Programa de re-alfabetização política e formação crítica

O programa de re-alfabetização política e formação crítica é um desdobramento do projeto “almofadas pedagógicas” do artista Traplev, que além de disponibilizar uma ferramenta didática, se concentra em atividades de formação educativa para desenvolver discussões de alguns dos temas abordados nas almofadas relacionados a programas e movimentos progressistas de luta pela justiça social no Brasil. 

Neste contexto de ocasião da oficina no Instituto dos Arquitetos do Brasil de Pernambuco (IAB-PE), proponho apresentar uma linha histórica do Brasil a partir dos princípios e valores da educação democrática de Anísio Teixeira e da alfabetização e conscientização crítica de adultos com o Movimento de Cultura Popular do Recife (MCP), na gestão de Miguel Arraes, quando ele foi prefeito de Recife nos idos de 1961.

A oficina propõe também realizar duas visitas guiadas, uma na arena ao ar livre no Sítio da Trindade que foi sede do MCP nos anos de 1961-1964, e também uma visita guiada à antiga Escola Experimental cujo prédio moderno foi inaugurado em 1961 pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CRPE) do Recife, quando Anísio foi presidente do INEP, nos anos de 1950/60, na qual Gilberto Freyre foi diretor da Escola em Apipucos, (hoje campus da Fundaj).

PROGRAMAÇÃO DOS ENCONTROS:
-1º Encontro: Apresentação do programa de re-alfabetização política das almofadas pedagógicas, ferramenta didática para contribuir na formação crítica social, partindo do conceito de educação democrática de Anísio Teixeira e da conscientização crítica dos preceitos do Movimento de Cultura Popular do Recife. Iremos ver o processo de implantação da Escola Parque na Bahia, inaugurada em 1950 na periferia de Salvador, como exemplo do primeiro projeto de escola integral no Brasil e como o projeto modernista do prédio de Diógenes Rebouças influencia o programa pedagógico e vice-versa.

- 2º Encontro: Para entrar no contexto histórico dos anos de 1960, veremos os curtas “Maioria Absoluta” de Leon Hirszman e “A Luta do Povo” de Renato Tapajós entre outras referências culturais para se situar socialmente nessa “evolução” histórica brasileira. Analisar o programa de Alfabetização de Adultos do MCP, nos dará a superfície filosófica para a imaginação política.

-3º Encontro: A criação das Comissões Nacionais da Verdade no país trouxe à tona diversos documentos sobre o regime civil-militar de 1964-1985 até então inéditos e hoje muitos deles disponibilizados na internet, alguns desses materiais qe iremos abordar é o registro do DOPS de Pernambuco quando do estouro de um “aparelho” em Maria Farinha em 1972. Como pensar a consequência históricas dos fatos a partir de uma ação X ou Y? Como justificar a reação desses fatos se X ou Y ações e princípios não tivessem sido interrompidas de serem implantadas? Abordar os anos anteriores ao fatídico 31 de março de 1964 são esclarecedoras e é nesse sentido que iremos abrir a discussão. Que percepções temos perante a essa imaginação política??? Que percepções conseguimos imaginar e ou re-inventar nessas referências históricas de um futuro do Brasil?

-4º Encontro: Partindo de duas questões para gerar discussão apresentaremos a provocação da historiadora e ativista negra Maria Beatriz do Nascimento que afirma que “a História do Brasil foi escrita por mãos brancas” e o desenho/mapa de Paulo Freire que foi suprimido do livro “Pedagogia do Oprimido” e que completa 50 anos em 2018 de sua escrita. Com estas duas provocações abrirá um campo de reflexão trazendo questões pilares dos processos históricos, da qual estamos nos vendo envolvidos. Juntando isso mais os fatos vistos na oficina, se propõe uma discussão para identificar e pensarmos que raízes são as que ficam nesse contexto quando há a quebra institucional e a imposição de programas que não são validados pela população. Os “exercícios de imaginação política” são essenciais para promover novas perspectivas de poder nas diversas camadas.

-Visita 1:
Arena do Sítio da Trindade – conversa sobre o Movimento de Cultura Popular, MCP.

-Visita 2:
Antiga Escola Experimental do CRPE (atual campus Anísio Teixeira da Fundaj em Apipucos)

SOBRE O ARTISTA-PROPOSITOR:
Traplev, Caçador, SC, 1977, vive e trabalha em Recife, Pernambuco.
É artista e mestre em artes visuais (2007) pela Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, expõe regularmente desde 1999, em diversas cidades do Brasil, entre suas últimas exposições tem participação: 2018: Arte, democracia e Utopia curadoria de Moacir dos Anjons, Museu de Arte do Rio, RJ; MitoMotim, curadoria de Júlia Rebouças Galpão Videobrasil, SP; 2017: Bandeiras da Revolução, curadoria Moacir dos Anjos, Fundaj, Recife; Frestas Trienal de Artes do SESC Sorocaba, SP, e “Vivemos na melhor cidade da América do Sul” na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, e sua individual na galeria Fayga Ostrower pelo prêmio de Arte Contemporânea da Funarte, e na Galeria Sé, em SP, ambas em 2017, entre outras.
Traplev é editor geral da publicação recibo de artes visuais criada em 2002, com publicação periódica até 2015, distribuindo mais de 74 mil exemplares de distribuição gratuita, por todo o país. Dentre sua prática editorial em projetos de colaboração concentra suas ações no contexto da crítica e proposições de difusão e circulação das ideias. O artista é representado pela Galeria Sé em São Paulo. Reside em Recife desde 2011.

INSCRIÇÕES:
- Individual: R$ 120,00
- Associados: R$ 100,00
- Estudantes: R$ 80,00
- Estudante Associado: R$60,00
- Inscrições em grupo (a partir de três pessoas): R$ 70,00 (cada inscrição);
- Serão concedidas até 4 bolsas gratuitas, daremos prioridade às travestis, negrxs, mulheres e pessoas de movimentos sociais e também outras pessoas em geral com dificuldade orçamentária.

PAGAMENTO:
-Transferência bancária:
Roberto Moreira Junior
Banco do Brasil
CPF: 020.462.879-24
Agência: 2801-9 / Conta: 85901-0
(Enviar comprovante para: recibo0@gmail.com)

INFORMAÇÕES GERAIS:
- Carga horária: 15 horas aula, dividido em 4 encontros e 2 visitas guiadas.
- Datas: terças-feiras (13/11, 20/11, 27/11 e 4/12) das 19h às 21h30 na sede do IAB.PE no Derby (Rua Jener de Souza, 130).
- Perfil do público: interessados em geral sobre contextualização histórica cultural e política do Brasil, com turmas com no máximo 20 participantes;
- Campo de interesse: história, arquitetura, sociologia, arte, crítica de arte, design, entre outros;
- Metodologia: aulas expositivas com projeção de conteúdo, internet, filmes, livros selecionados, participação do público e duas visitas.

CONTATOS E INFORMAÇÕES:
recibo0@gmail.com

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Cita: "Programa de re-alfabetização política e formação crítica" 13 Nov 2018. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/905788/programa-de-re-alfabetizacao-politica-e-formacao-critica> ISSN 0719-8906

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