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Arquitetos: Desvão Atelier
- Área: 265 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Lourenço Teixeira de Abreu
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Fabricantes: BRUMA, CIN, Efapel, FENESTEVES, Loja do microcimento, Normo, Nuda Collection, SIMES, Torrense, Zangra

Descrição enviada pela equipe de projeto. Inserida num loteamento no enclave entre Sesimbra e a vila de Azeitão, a Casa HD ocupa um lote em forma de trapézio, confinando a nascente com o arruamento e a norte e sul com duas construções vizinhas. A topografia não era acidentada, mas o desnível existente revelou-se uma oportunidade para elevar a construção um metro acima do arruamento, sem necessidade de movimentações de terra. Muito próxima do Parque Natural da Arrábida, a serra domina o sistema de vistas em torno do terreno, cuja vegetação predominante é composta por carvalhos, sobreiros, azinheiras e flora baixa e dispersa — o típico montado português.

A casa desenvolve-se em apenas um piso, com cerca de 300,00 m² de implantação, dos 1.600,00 m² disponíveis no lote.

Com uma planta em forma de "L", organiza-se de forma a distinguir claramente os espaços públicos dos privados, sendo o acesso feito pela rótula norte. No corpo mais comprido, desenvolvem-se três quartos, três instalações sanitárias e um terceiro espaço que pode funcionar como escritório ou quarto de hóspedes. No corpo mais curto, localizam-se a cozinha e a sala de estar/jantar, mediadas por um pátio interior.

Procurou-se que o encadeamento dos espaços fosse fluido, flexível e pouco compartimentado, respondendo às exigências do habitar contemporâneo e às expectativas do cliente. O pavimento contínuo — tanto no interior como no exterior do pátio — reforça essa intenção, contribuindo para a criação de ambientes híbridos e de apropriações não convencionadas.

Todos os espaços estão orientados para o centro do terreno, com aberturas desimpedidas a poente/sul. A fachada responde a esta exposição solar com alpendres de diferentes profundidades, que asseguram o sombreamento passivo. Os restantes alçados são mais contidos, abrindo-se pontualmente para captar luz a nascente.

A leitura da casa a partir da rua revela uma linha horizontal branca, assente sobre um embasamento escuro e sólido. A piscina, estreita e longitudinal, estrutura o espaço exterior ao longo do eixo central do terreno, guiando o olhar em direção à vegetação natural no fundo do lote.

Os materiais utilizados são sóbrios: madeiras de carvalho e kambala, pedras Lioz e Azul Cadoiço e tijoleira artesanal, que reveste todo o terraço e a escada de acesso. Texturas e tramas evocam expressivamente o imaginário da casa de campo e das suas idiossincrasias desaceleradas — sem esquecer o caráter pós-moderno da proposta. Por isso, a lareira, quase disfuncional, ocupa parte do espaço da sala, ganhando expressão na cobertura. Uma cobertura solário, terraço e sobretudo miradouro para a Serra da Arrábida.






















