corpos dissidentes’ se concentra na investigação das práticas que acontecem na cidade à noite, em especial aquelas realizadas por corpos dissidentes de gênero e sexualidade. Na medida em que o desenho tradicional da cidade determina os comportamentos na cidade ao disciplinar o corpo, as dissidências surgem como reivindicação de uma outra ocupação urbana. As práticas dissidentes são feitas alheias às previsões impostas pelos códigos políticos subjacentes ao urbanismo, e possuem como característica comum a de deixar rastros e de autogestionar suas aparições e desaparições.
O trabalho é estruturado em quatro blocos. O primeiro contextualiza a relação entre noite, corpo e dissidência; o segundo propõe uma corpografia queer da prática da pegação do Parque do Flamengo do Rio de Janeiro; o terceiro são intervenções temporárias com premissas da teoria queer, focando no objetivo disruptivo da teoria em relação aos dispositivos de controle sobre os corpos (Foucault), na reivindicação pela ambiguidade em relação aos binarismos (Hija de Perra) e na performatividade do corpo (Butler), relacionando o corpo e o espaço como instâncias interdependentes e indissociáveis. O quarto é um delírio poético, que sugere que o Aterro do Flamengo seja um corpo queer e estranho que vai comer a cidade. 

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Imagem Cortesia de João Pedro Oliveira Pompeu de Pina

Entrelace - Espaço de valorização do trabalho manual focado na produção têxtil e confecção

Autora: Letícia Maria de Freitas Oliveira
Orientadora: Carolina Pescatori Candido da Silva
Instituição: Universidade de Brasília - UnB

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Imagem Cortesia de Letícia Maria de Freitas Oliveira

As práticas têxteis na sua forma tradicional, doméstica e de predominância feminina, sempre estiveram inseridas em circuitos de trocas e relações sociais para além da escala econômica, característica que foi se perdendo com sua industrialização. Essa mudança, além de torná-las muito mais individualistas, significou a perda do domínio completo dos processos que envolvem a confecção.

A partir desse panorama, propõe-se um espaço de valorização dos trabalhos manuais que compõem o fazer têxtil, desde a tecelagem, corte e costura e diversas expressões da arte têxtil até o produto final, na cidade de Brasília, reconhecida pela UNESCO como Cidade Criativa do Design.

O projeto visa criar um local de qualificação de mão de obra e compartilhamento de conhecimento de diferentes gerações e regiões, estabelecendo um senso de comunidade, fortalecendo a produção de atividades têxteis na cidade e trazendo independência financeira, principalmente para mulheres atuantes nessa área. Além de todos os espaços criativos, usos como a creche, café, lojas e restaurante dão suporte à quem utilizará os espaços de trabalho e ensino mas também ao público geral que percorre a área central de Brasília. O térreo livre com espaço de convívio também atua como conector entre Cidade e Parque na escala do pedestre.

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Imagem Cortesia de Letícia Maria de Freitas Oliveira

Lições da cidade: aprendendo com o Jardim Jaqueline

Autora: Marcela Maques Costa
Orientadores: Jeferson Tavares, Aline Coelho, Adriana Granato
Instituição: Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - IAU/USP

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Imagem Cortesia de Marcela Maques Costa

Nesta pesquisa, a favela Jardim Jaqueline, no Setor Oeste da cidade de São Paulo, é lida como a cidade pré-existente que fornece as diretrizes para a intervenção, a qual atua concomitantemente nas questões sociais e ecológicas. Foi fundamental estabelecer uma relação entre a morfologia e a tipologia da favela como as pistas urbanas que corporizam o desenho linear do parque no vale e do novo assentamento, bem como abordar a vulnerabilidade material das famílias que vivem ao longo do riacho, incorporando o vernáculo arquitetônico e urbano.

Considerando os necessários processos de remoção para cumprimento da proteção dos cursos d’água, o projeto oferece alternativas habitacionais dentro da área, evitando o rompimento de vínculos já estabelecidos entre a comunidade. A tipologia de terraços foi implementada para permitir a ligação entre o vale e o novo assentamento em terrenos superiores adjacentes, estabilizando as encostas e permitindo maior área permeável ao longo do córrego, criando simultaneamente possibilidades de apropriação comum.
Os estudos tipológicos e morfológicos, por sua vez, permitem o diálogo sincrônico entre a intervenção proposta e as condições pré-existentes da favela, evitando o rompimento do vocabulário urbano de seus moradores.

