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Arquitetos: Deschenaux Follonier
- Área: 63 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Joël Tettamanti
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está localizado na aldeia Lù Chatarme, perto de Arolla, em uma extremidade do vale d'Hérens. Desde sua construção, o proprietário deste chalé hospeda-se nele por alguns meses todos os anos. Ele sobe 1850 metros acima do nível do mar para pastar suas vacas. O projeto se baseia no diálogo com o agricultor, nos costumes do lugar e sua história. Como manter as características de um abrigo em uma montanha, sem deixar de valorizar o seu potencial de acolhimento, sua habitabilidade e seu conforto?
A primeira ideia foi preservar a sala principal feita em madeira. Apenas uma escada é criada, permitindo chegar ao primeiro andar, onde até seis pessoas podem passar a noite. A madeira utilizada na construção do primeiro andar contribui para a história do local e até para a história da família. A madeira vem, de fato, de um pequeno bosque localizado na propriedade da família. As árvores desse bosque foram plantadas na época da primeira construção do chalé. É como se as árvores tivessem crescido ao lado do chalé para que ele existisse, parecendo uma relação solidária entre a natureza e esta construção. Seria este um presente que espera algo em troca?
A parte em pedras do chalé foi transformada de uma forma que expressa essa retribuição. A construção não se ergue contra a rocha e não a destrói para se firmar. Além disso, esta parte do chalé se assente suavemente entre a rocha e a construção existente. As linhas da rocha orientam o plano de desenho e o corte transversal revela como a construção se ergue contra a rocha sem tocá-la. O concreto é distinto da rocha, mas eles compartilham a mesma natureza mineral. A coesão entre esses elementos é expressa até mesmo pela cor do óxido de ferro da rocha, que é retomada pelos caixilhos de madeira das janelas.
A atmosfera típica de um abrigo de montanha espalha-se pela construção e pela maneira como os espaços são aquecidos. As paredes de madeira são cruas, sem isolamento. Os espaços são baixos e escuros, aquecidos lentamente pelo fogão a lenha que já havia no chalé. Este componente, que é essencial em um chalé nas montanhas, é repetido pela nova lareira de concreto que foi construída na parte de pedras da construção. Aqui, o fogo é completamente diferente: a lareira é aberta e fornece um calor intenso. Uma nova atmosfera é criada, graças à visibilidade do fogo, revelada e contrastada pelo natureza fria do concreto. Podemos dividir uma Raclette suíça ou uma Ruschia enquanto contemplamos as chamas e ouvimos o som do crepitar da lenha.
