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Arquitetos: CEEU, Región Austral
- Área: 885 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Luis Barandarián

Descrição enviada pela equipe de projeto. Na Comuna 8 de Buenos Aires, o Bairro Olímpico, legado dos Jogos Olímpicos da Juventude 2018, apresentava um paradoxo urbano: uma infraestrutura residencial contemporânea que carecia de espaços públicos ativos. Diante da necessidade manifesta de seus residentes por lugares de encontro, o design desta praça comunitária surge como uma resposta direta, transformando um terreno vazio em um catalisador de atividade social.


O projeto se inscreve em uma estratégia urbana mais ampla que busca dotar o entorno de equipamentos. Em um contexto de marcada desigualdade territorial, a praça se apresenta como uma ação reparadora, oferecendo uma alternativa tangível para o usufruto do espaço público em uma área historicamente relegada. Projetada a partir de processos participativos, e com foco especial em crianças e adolescentes, a intervenção transforma um terreno baldio em um espaço aberto que prioriza o direito ao jogo, ao encontro e à recreação.

O projeto foi baseado em critérios de acessibilidade universal para criar um ambiente inclusivo e seguro, com zonas diferenciadas para brincar, descansar e treinar. O elemento articulador é uma distinta estrutura de tubos metálicos vermelhos que aporta uma forte identidade visual e funciona simultaneamente como suporte para jogos, mobiliário urbano e sinalização. Seu traçado define os percursos e organiza o programa, que inclui uma quadra de basquete, uma área de treinamento e jogos infantis.


A materialidade foi selecionada para reforçar a abertura e a durabilidade. Foram incorporadas superfícies permeáveis como o piso de borracha contínuo drenante, que absorve impactos e evita a impermeabilização do solo. Por sua vez, foram utilizados bancos de concreto in situ que delimitam setores e promovem o descanso sem a necessidade de grades ou cercas, reforçando a apropriação do espaço.

Desde uma perspectiva técnica e ambiental, foram escolhidos materiais duráveis, de baixa manutenção e alta resistência, adequados ao uso intensivo. A incorporação de vegetação nativa e áreas de sombra contribui para melhorar o conforto ambiental e reduzir o impacto ecológico do projeto.


Diante do retrocesso do espaço público frente ao lazer privatizado, a praça foi pensada como um lugar cotidiano e sem barreiras. Sua execução faz parte de um ciclo virtuoso de economia urbana: o novo espaço público impulsiona futuros empreendimentos, e estes, por sua vez, permitem financiar novas melhorias no bairro. Desde sua inauguração, a praça tem sido intensamente utilizada, consolidando-se como um novo e vital ponto de vida comunitária.





























