-
Arquitetos: Belluzzo Martinhao Arquitetos
- Área: 460 m²
- Ano: 2021
-
Fotografias:André Mortatti
-
Fabricantes: Altarego Marcenaria, Brancô Decor, CS3, Cris Bertolucci, Deca, Evol, Franke, Ibiza Acabamentos, Itatubos, MGC Mármores, Marcelo Faisal, Metal Lar, Márcio Pedras, Phenicia Concept, Silcon, Uniflex Cidade Jardim, Unis
Descrição enviada pela equipe de projeto. A residência BM, localizada no interior de São Paulo, foi concebida para ser um refúgio de final de semana para os arquitetos Gustavo Martinhão e Marcella Belluzzo. O terreno, vizinho a uma área de preservação ambiental, estimulou a investigação de uma arquitetura que se insere sutilmente na paisagem, desintegrando o limite entre os espaços construído e natural.
A topografia natural do terreno, um acentuado declive, foi ajustada para o nível definido como ideal à implantação da casa: o da copa das árvores. Dessa maneira, criou-se um belo jardim frontal, que desce suavemente em direção a cota da residência, para então tornar a cair até o maciço de árvores ao fundo. Essa solução envolveu o volume edificado em verde, ora do jardim ora da mata, e criou uma relação mais intimista com o sítio.
O projeto se desdobra em um volume térreo, apoiado sob uma laje ligeiramente descolada do solo, que parece flutuar. Sua organização é horizontal e linear, a fim de orientar a maior parte dos ambientes para a melhor vista e insolação: o sol da manhã.
O programa é reduzido ao máximo, até contemplar somente os ambientes fundamentais que são condensados em três núcleos distintos, cada um deles essencialmente dedicado a um único uso: social, íntimo e de serviços.
A cozinha e o gourmet compõem um mesmo espaço, que é também integrado ao estar. O fechamento do estar se dá por dois panos de vidro, um deles fixo - voltado para a rua - e o outro móvel - voltado para a paisagem. Brises articulados, instalados junto à fachada voltada para a rua, controlam a entrada de luz e garantem privacidade aos moradores sem comprometer o visual do jardim frontal. Na outra extremidade, caixilhos que pivotam no próprio eixo e correm, podem ser completamente abertos, transformando todo o núcleo social em um grande terraço integrado ao deck, a piscina e a mata.
O núcleo íntimo compreende as três suítes da casa, sendo uma delas máster e as outras duas de hóspedes. Todas possuem acesso direto ao jardim e visual para a mata. Do lado oposto está o núcleo de serviços, que contempla o abrigo coberto para carros, a lavanderia e o banheiro de serviços. No perímetro da residência, um passeio coberto envolve os três núcleos, conectando todos os ambientes, e exercendo a importante função de transição entre os espaços internos e externos.
A aproximação da arquitetura com a natureza se revela tanto no desenho do espaço, quanto nos materiais que o constroem, com a utilização de madeira e pedra, que contrastam com a modernidade do alumínio preto dos caixilhos e o esbelto beiral metálico. O projeto é coroado por um telhado verde que mimetiza a paisagem e oferece conforto térmico para os ambientes internos da residência.
