Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark

Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de ExteriorCasa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de ExteriorCasa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de Interiores, VigaCasa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de InterioresCasa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Mais Imagens+ 54

  • Ano Ano de conclusão deste projeto de arquitetura Ano:  2019
  • Fotógrafo
    Fotografias:Federico Cairoli
  • Fabricantes Marcas com produtos usados neste projeto de arquitetura
    Fabricantes:  Diseño y arte la fuente, Lormicortes, Maderas los alcazares, NArcilla
  • Clientes: Juana Mayorga, Pablo Tourrenc y Maya
  • Cálculo Estrutural: Antonio Fernández Caro
  • Equipe De Arquitetura: Santiago Pradilla, Zuloark, Palafito arquitectura Jóse López, Sergio Carranza (Verde) , Laura Vispe
  • Construção: Doña Mariela, Don Isauro, Ramiro, Don William, Rafa, Oswaldo, Robinson, Lisbet, Anayibe, El ladrón, Angel, Crisanto, Evaristo, Alquímides, Karen, Oscar, Josué Pablo Tourrenc y sus amigos (especialmente Jean Baptiste), Armando, Juan Carlos, Henry Nicolás, Christina Serifi.
  • País: Colômbia
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Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de Exterior
© Federico Cairoli

Descrição enviada pela equipe de projeto. Casa Tecida é uma residência experimental associada a uma plantação de café familiar em uma comunidade rural isolada na região de Cundinamarca, na Colômbia. É um exercício de responsabilidade profissional em relação ao meio ambiente e à sociedade onde é implantada. Durante o processo de projeto e construção, uma comunidade de trabalho e convivência foi formada, incluindo o maior número possível de agentes no processo de tomada de decisão, entendendo todo o processo como uma oportunidade de aprendizagem e treinamento através da prototipagem do projeto. A casa não é apenas tecida fisicamente, mas também tece a paisagem onde é implantada através da participação de seus habitantes no projeto, levantando o tema da construção social, do design aberto e inteligente, da arquitetura biodiversa e de baixo impacto ambiental, além de tentar inovar em modelos arquitetônicos para o futuro desenvolvimento das áreas rurais da Colômbia.

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Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de Exterior
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O paraíso, Nocaima. No mundo existem muitos paraísos, e La Vereda Fical é um deles. Pertence ao município de Nocaima, em Cundinamarca, na Colômbia, a uma hora e meia de Bogotá, a capital do país. É uma comunidade rural e dispersa composta de aproximadamente vinte famílias espalhadas ao longo de um caminho montanhoso não pavimentado de muito difícil acesso, onde cada família tem recursos diferentes que compartilham com os demais membros da comunidade. Até muito recentemente a área - devido a sua proximidade com a capital, mas sua topografia acidentada e selvagem - era de muito difícil acesso para os visitantes, ficando isolada durante alguns dias de chuva forte. Esta particularidade, em conjunto com o clima ameno da região, fez desta encosta um lugar de incrível biodiversidade, onde agricultores, plantações de café e cana de açúcar, florestas naturais de bambu e as mais diversas espécies animais vivem em harmonia.

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Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de Exterior
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Objeto crítico. Construir ambientes de aprendizagem. A Casa Tecida propõe uma arquitetura que se relaciona com o ambiente e o contexto em que se desenvolve, mas não exclusivamente a partir de sua forma física, senão a partir dos momentos de aprendizagem que ocorreram ao longo do processo. Da mesma forma que as práticas formais de aprendizagem não mais consistem na transmissão de conhecimentos de forma linear ou vertical, o processo de construção e projeto da Casa Tecida teve desde o início a vontade de gerar novas formas de colaboração entre todos os agentes que participaram dela. A geração de uma comunidade para a transmissão de conhecimento e construção coletiva foi uma das forças motrizes na fase de construção do projeto. A formação de uma equipe de construção composta por mestres construtores especializados, com jovens da comunidade, em colaboração com a equipe de projeto, estudantes e arquitetos, além dos próprios clientes, permitiu que o processo de seis meses de construção e montagem da casa fosse um foco de aprendizado e treinamento para muitos de nós, onde temas como novas formas de fazer arquitetura, agricultura e paisagem foram combinados ao modo de vida da equipe.

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Viver no canteiro de obras. Fazer parte da comunidade. O difícil acesso ao canteiro de obras nos fez optar por viver na comunidade da vila durante o processo, a poucos metros de distância da Casa Tecida. Construir esta relação de comunidade, quando ao mesmo tempo estávamos construindo uma arquitetura tão próxima, e as relações que surgiram em torno dela, significaram que o conhecimento de cada um dos habitantes foi compartilhado e comum a todos durante o tempo em que os agentes envolvidos viveram neste terreno íngreme. Normalmente, a população local costuma criar pequenos terraços e platôs onde vão construir as casas, de tal forma que os lados maiores sempre acompanham a topografia. Isto faz com que um lado da casa tenha uma vista muito boa e que o outro lado da casa seja morto, fechado, um "quintal", além dos problemas de represamento de água de escoamento que isto gera. A Casa Tecida está localizada de forma perpendicular ao terreno, adaptando-se melhor à topografia existente e evitando grandes obras de terraplanagem, tão comuns na área, aproveitando a melhor orientação solar e criando dois jardins completamente diferentes do lado de fora.

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Inteligências coletivas. Aprendendo com técnicas de construção locais. A casa aprende com as casas palafíticas da Colômbia, com uma estrutura modular de madeira a cada 126 cm. Alude ao antigo conhecimento da arquitetura pré-hispânica na qual, de forma intercalada, alguns pilares são enterrados no chão e outros simplesmente apoiados em pedras, com a ideia de que nos primeiros anos aqueles elementos enterrados sustentam a casa mas, anos depois, começam a apodrecer e o peso começa a ser suportado também pelas colunas apoiadas sobre as pedras.

