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Arquitetos: Juan Liniado
- Área: 405 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Javier Agustín Rojas

Descrição enviada pela equipe de projeto. No bairro de Chacarita, surge a oportunidade de reconverter uma antiga fábrica de plásticos em três unidades independentes: uma residência como moradia principal, sua oficina de marcenaria e um estúdio destinado a aluguel. Todas com acesso próprio pela rua.

A estratégia projetual buscou aproveitar ao máximo a estrutura original e transformá-la o mínimo possível. Essa decisão foi o ponto de partida do projeto. O primeiro gesto foi abrir um "pulmão" no centro do lote, na parte onde a fábrica apresentava um pé-direito duplo. Esse vazio permitiu a entrada de luz e ventilação no espaço, transformando completamente seu caráter. A partir dessa operação, e com a premissa de não interferir na estrutura, a organização programática foi definida quase de forma natural.



A oficina está localizada no térreo, com uma cobertura de policarbonato que cobre o espaço em direção ao pulmão. Na frente do primeiro andar, se desenvolve o estúdio, concebido como uma unidade independente, mas com a opção de ser incorporado à residência principal. Por fim, a moradia se desenvolve no restante do primeiro andar e no segundo, onde estão localizados os espaços principais. Estes se situam no último nível, onde a luz natural era mais abundante e onde havia a possibilidade de vinculá-los a uma varanda.


Como quando se trabalha com preexistências, este projeto demandou uma presença constante na obra, onde o trabalho com a materialidade foi essencial para alcançar uma relação harmônica entre os diferentes elementos. No térreo, as divisões e acessos são resolvidos com policarbonato e uma estrutura simples de steel frame, o que permite certa transparência e leveza. Em contrapartida, as residências são materializadas com alvenaria, buscando maior intimidade e conforto térmico.


Decidiu-se pintar de vermelho os reforços estruturais para que ganhassem protagonismo e mantivessem viva a presença estrutural característica das fábricas. Além disso, conserva-se o elevador de carga, que colabora com a organização das circulações.

Onde antes a luz era escassa, agora ela aparece como nova protagonista, redefinindo a maneira de habitar um volume industrial e adaptando-o aos usos contemporâneos.
























