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Jardins verticais: O mais recente de arquitetura e notícia

Os jardins se tornaram um privilégio?

Seja uma pequena varanda, um acesso a uma área verde ou um jardim privado, o espaço exterior tornou-se um privilégio para muitos, especialmente com o início da pandemia de Covid-19 e os vários períodos de lock down subsequentes. O espaço verde na cidade está constantemente sob ameaça do mercado ou de governos que buscam aumentar a densidade habitacional para alimentar uma demanda crescente por desenvolvimento suburbano. Como resultado, os jardins e o acesso a espaços verdes/exteriores têm diminuído nos últimos anos em algumas grandes cidades do mundo, uma vez que a prioridade é abrigar o maior número de pessoas possível em empreendimentos residenciais, muitas vezes desconsiderando características benéficas como o acesso a áreas externas.

Em termos de condições de vida, a falta de acesso a esses espaços apresenta desigualdades evidentes, reveladas em períodos de confinamento e restrições durante a pandemia. As pessoas foram confinadas em suas casas e espaços ao ar livre locais, onde poderiam se exercitar. Quem teve acesso a estes espaços públicos e teve os seus próprios jardins/espaço exterior teve muita sorte no sentido de poder usufruir de um elemento do exterior. Enquanto os menos afortunados em apartamentos e áreas pobres enfrentavam condições claustrofóbicas e desmoralizantes, contidas dentro da concha de suas casas.

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Jardins verticais podem contribuir para uma arquitetura neutra em carbono?

Jardins verticais podem contribuir para uma arquitetura neutra em carbono? - Imagem de Destaque
London's Largest "Living Wall" / Gary Grant. Image Courtesy of Green Roof Consultancy and Treebox

Um edifício neutro em carbono é alcançado quando a quantidade de emissões de CO2 é equilibrada por iniciativas positivas para o clima, de modo que a pegada líquida de carbono ao longo do tempo seja zero. Considerando sua capacidade inigualável de absorver CO2, plantar árvores é muitas vezes visto como a melhor solução de compensação de carbono. Mas à medida que as cidades se tornam mais densas e a quantidade de espaço horizontal disponível para áreas verdes reduz drasticamente, os arquitetos têm sido forçados a explorar outras abordagens. Para enfrentar esses desafios climáticos e conectar as pessoas à natureza, as paredes verdes externas tornaram-se uma tendência crescente em cidades cada vez mais verticais. Embora haja pesquisas para afirmar que estes podem impactar positivamente o meio ambiente, muitos questionam se eles podem realmente contribuir para uma arquitetura neutra em carbono. A resposta pode ser bastante complexa, mas parece apontar para: até certo ponto através de um bom projeto.

Agregando jardins suspensos à arquitetura residencial

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No mês passado, vimos os 20 projetos residenciais mais visitados apresentados no ArchDaily durante 2020. Abrangendo quatro continentes e 15 países, os estilos e desenhos variaram amplamente e cobriram uma gama de diferentes climas, contextos visuais e necessidades de clientes. No entanto, notamos uma semelhança entre alguns projetos selecionados localizados principalmente no Vietnã e na Indonésia: a prevalência de jardins suspensos e plantas trepadeiras. Abaixo, examinamos essa tendência com mais detalhes, discutindo como ela é usada nestes projetos específicos e de forma mais geral.

Jardim vertical: como montar e que plantas usar?

Há cerca de trinta anos o paisagista francês Patrick Blanc tornou-se pioneiro na implantação de jardins verticais em Paris e posteriormente, em outras cidades pelo mundo. Por meio da criação de estruturas verticais capazes de comportar e nutrir espécies vegetais, o sistema permite que espécies possam crescer e ainda reduzir consideravelmente a temperatura interna de edifícios quando instaladas em suas fachadas, possibilitando expansão de áreas verdes pela inversão de suas áreas, do solo (horizontal) às empenas (vertical).

A prática de Blanc trouxe um conjunto de ações posteriores, reconhecendo os valores dos espaços verdes e sua contribuição às políticas sociais, ambientais e urbanas.

Principais tendências mundiais no paisagismo de interiores

Já não há dúvidas sobre os muitos benefícios que as plantas trazem para o espaço doméstico uma vez incorporadas a um projeto de “paisagismo de interiores” ou Plantscaping, como tal prática tem sido chamada. Integrar jardins e hortas em projetos residenciais atende a muitos propósitos, sejam eles práticos, estéticos ou psicológicos. Embora existam alguns requisitos básicos que devemos considerar ao incorporar plantas e jardins em nossos espaços interiores, as espécies de plantas assim como as soluções técnicas de projeto costumam variar enormemente de acordo com a sua localização. Ao explorarmos alguns dos principais projetos de interiores que incorporam plantas e jardins em seus espaços, identificamos uma série de padrões recorrentes, cada um refletindo características relevantes ao clima, ao estilo e às soluções construtivas específicas.

Enquanto as espécies de plantas escolhidas costumam variar de acordo com as condições climáticas do lugar, as principais diferenciações nos projetos avaliados estão relacionadas ao espaço em si e como os projetistas procuram aclimatá-las. Embora saibamos da importância do contanto direto com a natureza para a nossa saúde física e mental, plantas também são utilizadas em projetos residenciais com a finalidade de criar micro-climas ou para oferecer espaços onde as pessoas podem cultivar seus próprios alimentos. 

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Floresta Urbana, o jardim vertical mais denso do mundo será construído na Austrália

Floresta Urbana, uma torre residencial de uso misto de trinta pavimentos, é o mais recente projeto desenvolvido pelo escritório Koichi Takada Architects. Localizado na região sul de Brisbane, Austrália, o edifício apresenta um dos mais densos jardins verticais já vistos no mundo todo, indo muito além daquilo que se considera um edifício sustentável, com “300% de cobertura vegetal viva, mais de 1.000 árvores e 20.000 arbustos de 259 espécies nativas diferentes”. Concebido para promover a biodiversidade local e minimizar a pegada de carbono do edifício, esta monumental estrutura pretende se tornar um marco para a arquitetura, elevando o projeto de jardins verticais a outro patamar.

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Como incorporar jardins e hortas em projetos residenciais

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Os jardins internos podem contribuir com importantes benefícios para a vida doméstica, variando da beleza estética à melhoria da saúde e da produtividade. Pesquisas mostraram que plantas nos interiores das edificações ajudam a eliminar os poluentes do ar, os chamados de compostos orgânicos voláteis (COV), liberados de colas, móveis, roupas e solventes, conhecidos por causar doenças. Eles também aumentam as percepções subjetivas de concentração e satisfação, bem como medidas objetivas de produtividade. Jardins internos podem até reduzir o uso de energia e os custos devido à menor necessidade de circulação de ar. Esses benefícios complementam as óbvias vantagens estéticas de um jardim bem projetado, tornando o jardim interno um recurso residencial atraente em várias frentes.

Casa na Travessa do Patrocínio / Luís Rebelo de Andrade + Tiago Rebelo de Andrade + Manuel Cachão Tojal

© FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

Gardens by the Bay / Grant Associates and Wilkinson Eyre Architects

Quinta Patino / Frederico Valsassina Arquitectos

© FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

Occhio / Emilio Ambasz

Qantas Sydney First Lounge / Marc Newson + Sebastian Segers e Woods Bagot