-
Arquitetos: Pedro Miguel Santos
- Área: 320 m²
- Ano: 2020
-
Fotografias:Alexander Bogorodskiy
-
Fabricantes: Ayle, Bricsys, Efapel, Ramon Soler, Sanitana, Spencer Kimball
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma casa de dicotomias: Uma tipologia de rés-do-chão, mas que confronta com envolvente de 3 pisos; Uma fachada principal virada a Norte e para uma rua muito movimentada; Proprietários que recebem amigos regularmente, mas que necessitam de silêncio nos quartos dos filhos; Uma casa espaçosa, mas de custo reduzido.
O projecto começou destas premissas e do exterior para o interior. Volumes cegos de diferentes dimensões procuram fazer transição de escala para o edificado envolvente, e ao mesmo tempo criar desenho de fachada, que pelo facto de estar orientada a Norte e para uma rua muito movimentada é caracterizada pela quase total ausência de vãos.
A casa organiza-se num plano em formato de U, desta forma é criado um pátio exterior para onde estão orientados os quartos, que são assim afastados e protegidos das áreas sociais, assim como do edificado envolvente. A sala orienta-se para sudoeste de forma aproveitar a luz natural até às últimas horas do dia e também as vistas para o grande jardim aí presente. Por último, a garagem e entrada automóvel posicionam-se a poente, libertando as restantes fachadas para a envolvente sem edificado.
Estruturalmente e para controlo de custos, a casa utiliza os materiais mais comuns na construção no Norte de Portugal: paredes de alvenaria e estrutura de betão. A última que tradicionalmente é ocultada no interior das paredes, é totalmente revelada no interior de forma a ser incluída na composição visual e material dos espaços. Desta forma o interior assumiu uma materialidade mais complexa sem adição de custos. Ao mesmo tempo o elevado pé-direito que varia conforme o programa e que é ampliado para aguentar a vida social da casa, é visualmente quebrado pela estrutura de betão armado que separa duas cores distintas nas paredes. Assim a escala humana permanece presente em todos os espaços, independentemente da dimensão do pé-direito.
As variações de cota de piso surgem para minimizar a escavação da casa (o terreno possui uma ligeira pendente de Poente para Nascente) e também como segunda ferramenta de controlo de dimensão pé-direito. A casa é partida então em dois patamares separados por dois degraus: espaço de jantar / cozinha na parte baixa, e espaço de estar / quartos na parte alta. Uma janela presente sobre a totalidade do comprimento do balcão cozinha, revela esta relação de alturas entre interior e exterior, mostrando o jardim do pátio exterior exactamente ao nível do tampo do balcão.
