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Arquitetos: Formafatal
- Área: 125 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:BoysPlayNice

Casa Estúdio — abrir-se para um lugar e ultrapassar os limites do ordinário. Permitir que uma casa seja permeada pela rara experiência de coexistir com a natureza. Descobrir a beleza da simplicidade e sentir a força vital em sua forma mais pura. Esta casa é uma residência de linguagem simples, porém espacialmente rica, que revela momentos únicos a cada transição — nascida da harmonia entre arquitetura e lugar. Delicadamente aninhada entre árvores, a casa se mantém visual e espacialmente aberta, envolta por um manto verde que resguarda sua intimidade e acentua sua vulnerabilidade.

Simbiose da Arquitetura e do Lugar — o terreno inclinado, que desce em duas direções, foi ao mesmo tempo o desafio e a força orientadora do processo de projeto. A autenticidade do local exigiu uma resposta igualmente autêntica. A forma da casa segue a complexidade natural do relevo, ajustando-se aos seus contornos e evitando as raízes das árvores, permitindo que a vegetação ao redor se torne parte integrante do projeto.



A experiência da paisagem única é intensificada pela ausência de uma fachada completa no espaço principal de estar. Uma cena viva, em constante transformação ao longo do dia, atravessa a casa e se funde novamente à selva ao redor. O ar, os sons e a luz da floresta despertam todos os sentidos, dissolvendo as fronteiras entre interior e exterior. Em vez de ser um observador passivo diante da janela, quem habita o espaço torna-se parte dele. Cada ambiente é cuidadosamente projetado para enquadrar o sol ou as estrelas em momentos específicos, fazendo da casa a materialização de um diálogo harmonioso entre a arquitetura e o mundo natural.


Aberta, mas Oculta — situada nas proximidades da cidade de Uvita, na Costa Rica, esta é uma residência privada projetada pela arquiteta Dagmar Štěpánová para si mesma e para seu amigo e parceiro de longa data, Karel Vančura. É a morada permanente de Dagmar e o refúgio sazonal de Karel.


A casa está localizada no mesmo terreno de Achioté— um conjunto de vilas para aluguel de curto prazo também projetadas por Dagmar e co-propriedade de Karel. Assentada em uma encosta voltada para o sul, acima do Oceano Pacífico, ela oferece um cenário ideal tanto para férias aventureiras quanto para a vida cotidiana. Próxima à estrada de acesso, a casa se revela como um volume minimalista, composto por paredes de terra compactada pontuadas por amplas aberturas com painéis de vidro deslizantes. Por meio delas, o interior se abre completamente para as colinas cobertas pela selva ao redor.



Mais da metade da casa de dois níveis é ocupada por terraços e por uma piscina. No andar superior, a área principal de estar é completamente aberta para o oceano, funcionando em parte como um terraço coberto. Os espaços externos se estendem ao longo de ambos os lados internos, criando uma transição fluida entre dentro e fora. Uma plataforma suspensa conduz à entrada principal — acessada por meio de lajes de concreto — e também funciona como cobertura para o banheiro. Ao atravessar a área de estar e a cozinha, chega-se a um espaço com churrasqueira embutida, situado diretamente no nível do solo. Dali, uma longa escada de aço corten desce até a piscina, enquanto outra conduz ao terraço na cobertura.



A piscina de borda infinita, com dez metros de comprimento, acompanha a topografia do terreno, e sua forma dinâmica se prolonga até o terraço. Ali, entre as copas das árvores, o céu se abre, tornando o espaço ideal para contemplar o pôr do sol sobre o oceano ou o céu noturno. Grande parte da casa mantém-se discreta: o nível inferior, que abriga os quartos e um banheiro, é visível apenas a partir da área mais reservada do jardim. Escadas internas e externas, juntamente com um caminho de pedras, conectam harmoniosamente os diferentes elementos da residência.


Entre o Céu e a Terra — a área de estar no andar superior foi concebida como um espaço único e aberto, ancorado por uma ilha de cozinha em concreto com quatro metros de comprimento. Uma parede de armários com portas de aço cortadas a laser transforma-se em um objeto luminoso à noite, projetando padrões que evocam um céu estrelado. Esse conceito se estende ao nível do térreo: as portas dos quartos brilham como luas, mesclando os reflexos das estrelas reais com os padrões luminosos projetados no interior, conectando a casa ao seu entorno, ao céu e ao próprio universo.


Afastada do contorno do pavimento superior, a parte inferior da casa acompanha fielmente o relevo natural do terreno. Na parte posterior, uma ampla lavanderia e o espaço de apoio ocupam a área sem janelas. Um corredor banhado pela luz do sol — que adquire tons dourado-avermelhados ao entardecer — conduz a dois quartos menores, um banheiro. Apesar de compactos, os quartos acessados a partir da piscina desfrutam de vistas amplas que se estendem para além do oceano — e dos limites da imaginação. O banheiro também possui acesso direto à piscina e permite observar o mar diretamente do chuveiro.

A paleta terrosa da casa harmoniza com a vegetação que a envolve. A filosofia wabi-sabi manifesta-se na escolha dos materiais, cuja transformação e desgaste ao longo do tempo são aceitos — e até celebrados — como parte de uma estética que revela a beleza na impermanência e na elegância natural que dela emerge.

A autenticidade dos interiores é enriquecida por obras do pintor acadêmico Josef Achrer Jr., do artista Lukáš Musil e por abstrações têxteis do estúdio Geometr. Móveis artesanais, desenhados pela própria arquiteta, são combinados a peças icônicas e luminárias provenientes de diferentes partes do mundo, criando uma atmosfera que equilibra identidade pessoal e expressão global.



































