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Arquitetos: Iná Arquitetura
- Área: 100 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Maira Acayaba

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto Jardins 95, assinado pelo Iná Arquitetura, parte do desejo de transformar um apartamento de 100 m², localizado em um pequeno edifício da década de 1940, em um espaço com atmosfera de casa. Situado nos fundos de um lote no bairro dos Jardins, em São Paulo, o imóvel está em um prédio de apenas três andares, sem elevador, com cobertura de telhas francesas.

A retirada do forro de estuque revelou a estrutura original do telhado em madeira, com mais de 70 anos. Essa descoberta redefiniu a espacialidade do apartamento, permitindo um pé-direito alto e arejado, que evoca a experiência de estar em uma casa térrea. Para viabilizar essa mudança, foi necessário realocar a caixa d'água e reforçar as terças da cobertura.


A planta foi inteiramente reorganizada: a cozinha passou a ser integrada à sala, foi criado um segundo banheiro e o dormitório ganhou acesso à varanda, formando uma suíte. A área de serviço, antes exposta, foi reposicionada junto à janela e disfarçada com marcenaria sob medida. Um banco de concreto moldado no local percorre a área social, funcionando como elemento integrador entre sala e cozinha.



O projeto valoriza elementos originais e materiais atemporais. O piso de taco foi cuidadosamente removido, armazenado, reinstalado e restaurado. A cozinha recebeu ladrilho hidráulico azul (modelo Estrela), que delimita a área e contrasta com o restante da paleta — que inclui concreto aparente, branco e madeira clara.

A escolha de cores é pontual e estratégica, com toques de azul na entrada, cozinha e lareira original — esta última preservada como elemento arquitetônico, apesar de desativada. O mobiliário reúne peças assinadas, como o sofá Border, poltronas Pliant e Trevo (Prototype), e a banqueta Girafa da Marcenaria Baraúna, compondo uma ambientação contemporânea.


A curadoria de arte reforça o caráter afetivo e regional do projeto, com obras de J. Borges, Estúdio Moa, fotografias de Montevidéu e um cartaz do filme argentino Medianeiras.

Além do apartamento, o antigo depósito no térreo do prédio foi transformado em um pequeno escritório independente, com cobertura de vidro, piso em ladrilho hidráulico e banco de concreto, mantendo a mesma linguagem adotada no projeto principal.


