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Imagem Cortesia de Marcela Maques Costa

CRIA: Decolonialidade e Resiliência em favelas - Plano de intervenções da Comunidade 24 de Maio no cenário pós desastre socioambiental

Autora: Anna Clara de Cássia Bernardo de Souza 
Orientadores: Paula Menezes Salles de Miranda e Wagner Barboza Rufino 
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

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Imagem Cortesia de Anna Clara de Cássia Bernardo de Souza

Petrópolis presenciou no dia 15 de fevereiro de 2022 a maior tragédia socioambiental de sua história, não sendo esse um evento isolado. As favelas da cidade imperial, consolidadas nas encostas devido ao alto valor do solo em áreas seguras, são as áreas mais suscetíveis aos deslizamentos. Após a tragédia, a Comunidade 24 de Maio, uma das áreas mais afetadas, une forças para se reerguer diante da fragilidade emocional e incertezas constantes.

Nesse cenário, o senso comunitário é evidenciado nas comunidades e a união surge como uma forma de resistência. O projeto do centro comunitário tem como objetivo o incentivo ao fortalecimento das relações coletivas e suporte em situações emergenciais, impulsionando a autonomia e resiliência da favela. 
A proposta busca incentivar o desenvolvimento socioespacial para além do contexto de fragilidade pós desastre, tendo os moradores como protagonistas das ações que influem sobre o território, a partir de um diálogo horizontalizado entre a técnica e a valorização da cultura local. CRIA é o termo usado em favelas para definir aqueles que cresceram no lugar. Por meio deste conceito o projeto se estabelece a partir da relação singular com o ambiente e busca revelar a identidade, pertencimento e orgulho daqueles que ali vivem.

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Imagem Cortesia de Anna Clara de Cássia Bernardo de Souza

As águas secretas: devaneio sobre a alma úmida de São Paulo

Autor: Daniel Kenzo Ogushi
Orientador: Luís Antônio Jorge
Instituição: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAUUSP

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Imagem Cortesia de Daniel Kenzo Ogushi

A aproximação a uma camada oculta da cidade de São Paulo – seus rios e córregos subterrâneos – é o ponto de partida para o desenvolvimento de um projeto de intervenção artística no Vale do Anhangabaú. Efêmera, a intervenção procura construir condições, dentro da fervilhante metrópole, que possibilitem a experiência de um tempo-espaço outro: silencioso, lento, demorado, cioso, escuro – permitindo, assim, entrever, em meio a escuridão, o ir do rio e ouvir a voz de suas águas secretas: ao mesmo tempo, parte do mundo e sua recusa.

Uma passagem ocupa a parte central do vale, estendendo-se de ponta a ponta, convidando os transeuntes a aventurar-se em suas entranhas. Sua forma austera está lastreada naquilo que está sob o pavimento: com a mesma largura, é posicionado exatamente na projeção do canal que constrange o ribeirão Anhangabaú no âmago da terra. À medida em que se caminha em direção ao centro, o ritmo da estrutura torna-se progressivamente mais denso, passa do ar à pedra, da claridade da luz filtrada para a penumbra, da penumbra à quase completa escuridão. No centro da passagem há um declínio, uma lenta descida, uma queda em direção à terra: um poço conecta o rio subterrâneo à superfície.

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Imagem Cortesia de Daniel Kenzo Ogushi

Acessibilidade e direito à cidade: um plano de bairro para o Orgulho do Ceará

Autora: Rebeca da Silva Souza
Orientadora: Camila Bandeira Cavalcante
Instituição: Universidade de Fortaleza - UNIFOR

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Imagem Cortesia de Rebeca da Silva Souza

A segregação socioespacial restringe o direito à cidade e é praticada de forma voluntária pela elite e involuntária por moradores de conjuntos habitacionais de interesse social construídos pelo Poder Público em regiões periféricas e muitas vezes desprovidas de infraestrutura e equipamentos urbanos. Nesse sentido, o presente trabalho propõe a inserção urbana do Orgulho do Ceará, empreendimento pertencente ao Programa Minha Casa Minha Vida que faz parte da Política Nacional de Habitação vigente. 

O conjunto está localizado no município de Pacatuba, região metropolitana de Fortaleza-CE, às margens do quarto anel rodoviário e seus moradores sofrem com falta de serviços básicos para a vida cotidiana. Portanto, foi feito a elaboração de um Plano de Bairro com propostas e ações nos temas de mobilidade e morfologia urbana, moradia e uso do solo, meio ambiente e infraestrutura, socioeconomia e equipamentos. Dentre as propostas, destaca-se a construção de uma passarela para que os moradores possam fazer a travessia da rodovia em segurança e ter mais opções de transporte público, e a construção de refeitório comunitário com o objetivo de ofertar empregos para mães chefes de família, além de garantir segurança alimentar para os moradores.

