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Arquitetos: Bangkok Project Studio
- Área: 8130 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Spaceshift Studio
Descrição enviada pela equipe de projeto. O povo Kui é um grupo étnico que habita o nordeste da Tailândia. Ao longo dos séculos, os membros da tribo Kui desenvolveram uma relação de mutualidade com os elefantes, passando a conviver diariamente com estes animais em meio à floresta.
Localizada na fronteira entre a Tailândia e o Camboja, Surin é uma região tropical úmida caracterizada pela presença de florestas densas. Infelizmente, ao longo das últimas décadas esta exuberante paisagem foi sendo devastada pelo homem, resultando em longos períodos de seca—ocasionando um desequilíbrio ambiental que afetou profundamente os modos de vida do povo Kui. Sem a sua floresta e sem saber par aonde ir, eles passaram a vagar com seus elefantes pelas cidades turísticas da Tailândia, implorando por ajuda.
O Mundo do Elefante é uma iniciativa desenvolvida pelo governo local com o principal objetivo de trazer o povo Kui e seus elefantes de volta para sua terra natal, garantindo a sua sobrevivência. Implantado junto a uma antiga aldeia Kui, o projeto Mundo do Elefante inclui a adição de um novo hospital para elefantes e um museu dedicado a história e cultura do povo Kui, além da restruturação do templo e do cemitério pré-existente.
Apelidado de “Pátio Cultural”, o antigo povoado foi ressignificado através de uma nova e moderna estrutura. Contando com uma cobertura inclinada de mais de 7.000 metros quadrados de área protegida. Esta nova praça pública servirá como um epicentro para o resgate da cultura Kui, um lugar concebido para acolher os principais eventos culturais e cerimônias religiosas, desde o nascimento até a morte dos membros da família—sejam eles humanos ou elefantes. Esta monumental estrutura de cobertura, com mais de um metro e meio de espessura, parece pairar suavemente sobre a praça, criando um ambiente tranquilo e protegido para a vida em comunidade.
Seis pequenos montes de pedra compõem a geografia da paisagem que serpenteia por baixo da cobertura, protegendo três dos seus quatro lados e liberando assim, apenas uma frente para a entrada e saída dos elefantes. Com uma variação de altura de 1,2 até 4 metros de altura, esta topografia foi inspirada na paisagem natural de onde os elefantes provem.
Localizada atualmente em um planalto árido, a mais de quatro quilômetros de distância do rio mais próximo, a antiga aldeia sofria com a falta de água. Os 200 elefantes que vivem na aldeia atualmente consomem mais de 8.000 metros cúbicos de água por mês. Desta forma, a cobertura foi concebida também para captar a água da chuva, a qual é então redirecionada para um tanque de armazenamento enterrado ao lado da praça. O solo escavado para a construção da cisterna foi então utilizado para a construção da paisagem que tanto agrada aos elefantes.
As grandes rochas basálticas foram extraídas de uma pequena jazida à uma distância de 40 minutos à pé. Abaixo da superfície de pedra existe sempre um reservatório de água, de forma que a construção do Playground para os Elefantes resultou na criação de mais uma fonte de água para o abastecimento da aldeia.
Seis fileiras de bancos de concreto foram construída ao longo desta paisagem panóptica, proporcionando mais de 800 assentos para que os futuros visitantes possam observar tranqüilamente os elefantes em suas atividades. Além disso, foram criados 42 vasos de concreto onde árvores serão plantadas, proporcionando sombra e comida para os animais.
Finalmente, o projeto “Pátio Cultural — Mundo dos Elefantes” foi desenvolvido com o intuito de estabelecer um convívio sustentável que permita a comunidade Kui florescer novamente. Com as novas fontes de água estabelecidas a umidade está pouco à pouco voltando à esta terra árida. Os Kui agora podem plantar novas árvores e reflorestar a sua terra natal. Resgatar estes laços ancestrais entre o homem e a floresta é a única forma de garantir um futuro sustentável para o povo Kui e seus elefantes. Nesse futuro, eles estarão vivendo sob o mesmo teto, um teto verde, denso e úmido.