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Na primeira fase do projeto, decidimos iniciar o trabalho sem ter resolvido a escolha de alguns dos materiais que seriam utilizados nos acabamentos. Propusemos um projeto em fases que poderia ser modificado uma vez iniciado o trabalho, com a intenção de explorar a região em busca de soluções construtivas não padronizadas e inteligentes que pudessem ser aplicadas à proposta. Encontrar o fechamento para a casa foi um dos momentos mais belos do processo. A caminho da casa vindo de Bogotá, a apenas vinte minutos da casa, encontramos Maria, que tem um negócio de tecelagem de móveis com fibras naturais ao pé da estrada principal. Juntos, trabalhamos na adaptação de suas técnicas de tecelagem de móveis para uso como elemento de construção arquitetônica, resultando em uma aplicação inovadora para o projeto e também para Maria.

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Eles nos contaram mal a história dos três porquinhos. Fugir do concreto como única solução construtiva possível. Na Colômbia, apesar de suas riquezas naturais e florestas, não há muita tradição na construção em madeira; as arquiteturas palafíticas são entendidas como uma construção de comunidades pobres ou construções para turistas nas áreas do Caribe. Desde que trabalhamos juntos, Santiago e Zuloark, estamos obcecados em propor uma arquitetura com materiais mais adequados aos locais onde são encontradas, gerando menos impacto, proporcionando soluções de alta qualidade e inovação, sem que tudo isso implique em um aumento excessivo dos custos. A Casa Tecida teve como premissa explorar e tentar inovar neste aspecto, trabalhando com soluções pré-fabricadas, mas com um alto grau de artesanato onde o trabalho em madeira e detalhes metálicos foram produzidos como peças de um quebra-cabeça para montar no local muito rapidamente. Criamos assim um grupo de pequenas empresas que trabalham juntas para gerar uma nova forma de construção na Colômbia, com madeira certificada, e por sua vez permitir que as comunidades entendam outros paradigmas de como tornar suas casas mais alinhadas com o meio ambiente, mais ventiladas e mais saudáveis e, ao fim e ao cabo, habitáveis.

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Design aberto. Aprendendo com o mundo digital. A forma como a Casa Tecida é projetada e construída, aprendendo com a fabricação digital e sistemas de código aberto, a torna compreensível para todos. A montagem da estrutura em obra foi em si uma experiência de aprendizado para a comunidade, mas não apenas isso: a forma de design aberto e replicável significou que qualquer pessoa interessada, desde os clientes até os arquitetos e projetistas da equipe, pôde participar da montagem da estrutura.

Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de Interiores, Viga
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Como tirar uma foto desta casa? Com as portas abertas ou fechadas? Abrir as da esquerda dá uma sensação, abrir as da direita uma outra muito diferente. É inevitável não estar constantemente brincando com a luz. À noite, todas as portas se fecham e as luzes se apagam, exceto as de fora. Que maneira maravilhosa de experimentar a paisagem noturna de viver o campo, estando no conforto do lar!

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Menos é menos. Construir menos é uma obrigação para o futuro. Construir menos, menos e melhor, foi o primeiro exercício de responsabilidade que assumimos junto com nossos clientes. Normalmente, tendemos a pensar que maximizar uma casa, criando ambientes e áreas para cada um dos usos desejados, é a melhor maneira de pensarmos em nossa casa como usuários. Tem sido um exercício de responsabilidade por parte de Pablo e Juana, em colaboração com a equipe de arquitetos, entender que para ter uma casa melhor, com implicações de impacto ambiental, mas também econômico e político, temos que construir menos. Isto significou pensar de forma diferente sobre como viver na casa e todas as experiências que se podem ter nela, com uma área útil de cerca de 60m2, mas usando todos os cantos da estrutura, e os espaços intermediários e cobertos da mesma, obtemos quase 120m2 úteis. A casa e seu piso de madeira, auxiliados por um pequeno espaço de entrada em estilo japonês, onde tiramos nossos sapatos, convertem toda a superfície do piso de madeira em uma área para sentar. Os espaços de transição também foram eliminados: um está no campo ou na casa simultaneamente, não há meio-termo. A casa torna-se um protetor, um lugar um pouco afastado da floresta e do patrimônio natural, mas completamente em relação com a biodiversidade. E esta casa não só constrói menos em área, mas também em materiais, dispensando elementos construtivos como divisões internas, isolamento e revestimento interno em fachadas, piso e teto, conforme as condições climáticas permitiram, sendo uma casa completamente aberta ao ambiente, onde algumas manhãs as nuvens inundam o espaço em que se toma o café da manhã.

Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de Interiores
© Federico Cairoli

O que significa estar em casa? Onde a casa realmente acaba? A casa te convida a caminhar ao redor dela, para estar atento à luz. Na casa você nunca está completamente dentro, você está sempre um pouco fora. A casa te convida a viver de uma maneira especial: ou você está lá em cima ou lá embaixo, ou está aberta ou fechada, ou está na plantação de café ou está naquele oásis úmido entre a magia das orquídeas, samambaias e bambu.

Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de Interiores, Madeira
© Federico Cairoli
Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark  - Fotografia de Interiores, Viga
© Federico Cairoli

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Cita: "Casa tecida / Santiago Pradilla + Zuloark " [Casa tejida / Santiago Pradilla + Zuloark ] 10 Mai 2021. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/961351/casa-tecida-santiago-pradilla-plus-zuloark> ISSN 0719-8906

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