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Imagem Cortesia de Rebeca da Silva Souza

Intervenção no edifício garagem América, um ensaio sobre a ressignificação de preexistências

Autora: Beatriz da Cunha Leite
Orientadores: Cesar Shundi Iwamizu e Angelo Cecco
Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Imagem Cortesia de Beatriz da Cunha Leite

A região central de São Paulo conta com dezenas de edifícios garagem espalhados por sua malha urbana. Entre eles, encontra-se o Edifício América, projetado por Rino Levi na década de 1950 e atualmente tombado como patrimônio histórico. Estas tipologias surgiram a partir de uma demanda por espaços para estacionar carros, que se tornavam cada vez mais escassos ao passo que o número de automóveis na cidade crescia progressivamente.

Através deste trabalho, objetiva-se experimentar as possibilidades de uso em um edifício garagem cuja função ao longo das décadas ficou defasada e, com o passar dos anos, tornou-se uma grande estrutura obsoleta. O projeto de intervenção busca estabelecer novas vocações à garagem trazendo usos voltados ao lazer, cultura, habitação e comércio, constituindo um edifício plural. Assim, a construção monofuncional cujo propósito era apenas abrigar carros, abre-se para a cidade e estabelece um diálogo com seu entorno a partir das novas circulações e transposições.

Este ensaio tem como objetivo apresentar uma intervenção que visa subverter o protagonismo dos carros em detrimento das pessoas, expondo as possibilidades de transformação em tais construções de modo a manter viva sua história e, ao mesmo tempo, dialogar com o tempo presente e imaginar outros futuros.

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Estratégias de mitigação ao calor urbano: Um estudo sobre Porto Alegre

Autora: Carolina Cristófoli Falcão
Orientadores: Eugenia Aumond Kuhn e Geisa Zanini Rorato
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

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Dentro de duas décadas, o planeta irá atingir ou exceder um aumento de 1.5ºC de temperatura global. As projeções futuras indicam um clima mais quente devido às mudanças climáticas e a processos regionais, como urbanização e desmatamento. Logo, a implementação das agendas de mitigação e adaptação aos impactos das Mudanças Climáticas são urgentes. O calor urbano é um desafio complexo que exige soluções transversais, o presente trabalho teve como objetivo investigar a vulnerabilidade a altas temperaturas na cidade de Porto Alegre e propor estratégias de mitigação ao calor extremo.

O trabalho propôs uma metodologia de investigação da vulnerabilidade ao calor, com a criação de um Índice de Vulnerabilidade ao Calor. A partir do diagnóstico da vulnerabilidade, foi proposto um plano com estratégias de mitigação na macro escala e demonstração das estratégias na micro escala nas áreas críticas. Para analisar o impacto das estratégias de mitigação de calor nas áreas selecionadas, foram conduzidas simulações computacionais da temperatura radiante. 

Ao incluir a variável climática, em especial ao calor, no processo de planejamento urbano, podemos reduzir o desconforto térmico, melhorar a qualidade de vida e contribuir para a resiliência urbana diante das mudanças climáticas.

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SJM+60: A capital da logística

Autor: Arthur Frensch
Orientadores: Cauê Capillé e Thiago Soveral
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

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O projeto analisa São João de Meriti como epicentro logístico, analisando a tipologia de galpões e a transformação da paisagem urbana, destacando o corte do Morro do Shopping. Desde 1967, a Rodovia Dutra molda a cidade, conectando-a à metrópole e influenciando seu caráter.

Em 2018, o último morro da cidade foi substituído por um condomínio de galpões. Essa transformação, ancorada na ideia de São João como “quintal metropolitano”, revelou-se como resultado de décadas de influência da Dutra, favorecendo uma vocação logística. Dessa vocação pode-se destacar a "Capital do Jeans". Esse período, marcado por desenvolvimento econômico, revelou estratégias projetuais que auxiliaram a criar uma solução sustentável para a paisagem em constante evolução de SJM, evitando a recorrência de montagens e desmontagens para atender às necessidades momentâneas.

Do estudo de uma casa de jeans, surgem três estratégias — projetiva, programática e adaptativa — para orientar intervenções arquitetônicas. A análise temporal revela fases, da produção de jeans à adaptação dos espaços ao longo dos anos. A proposta final busca uma nova tipologia de galpão, reutilizando a usual e inserindo diversidade programática, de forma a integrar o espaço logístico à cidade. O projeto não apenas preserva a memória urbana, mas cria soluções sustentáveis para a evolução de SJM nos próximos 60 anos.

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Já que você está aqui, aproveite para ver as listas dos anos anteriores: 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022.

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Sobre este autor
Cita: Victor Delaqua. "Os melhores trabalhos de conclusão de curso em 2023" 13 Dez 2023. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1010832/os-melhores-trabalhos-de-conclusao-de-curso-em-2023> ISSN 0719-8906

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