
- Área: 36 m²
- Ano: 2018
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Fabricantes: Rothoblaas, Dicky, Distribuidora cómodo, Ducasee industrial, Inrots, Parex klaukol, Weber, delind, krasur s.r.l.


Descrição enviada pela equipe de projeto. Dentro do Programa Acadêmico de Assistência Federal, conhecido como "PAAF!", da Universidade de Morón, tivemos que desenhar, projetar, gerir e construir um módulo de habitação social para o Delta, o qual seria direcionado para uma mulher chamada Laura, que teve sua casa incendiada em 2017 e perdeu tudo o que tinha.

Entendendo as características de Delta, suas vantagens e desvantagens, projetamos um sistema construtivo pré-fabricado. Esse sistema deveria incorporar um conceito muito importante, o de "Projeto Potencial". Gerar uma arquitetura de tipo potencial é para nós criar uma peça arquitetônica que seja uma oportunidade para o usuário, que tenha a possibilidade de expandir-se ou modificar-se facilmente e a baixo custo.


Desenhamos um sistema constituído por uma "Meta-estrutura ou Estrutura primária" em módulos de 3 por 3 metros. Essa estrutura teria um setor que receberia o fechamento para conformar a residência, e um setor com a estrutura aparente que funcionaria como espaço semi-coberto e que futuramente poderia receber uma ampliação da casa. Essa estrutura responde aos conceitos de flexibilidade e de possibilidade de repetição, já que por ser tão simples em sua execução, é facilmente reprodutível e as dimensões do módulo permitem a flexibilidade de mudar o uso, ou seguir adicionando módulos à estrutura principal.

Por outro lado, deveríamos responder à questão das inundações. A cota máxima na ilha é de 1,50 metros, mas tomamos a decisão de elevar a casa a 2,40 metros para que assim pudéssemos fazer uso ativo da PB, já que a vida no Delta tem justamente a ver com estar no ambiente externo e vivenciar a natureza. Desta maneira, geramos três espaços diferentes: um de entrada e deleite (o deque), um de serviços e um espaço "potencial" de futura expansão.

Em relação à materialidade do módulo, sabíamos que deveríamos escolher materiais leves, já que deveriam ser de fácil transporte até a ilha e pela baixa capacidade portante do solo. Escolhemos como material estrutural perfis PGC de aço, pois são leves e nos ajudariam a reduzir o volume de material que precisaríamos. Por outro lado, devido à demanda de reduzir o tempo e agilizar a construção, o módulo deveria ser pré-fabricado em uma oficina (3 meses) e seria montado na ilha em um período de 10 dias, assim poderíamos otimizar o prazo construtivo de forma geral.
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O entorno do Delta pode ser uma ameaça durante o verão, já que as temperaturas são elevadas, por isso decidimos instalar um pergolado externo. Aproveitamos a própria vegetação do lugar para projetar "pérgolas vegetais", que são basicamente painéis de malhas eletrossoldadas sobre os quais a vegetação pode subir e gerar sombra. Esses painéis não apenas funcionam como pérgola, mas também como fechamento, delimitando os setores e contribuindo na conformação do acesso ao módulo.

Em termos de implantação, entendemos que não desejávamos modificar a essência do local, por isso dispusemos a implantação do módulo em um quadrante da parte da frente do terreno, que é também a parte mais alta do mesmo.
No que se refere ao desenho arquitetônico, o módulo apresenta uma arquitetura muito permeável e leve. Está dividido em dois pavimentos, um térreo ativo, onde encontramos o acesso/estar, a área de serviços com os tanques de água, e um segundo pavimento, mais privado, onde encontramos um novo deque fortemente relacionado com o entorno, lugar potencial para fechar e ampliar a superfície coberta da residência. Por último, nos 18 m2 de residência, encontramos um pavimento muito sintético, formado por um espaço livre onde acontecem as atividades de estar, refeições e dormir, além de um segundo espaço dividido para os serviços.
