Casa de Veraneio Cana / Carl Gerges Architects

Curadoria de Hana Abdel

Arquitetos: Carl Gerges Architects
Área: 250 m²
Ano: 2020
Fabricantes: Adobe, AutoDesk, CJCJ, Corona, OLIVARI, Sodamco

Descrição enviada pela equipe de projeto. Na encosta de formações rochosas milenares, onde se encontram também antigas tumbas fenícias, localiza-se a Casa para Veraneio Cana. Situada em Bhamdoun, uma cidade no Líbano, a casa está implantada em um terreno que resiste à erosão ao longo de milênios, formando um mosaico de calcário cinza e amarelo que abrange todo o espaço. O sólido muro de contenção, construído com blocos de rocha natural, define uma fachada longínqua e arcaicamente curiosa.

Ao adentrar por este árido e monolítico muro, o visitante é surpreendido pela vasta iluminação natural que dá as boas vindas a um ambiente cavernoso, porém, aconchegante, abrigando a sala de estar e cozinha. As paredes de terra sustentam painéis de vidro pivotantes que se abrem para as pedras adjacentes, fundindo instantaneamente o interior com o exterior.

Na sala de estar, uma lareira é o elemento central, sob a laje concretada in loco e vigas de madeira recuperadas. O mobiliário conduz um conceito do projeto, apresentando uma variedade de camadas de tecidos com padrões orientais, como estampas de leopardo e tapetes marroquinos. Com características rústicas e uma dimensão adequadamente funcional, a cozinha convida os visitantes a encontros calorosos e íntimos em torno do forte elemento de madeira de eucalipto.

Ao caminhar ao longo da fachada envidraçada até o dormitório suíte, o visitante é recebido por um espaço naturalemnt eiluminado e generosamente verde. Elementos de concreto revestidos com tadelakt verde-louro, um tipo de revestimento com base de gesso e cal comum na região, criam nichos e apoios onde as plantas orquestram, junto da arquitetura e da paisagem, uma experiência de banho ao ar livre.

Casa de Veraneio Cana / Carl Gerges Architects - Imagem 17 de 21

A casa apresenta um caminho subterrâneo que leva a uma adega. Esculpido nas rochas, esse cubo abobadado cor de vinho é iluminado por uma abertura zenital circular e abriga um ambiente sinestésico. Um silêncio primitivo com iluminação solene, combina intuitivamente ao ar fresco e úmido.

Na encosta da topografia a casa apresenta um refúgio agradavelmente sombrio, que recebe a luz da lua e abre caminhos para eventos e celebrações espiritualmente estimulantes sob um vasto céu estrelado. Um fogareiro de chão compõe a ambiência desse espaço, de modo que as chamas dançam, dramaticamente, contra as imponentes rochas e distantes montanhas.

Uma fértil vinícula de 80 acres envolve a casa, quebrando a áurea das secas e áridas pedras. Neste ambiente rochoso e seco, as videiras desenvolvem raízes profundas que reúnem nutrientes e água sob a superfície da terra, permitindo que o vinho resulte em aromas e fragrâncias mais densos. Este pomar cultivado e aromático lembra um refúgio tranquilo no campo, enquanto o monolito de pedra, incrivelmente imponente e calorosamente habitável, promove um retiro físico e mental, evocando sussurros introspectivos e estelares de uma época e lugar distantes.