Pavilhão Povera / Atelier João Quintela Tim Simon

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  • Engenharia: Daniel Maio
  • Cliente: Festival de Almada; Una Fundazione
  • Performance: Luis Amália Rodrigues Carnero
  • Equipe De Projeto: João Quintela, Tim Simon, Alexandre Sequeira, Ana Carvalho, Eduardo Bote, Francisca Guimarães, João Carlos Lopes, João Pedro Faria, Pedro Grilo
  • Cidade: Almada
  • País: Portugal
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Pavilhão Povera / Atelier João Quintela Tim Simon - Tijolo, Fachada
© Diana Quintela

Descrição enviada pela equipe de projeto. A cenografia, em Teatro, é geralmente subordinada a um texto e a uma ação. Poderíamos concebê-la inversamente? Poderia o espaço antecipar e influenciar a própria ação enquanto variável de contorno? O espaço, a cenografia, afinal de contas a própria Arquitetura, pode favorecer determinados acontecimentos em função de outros, de um modo não impositivo. Espaço, Texto e Ação nascem assim de modo intrínseco e não determinado à partida, numa relação de dependência, umbilical. Porque, como escreve Aldo Roosi, “o Teatro tem a ver com um acontecimento: o seu início, o seu desenvolvimento e a sua conclusão. Sem Acontecimento não existe Teatro e não existe Arquitetura”.

Pavilhão Povera / Atelier João Quintela Tim Simon - Corrimão
© Diana Quintela

O Pavilhão POVERA, concebido para o Festival de Teatro de Almada e em particular para a celebração do 10º aniversário do Teatro Municipal Joaquim Benite ("Teatro Azul", projetado por Manuel Graça Dias e Egas José Vieira), define-se por uma estrutura integralmente construída em madeira de pinho nacional com acabamento tosco, que expõe a sua condição artesanal, imperfeita, e que aceitamos como virtude e mais valia. O elemento triangular que geralmente é utilizado como suporte físico das cenografias bidimensionais, escondido na parte posterior do palco, foi redesenhado e recuperado como peça essencial que define o projeto. Os pilares e as vigas maciças colocados nos extremos oferecem estabilidade e consistência à totalidade da estrutura enquanto simultaneamente definem o momento de entrada. Estes elementos construtivos essenciais surgem com um caráter quase figurativo devido ao acabamento liso, à cor, e ao seu posicionamento, uma vez que estão precisamente alinhados com os dois teatros já existentes no local.

Isométrica

 Recuperando a tipologia espacial circular presente em algumas representações teatrais da época medieval, POVERA remete também para a ideia do anfiteatro romano, concebido inicialmente a partir da composição/combinação formal dos teatros clássicos e introduzindo ligeiras variações funcionais. O pavilhão proposto para o Festival de Teatro procura resgatar alguns padrões espaciais destes espaços dada a sua relação com o contexto, no entanto é propositiva quanto à sua democratização: o palco e a plateia são um e o mesmo espaço. O público vive a condição de actor, participa de modo activo. O actor vive a condição de espectador, observa e analisa a acção. É parte integrante; O espaço primordial da acção é o "espaço vazio", não construído. A ação constrói-se ali mesmo; O espaço é definido mas não encerrado, permite que desde de fora se observe o interior; A estrutura aponta premissas espaciais e favorece ações, sem imposições, numa dinâmica fluida dentro de um contexto estático. Não há palco principal ou focos de ação pré-definidos. A cena desenvolve-se formalmente de maneira flexível, em função do ator. 

Pavilhão Povera / Atelier João Quintela Tim Simon - Imagem 2 de 19
© Diana Quintela

No livro ‘Atlas do corpo e da imaginação’, o escritor português Gonçalo M. Tavares fala da construção de situações em dois tipos: os movimentos receptores da existência, aqueles que recebem os acontecimentos de um modo passivo, que se adaptam, e os movimentos emissores da existência, que por oposição aos primeiros, alteram as condições momentâneas da existência, são propositivos. Através do pavilhão POVERA, que se localiza entre a entrada da Escola D. António da Costa e o palco principal, as pessoas são convidadas a percorrer este espaço onde está a acontecer uma ação que apenas terminará depois, já sem espectadores. O público é convidado a assistir à ação e a ser parte integrante. É, simultaneamente, receptor e emissor de movimentos de existência dentro do palco que afinal é a vida mesma, uma rotina, um ritual, o quotidiano. Será realmente que ‘o Teatro é lugar onde acaba a Arquitectura e começa o mundo da imaginação e do insensato’?

Pavilhão Povera / Atelier João Quintela Tim Simon - Fachada
© Diana Quintela

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Localização do Projeto

Endereço:Almada, Portugal

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Sobre este escritório
Cita: "Pavilhão Povera / Atelier João Quintela Tim Simon" 05 Dez 2015. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/778321/pavilhao-povera-atelier-joao-quintela-tim-simon> ISSN 0719-8906

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