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Arquitetos: Atelier Archmixing
- Área: 34263 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Runzi Zhu
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Fabricantes: Baosteel, FONGLY, Hebei Yinbiao Wire Mesh Products Co., Ltd.

Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto, de crescente complexidade, emergiu de um processo interativo marcado por avanços decisivos tanto do governo quanto dos arquitetos. Por meio de coordenação e integração contínuas, a equipe de projeto impulsiona uma renovação conjunta dos espaços urbanos e educacionais. O resultado reflete uma postura proativa de intervenção arquitetônica e uma abordagem abrangente para atender às demandas da renovação urbana. O terreno apresenta uma forma estreita e alongada, com a Escola Primária Experimental de Kunshan ao leste e, a oeste, o Instituto de Pesquisa em Tecnologia Industrial de Kunshan. Ele ainda conecta dois amplos parques urbanos — o Parque do Lago Dayu e o Parque Florestal de Kunshan — situados respectivamente em suas extremidades norte e sul.


Partindo de um requerimento aparentemente simples — a implantação de algumas salas comerciais em uma faixa de vegetação urbana estreita — descobrimos a existência de um estacionamento público no subsolo e propusemos integrar essas funções. A sugestão recebeu o apoio dos investidores do projeto, configurando a primeira “expansão” da proposta: a evolução para um complexo urbano verde tridimensional que integra paisagismo, estacionamento e programas comerciais. Simultaneamente, a Escola Primária Experimental de Kunshan solicitou novas salas de aula e instalações esportivas que se estenderiam sobre o nosso local de intervenção, já que sua área educacional disponível é limitada. Para superar os desafios espaciais e regulatórios, os arquitetos consolidaram a expansão escolar, o parque urbano e o estacionamento subterrâneo em um design unificado e multissistêmico. Por meio de estratégias de “organização vertical”, “uso compartilhado no tempo” e “limites abertos”, os recursos urbanos escassos são reorganizados para ampliar os benefícios coletivos, oferecendo soluções efetivas para todas as partes.



Organização Vertical: Uma Escola Acima do Corredor Verde Urbano - Aplicar a organização espacial vertical para romper os limites de uso do solo e as fronteiras administrativas é uma das estratégias centrais deste projeto. Um sistema estrutural em aço foi implantado e acoplado ao lado oeste do edifício de ensino existente, acomodando 24 novas salas de aula — com parte do novo volume avançando sobre a faixa verde. A construção foi concentrada nos lados oeste e norte, garantindo a continuidade das atividades escolares. Após sua conclusão, a nova estrutura se integrará de forma contínua ao campus existente.


Os edifícios a oeste avançam além da via de emergência existente, preservando sua função de acesso ao mesmo tempo em que aproveitam com eficiência o espaço aéreo. No lado norte, um novo edifício multifuncional reúne ambientes de ensino e áreas de atividades, configurando um novo centro para o campus. Por meio dessa organização vertical, a expansão se desdobra em camadas espaciais dentro de um terreno limitado: o edifício se projeta sobre o solo, a vegetação e a via de emergência, estabelecendo uma nova relação vertical entre o espaço educacional e o urbano. As salas de aula, voltadas para o corredor verde, oferecem aos alunos vistas que se estendem até o parque urbano — uma continuidade visual e funcional entre campus e cidade.


Uso Compartilhado de Tempo: Um Sistema Público Urbano Complexo - O uso compartilhado no tempo constitui a segunda estratégia central do projeto, assegurando a eficiência de espaços públicos distribuídos em múltiplas camadas. Os arquitetos redefiniram a faixa verde urbana como um “corredor verde tridimensional”: o nível superior destinado a pedestres e paisagismo; o nível intermediário configurado como praça rebaixada e hub de transporte; e o térreo abrigando estacionamento e instalações esportivas. Essas camadas se sobrepõem verticalmente, resultando em uma estrutura urbana aberta.


A praça rebaixada assume múltiplas funções. Durante os horários de pico, opera como área de desembarque para os pais; nos demais períodos, converte-se em um espaço público aberto aos moradores locais. Pátios inseridos no estacionamento subterrâneo trazem luz natural e vegetação, enquanto determinadas áreas funcionam como equipamentos esportivos compartilhados entre alunos e vizinhos. Rampas e circulações verticais conectam todos os níveis, permitindo que os fluxos de pessoas e veículos se desdobrem ao longo do espaço vertical.


Limites Abertos: Reconectando Escola e Cidade - O projeto integrado transforma o campus originalmente fechado em uma interface aberta. Um novo portão oeste foi implantado ao longo da faixa verde, aliviando a pressão de tráfego da entrada principal e organizando a circulação por meio de acessos em camadas entre a praça rebaixada e o estacionamento subterrâneo. A paisagem é composta por uma sequência de planos de concreto dobrados que se elevam do sul para o norte, “flutuando” sobre a via urbana enquanto conectam o Parque Florestal de Kunshan ao Parque do Lago Dayu.


Em vez de muros fechados, o campus passa a promover a interação por meio de interfaces espaciais em camadas. O nível superior abriga os espaços de ensino; o nível intermediário funciona como área de distribuição e convivência; e o térreo é dedicado às instalações esportivas e ao estacionamento. Arquitetura e topografia expandem de forma integrada o corredor verde urbano, permitindo que alunos, pais, professores e cidadãos compartilhem o sistema espacial em diferentes momentos — configurando um novo modelo de interação pública na cidade.


Este projeto complexo — envolvendo múltiplas partes interessadas e sistemas interdisciplinares — foi concluído com sucesso, dentro do cronograma, entre 2019 e 2022, apesar dos desafios singulares daquele período. Seu êxito baseou-se na colaboração estreita e na persistência de todos os envolvidos diante de inúmeras restrições. Arquitetos, urbanistas e formuladores de políticas compartilharam um objetivo essencial: maximizar a eficiência dos recursos espaciais centrais para atender a demandas diversas, ao mesmo tempo superando limites administrativos rígidos. As restrições foram convertidas em oportunidades por meio da inovação tanto no design quanto na gestão, permitindo que as estratégias fossem orientadas diretamente para resultados concretos. A integração entre concepção espacial e gestão construtiva faz deste projeto um modelo de regeneração urbana em contextos complexos.







































