-
Arquitetos: N2B Arquitetura
- Área: 1293 m²
- Ano: 2020
-
Fotografias:Keniche Santos
-
Fabricantes: Esmage Marcenaria, MMC metálica, Ângelo Casa Dei
Descrição enviada pela equipe de projeto. As definições e estratégias projetuais surgem a partir da vontade do proprietário da fazenda em realizar uma transição da monocultura agrícola para o sistema de produção agroflorestal (SAF), o qual tem como objetivo cultivar espécies simultaneamente no mesmo espaço geográfico com o intuito de obter uma maior oferta de produtos. Nesse contexto a diversificação do plantio otimiza o espaço rural e permite o desenvolvimento sustentável.
O desafio foi repensar a estrutura da fazenda, avaliando quais espaços circulações e edificações eram fundamentais para essa nova fase agrícola. Sendo assim, o conceito agroflorestal direcionou o escritório a seguir a premissa da sustentabilidade e dos espaços multiuso e, para que essa ideia pudesse ser concretizada, a tecnologia foi uma grande aliada, fazendo-se presente em sistemas de energia renovável, captação e retenção de águas pluviais para irrigação.
A programática da construção destinada a armazenamento dos maquinários e insumos agrícolas, surgiu através de uma grande cobertura, sob a qual foi edificado um bloco de paredes espessas de taipa que, sendo essa produzida com o solo do próprio local, beneficiando a eficiência térmica do edifício. Atualmente, o espaço do térreo está sendo utilizado como almoxarifado da fazenda. Já o pavimento superior foi contemplado estrategicamente como base administrativa da fazenda, devido ao posicionamento geográfico favorável na mesma. Tal base abrange um programa simples, reunindo recepção, sala de reuniões, copa e administrativo. A pedido do cliente, além das áreas de armazenagem e administração, foram projetadas habitações modulares para os funcionários da propriedade, sendo essas, uma releitura contemporânea das casas coloniais presentes em fazendas dos séculos XVI e XIX.
O programa interno das residências “casas colonos” é simples, formado por uma sala, cozinha, dois quartos e um banheiro. Na área externa, foi feita uma reconstituição das varandas projetadas no período colonial, destinadas a convivência e socialização. Ao fundo, há um quintal com lavanderia, área de churrasqueira e garagem em um único espaço. A estrutura metálica e a taipa também foram utilizadas como partido no projeto das residências, buscando melhor eficiência térmica, além de, contribuir para a continuidade da linguagem projetual e harmonia estética.
Contrariando a prática da jardinagem ornamental, como feito convencionalmente, em todos os espaços de canteiros foram cultivadas espécies vegetativas de acordo o sistema agroflorestal citado anteriormente, proporcionando o contato direto entre os alimentos fornecidos e moradores/prestadores de serviços da fazenda.
