Arqueologia Estrutural / Vazio S/A

Arqueologia Estrutural / Vazio S/A - Mais Imagens+ 8

Belo Horizonte, Brasil
  • Autor: Carlos M. Teixeira
  • Colaboradores: Leonardo Rodrigues, Daila Coutinho, Frederico Almeida
  • Cidade: Belo Horizonte
  • País: Brasil
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Contexto

Detentor do título de maior cinema do Brasil por alguns anos, o Cine Theatro Brasil foi construído em 1932 na esquina de uma rotatória no hiper-centro de Belo Horizonte. 

© Gabriel Castro

Pesado e elegante a um só tempo, seu volume art déco era então um dos maiores edifícios da cidade.

Ele foi seguido na década de 1950 por dois outros prédios emblemáticos construídos na mesma rotatória: Banco da Lavoura (Álvaro Vital Brasil, 1950) e Banco Mineiro (Oscar Niemeyer, 1953), o que fez destas esquinas um conjunto arquitetônico misto modernista-art decó.

Diagrama

História

O Cine Brasil desempenhava um papel importante na programação de cinema e artes visuais e funcionou como um modelo de ocupação arquitetônica e urbana da jovem capital. 

© Gabriel Castro

Em 1936, abrigou a primeira exposição modernista em Belo Horizonte, indicando a sua vocação para a vanguarda e experimentação. 

Vários usos marcaram suas lojas voltadas para as ruas adjacentes – restaurante popular, barbearia, café, galeria de arte etc. –, o que deixou vestígios e restos de história impregnados em seus elementos construtivos.

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O Cinema entrou em decadência nos anos 1990 e ficou fechado por décadas. Em uma recente e desajeitada conversão do prédio em centro cultural, um enorme salão de eventos foi construído logo acima do telhado antigo, o que gerou um vazio arquitetônico entre o teto inclinado da plateia e a laje do novo salão

© Gabriel Castro

Dentro desse vazio, a estrutura das tesouras de concreto do telhado que cobria o edifício original foi preservada.

Planta Baixa

Arqueologia Estrutural

Arqueologia Estrutural procurou ativar este lugar imaginário, tornando habitável aquele espaço inóspito. Articulada como um exercício de arqueologia estrutural, a proposta revisita e rememora o projeto arquitetônico original, reveste as tesouras do telhado com uma tela translúcida, instala tablados de madeira sobre o teto da plateia e convida os visitantes a conhecer um espaço rico porém jamais utilizado, possibilitando novos usos e acontecimentos em um vazio até então desperdiçado.

© Gabriel Castro

As salas de exposição que agora integram o centro cultural expressam as camadas de memória do edifício, quer nas vértebras expostas das tesouras de concreto, quer nos desenhos variados dos pisos que nos lembram a divisão anterior das salas, como foi observado pelos curadores da exposição inaugural, Fabíola Moulin e Marconi Drummond.

Assumir a presença destes elementos como referência de uma nova relação entre arte, arquitetura e cidade pareceu ser o caminho natural deste novo espaço de exposição, transformando-o em um extenso habitáculo com o potencial de transbordar-se para a cidade e reconectá-lo com seus moradores.

© Gabriel Castro

Citando novamente os curadores, “transbordar é sair das bordas, extravasar, derramar-se, espalhar-se em torno para alargar as bordas. Assim como um rio transborda, ampliando suas margens, Arqueologia Estrutural, nesse movimento, quer tornar possível uma reconexão do edifício com a cidade.”

© Gabriel Castro

Galeria do Projeto

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Localização do Projeto

Endereço:Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

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Localização aproximada, pode indicar cidade/país e não necessariamente o endereço exato.
Sobre este escritório
Cita: "Arqueologia Estrutural / Vazio S/A" [Structural Archeology / Vazio S/A] 21 Mar 2016. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/784060/arqueologia-estrutural-vazio-s-a> ISSN 0719-8906

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