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Arquitetos: Balaio Arquitetura
- Área: 82 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Leila Viegas
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Fabricantes: Atelier Leopardi, Ladrilhos Saltense, Lumini, REKA, Wooding

Descrição enviada pela equipe de projeto. Muitos direcionamentos de projeto partem da pré-existência, e esse partido pode surgir em contextos diversos, dentro ou fora da arquitetura. No primeiro caso, dentre muitos exemplos, a forma como a iluminação entra no espaço, um enquadramento ou o entorno em que a residência está inserida pode trazer luz ao conceito do projeto. No caso do Apartamento Floresta, os jardins do próprio edifício serviram de inspiração para a definição da paleta e da materialidade.


O apartamento deveria manifestar um morar jovem, provocador e descontraído, que acolhesse os diferentes momentos de uma rotina ativa — da descontração do descanso ao dia a dia do trabalho, do reunir-se ao recolher-se.
A planta parte da total integração, onde as áreas mais íntimas vão sendo reveladas aos poucos. O lavabo é totalmente resguardado, enquanto, no banheiro privativo, uma escotilha brinca com a iluminação sem revelar a imagem. O quarto é mediado pela própria função, organizada em um degradê ao longo do layout — partindo da área mais descontraída, composta por cozinha e sala de estar, passando pela área de trabalho, mais pessoal, até chegar ao espaço de descanso. Essas transições criam intervalos pela própria dinâmica de uso e intimidade dos moradores, onde as divisões permitem um caráter mais espontâneo, como a estante de livros/jardineira que separa o trabalhar do dormir.

O eixo longitudinal é marcado por um banco de concreto que, com jardins nas duas extremidades, alterna seu uso entre assento, apoio para objetos pessoais e base para os equipamentos de som. Esse elemento também serve de apoio para a mesa do escritório, que se ancora em um pequeno pilarete de um lado e, do outro, em um volume de madeira que também atua como suporte para vasos.

A materialidade parte do ladrilho hidráulico verde, que percorre todo o piso do apartamento e amarra conceitualmente os ambientes. A partir dele, outros materiais se articulam à composição, mantendo uma proposta de acabamentos mais brutos e artesanais, equilibrados por linhas delicadas e elegantes — um contraponto que sustenta um projeto intenso e, ao mesmo tempo, suave.

Uma solução técnica se torna referência estética quando toda a infraestrutura exposta de ar-condicionado e exaustão passa por uma carenagem metálica, permitindo que a laje em concreto aparente fosse mantida com o mínimo possível de interrupções.


Formas circulares marcam a geometria do apartamento, aparecendo em elementos como o visor do lavabo, espelhos, base da mesa do escritório e apoios do banco em concreto. Essa referência surge, de maneira mais orgânica, no painel de azulejos criado por Helena Leopardi. Em contraponto, linhas retas trazem rigidez e demarcam algumas intenções de projeto, presentes nos elementos de serralheria e no ângulo de abertura formado pelo nicho em alvenaria da geladeira. O resultado é um apartamento que equilibra o bruto e o delicado — a síntese de todo o partido.














