-
Arquitetos: AL BORDE, El Sindicato Arquitectura
- Área: 100 m²
- Ano: 2017
-
Fotografias:JAG Studio
O Protótipo: Como um segundo uso para o pavilhão da Alemanha HIII, desenvolvemos um protótipo pós-terremoto para a zona rural da costa equatoriana, que custe o mesmo que as residências fornecidas pelo Estado mas que adapte-se melhor ao usuário e ao lugar onde é implantada.
É um protótipo industrializado, porque sua estrutura sismo-resistente pode ser pré-fabricada em madeira laminada e montada em qualquer zona rural sem necessidade de maquinário e mão-de-obra especializada. O uso de materiais industrializados para a estrutura nos permite ter maior eficácia na construção.
Este é um protótipo progressivo, em um ou dois pavimentos, porque conta com duas ampliações planejadas. A primeira ampliação diz respeito a um módulo exatamente igual ao inicial e a segunda ampliação corresponde à união entre o inicial e a primeira.
É um protótipo reproduzível porque o desenho estrutural permite o uso de cortes típicos da madeira local serrada em qualquer parte do país e porque sua lógica construtiva é simplificada pensando na possibilidade dos usuários auto-construírem as ampliações.
O protótipo foi pensado como um sistema construtivo e estrutural modular permitindo que cada projeto possa adaptar-se e ser desenhado segundo as condições do lugar onde será implantado fazendo com que a tecnologia construtiva das envolventes e fachadas alternem dependendo de cada projeto.
O Projeto
A residência implantada após o terremoto de abril de 2016, em um terreno rural em Los Horconcitos-Manabí, será utilizada por um casal de avôs que são visitados por filhos e netos esporadicamente, o clima e a insolação determinou a orientação da casa que aproveita as correntes de ar provenientes da união entre o rio Chone e o Pacífico a fim de garantir a ventilação cruzada.
Na fachada sul, o projeto procura privacidade frente ao caminho de acesso ao terreno e aos vizinhos enquanto ao norte o projeto abre-se com uma grande janela que aproveita a iluminação e a paisagem.
Na fachada leste estão localizados os dormitórios para aproveitar a iluminação da manhã e a oeste se encontram os espaços públicos para aproveitar a iluminação do entardecer.
O módulo inicial abriga os 3 dormitórios. A primeira ampliação possibilita a criação de banheiro, adega, cozinha e uma varanda exterior. A segunda ampliação, por sua vez, permite o surgimento da sala de estar e jantar.
O projeto, como sendo a primeira ampliação do protótipo de um pavimento, possibilitou a experimentação de tecnologias construindo o módulo inicial com paredes de cana, gesso de cimento e tinta de terra. Além disso, as paredes da primeira ampliação foram feitas com bahareque revestido em pintura de terra que confere uniformidade estética a toda a casa.
A moradia foi construída por uma equipe de dois mestres de obra e dois ajudantes agricultores sem experiência na construção além da família e amigos dos usuários e um ateliê de construção foi organizado desde a plataforma ENOBRA. Tudo isso em dois meses.
